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Como é feita a contracepção no pós-parto? Quais são as possibilidades?

O uso de métodos contraceptivos não é indicado apenas para o controle da natalidade e planejamento familiar, ou seja, evitar uma gravidez indesejada em determinado momento; também é essencial para impedir as que ocorrem em intervalos curtos, que representam riscos para a mãe e seu futuro bebê.

O intervalo entre gestações, tempo desde o nascimento ou interrupção até a concepção da próxima, é identificado como um fator de risco potencialmente modificável relacionado a resultados perinatais adversos.

Segundo estudos, as mortes perinatais, por exemplo, diminuíram em todo o mundo com a contracepção no pós-parto. São definidas como mortes fetais que ocorrem após 28 semanas de gestação (natimortos) e mortes entre nascidos vivos nos primeiros 7 dias de vida (mortes neonatais precoces).

Além disso, o intervalo entre as gestações pode interferir em resultados como ruptura prematura de membranas (bolsa amniótica), pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro e bebês pequenos para a idade gestacional.

Assim, a contracepção no pós-parto é fundamental, porém deve ser feita com a orientação do especialista, uma vez que nem todo método contraceptivo é adequado durante esse período. Alguns podem causar efeitos na qualidade e quantidade do leite materno, o que os torna contraindicados na fase de lactação.

Por isso, manter a regularidade das consultas ao ginecologista-obstetra após o nascimento do bebê é tão importante quanto o pré-natal. Além de evitar complicações que podem ocorrer, o método contraceptivo prescrito deve ser eficaz e seguro para a mãe e seu bebê. Isso significa não interferir na lactação ou alterar o sistema hemostático, pois entre os prováveis riscos está ainda o de hemorragia pós-parto, que é bastante alto.

Acompanhe o texto até o final para entender como é feita a contracepção no pós-parto e quais as possibilidades. Confira!

Pós-parto ou puerpério

Pós-parto ou puerpério é o intervalo que inicia mediatamente após o nascimento e expulsão da placenta até a completa recuperação fisiológica dos diversos sistemas orgânicos, quando as alterações maternas relacionadas à gestação retornam ao estado não gravídico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar e reduzir qualquer tipo de complicação materna e neonatal no período o acompanhamento da mulher pelo ginecologista-obstetra deve ser feitor desde o início e por pelo menos seis meses após o nascimento.

O puerpério dura geralmente cerca de seis semanas, embora isso possa variar, e, se encerra quando a mulher tem a primeira menstruação marcando a retomada dos ciclos menstruais. No entanto, estudos sugerem que para uma nova gravidez ocorrer com segurança a espera deve ser de pelo menos dezoito meses, intervalo mínimo necessário ao restabelecimento total do organismo. Intervalos menores entre as gestações aumentam as chances de complicações.

Mulheres que estão amamentando, por outro lado, têm menor risco de engravidar durante esse intervalo. Além dos benefícios para o feto, a lactação nas que não menstruaram é um método de contracepção no pós-parto bastante eficaz e costuma ser a primeira indicação dos especialistas.

Conhecido como amenorreia lactacional (LAM), se baseia no fato de que a própria lactação tem um efeito anticoncepcional. Entenda:

  • diferentes hormônios participam do ciclo menstrual, orientados pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários (HHO). Logo no início, na primeira fase, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), estimulando a hipófise a liberar as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que viajam pela corrente sanguínea até os ovários. O FSH promove o recrutamento de vários folículos ovarianos, que contêm o óvulo imaturo, enquanto o LH atua no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura do que se destaca entre eles e vai liberar seu óvulo na ovulação para ser fecundado pelo espermatozoide;
  • os níveis elevados de prolactina que ocorrem com a amamentação inibem a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo, interferindo, dessa forma, na liberação das gonadotrofinas pela hipófise. Assim, a ovulação não acontece.

Contudo, a eficácia do LAM depende da intensidade e frequência da amamentação e da adição ou não de alimentos complementares à dieta do bebê; há mais proteção quando a amamentação é a forma exclusiva de alimentação nos primeiros 6 meses pós-parto, com adição de suplementação alimentar de no máximo 5% a 10% do total das mamadas.

Os percentuais de proteção, nesse caso, se comparam aos de outros métodos contraceptivos como a pílula, cerca de 99%. Após 6 meses, entretanto, ou com a retomada da menstruação as chances de ovulação e o risco de gravidez são maiores, o que torna o LAM um método de contracepção transicional e mais adequado para mulheres que planejam amamentar totalmente por pelo menos 6 meses.

Quando a amamentação é interrompida os níveis de prolactina diminuem e a menstruação geralmente acontece entre 14 dias e 30 dias depois. Nos casos em que a usuária de LAM menstrua antes de seis meses ou se decidir complementar a amamentação, normalmente é sugerido também o uso de outro método de contracepção no pós-parto.

Métodos não hormonais, como os de barreira, as camisinhas femininas ou masculinas e o dispositivo intrauterino de cobre (DIU), bem como os hormonais que utilizam apenas progestagênios em sua composição, que não comprometem a amamentação, estão entre as opções.

Mulheres que não pretendem amamentar, por outro lado, podem recorrer a anticoncepcionais hormonais combinados, como as pílulas com estrogênio e progesterona, mais frequentemente utilizadas.

As opções de contracepção no pós-parto devem idealmente ser avaliadas junto ao ginecologista-obstetra ainda durante o último trimestre da gravidez. Quando isso não acontece, na primeira consulta após o nascimento do bebê.

Siga o link, saiba mais sobre a contracepção no pós-parto e quais métodos contraceptivos podem ser utilizados!

Pré-obesidade durante a gestação: saiba mais sobre esse importante assunto

Considerada uma doença, a obesidade se tornou um problema de saúde pública mundial. Isso porque a prevalência triplicou nas últimas três décadas em praticamente todos os países, o que é justificado pelos hábitos das sociedades atuais, incluindo o sedentarismo e o aumento do consumo de alimentos processados ​​com alto teor calórico. 

A obesidade tem efeitos negativos em quase todas as funções fisiológicas do corpo e um grande impacto na morbidade e mortalidade ao longo da vida, uma vez que está associada a outras condições como o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. 

A prevalência da obesidade em mulheres em idade reprodutiva é igualmente observada no mundo todo, inclusive no Brasil. Nesse caso, a doença pode causar redução na fertilidade e aumentar o tempo necessário para conceber, além do risco de desenvolver outras condições e de resultados adversos para mãe e filho se a mulher engravidar. 

Esses impactos na fertilidade também ocorrem se o quadro for de pré-obesidade ou sobrepeso e, da mesma forma, em uma possível gestação. A manutenção saudável do peso antes e durante o período gestacional, portanto, é necessária para garantir bons resultados. 

Continue a leitura do texto até o final, saiba tudo sobre pré-obesidade durante a gestação e as possíveis consequências quando a condição não é adequadamente controlada. Confira!

O que é pré-obesidade?

Pré-obesidade ou sobrepeso e obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde. O padrão internacional utilizado clinicamente para avaliar a composição corpórea é o IMC (índice de massa corporal), que indica se o peso está acima do ideal a partir da relação peso/altura: o peso, em quilograma (Kg) é dividido pela altura ao quadrado (m2).

A pré-obesidade é classificada quando o IMC está entre 25 kg/m2 e 29,9 kg/m2. Durante a idade reprodutiva esse sobrepeso dificulta a ovulação, liberação do óvulo nos ciclos menstruais. Dificuldade, que é proporcional ao IMC, ou seja, quanto maior menores as chances de o óvulo ser liberado, impedindo a fecundação. 

Por outro lado, a classificação da obesidade considera um IMC de 30 kg/m2 ou superior, isso significa que mulheres com pré-obesidade podem facilmente se tornar obesas. O excesso de peso ou obesidade durante a gestação influencia fortemente não apenas as complicações metabólicas, porém também as consequências perinatais adversas. 

Pré-obesidade durante a gestação

Durante a gestação ocorrem diversas mudanças fisiológicas no corpo feminino, em vários sistemas. O peso naturalmente aumenta para suprir as necessidades energéticas maternas e do feto. No entanto, ainda que o ganho de peso gestacional seja necessário para garantir um feto saudável, o ganho inadequado está associado a resultados adversos. 

A obesidade materna durante a gestação também é considerada um problema de saúde pública. Para se ter uma ideia, segundo estudos as taxas de prevalência são de aproximadamente 30% nos países ocidentais. O ganho excessivo de peso durante o período registra percentuais ainda maiores, de 40% ou mais. 

Entre os problemas que o aumento de peso durante a gestação pode provocar estão o diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, transtornos emocionais como depressão e ansiedade, parto cesáreo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, bebê natimorto e macrossomia. 

Assim, mulheres grávidas obesas têm maior probabilidade de parto de bebês grandes ou pequenos para a idade gestacional, parto prematuro espontâneo ou por indicação médica, bebês nascidos mortos, bem como é mais alto o risco de ocorrerem malformações fetais congênitas. Já a pré-eclâmpsia, aumento da pressão arterial, pode evoluir para a eclâmpsia, associada à morbidade e mortalidade materna.

Também podem ter perda precoce da gestação, dificuldades durante o trabalho de parto e correm maior risco de hemorragia no puerpério ou pós-parto. 

Por isso, mulheres grávidas diagnosticadas com pré-obesidade devem seguir uma dieta rigorosa durante o período gestacional, bem como outras orientações do ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento pré-natal. 

Além disso, o impacto em longo prazo da obesidade materna e do ganho excessivo de peso durante a gestação na adiposidade e nos resultados de saúde relacionados com o sistema cardiovascular e metabólico pode levar a outras complicações tardias, depois do nascimento, incluindo o diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, ambas associadas a morbidades pós-parto. 

A saúde da próxima geração pode igualmente ser comprometida. É comum que os filhos de mulheres com obesidade durante a gestação desenvolvam a doença na infância ou mesmo na idade adulta e, dessa forma, o diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares.

Todos esses problemas, entretanto, podem ser evitados com o acompanhamento pré-natal adequado. É recomendado, inclusive, que mulheres com pré-obesidade que pretendem engravidar o façam a partir de um planejamento adequado, iniciando o acompanhamento com o especialista nos meses anteriores às tentativas, o que é chamado de consulta preconcepcional.

Dessa forma, é possível assegurar que o processo gestacional ocorra sem nenhuma intercorrência, que o feto se desenvolva de forma saudável e o futuro bebê não tenha a saúde comprometida. 

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Como escolher o melhor anticoncepcional para você?

O anticoncepcional, conhecido ainda como contraceptivo, é um método que têm como objetivo evitar uma gravidez indesejada, o que geralmente acontece a partir da inibição de duas etapas importantes do ciclo menstrual:

  • fecundação, encontro entre os gametas, óvulo e espermatozoide para gerar a primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano;
  • implantação embrionária, processo em que o embrião se implanta na camada interna do útero, o endométrio, para dar início a gravidez.

A pílula anticoncepcional é o mais popular e utilizado no mundo todo. É considerada um dos avanços socialmente mais significativos da medicina nas últimas décadas por ter possibilitado o planejamento da gravidez, característica que a tornou um dos principais símbolos dos movimentos feministas na década de 1960, uma vez que representava uma evolução na liberdade reprodutiva das mulheres.

Atualmente, entretanto, os percentuais de eficácia são bem mais expressivos, quase 100%, assim como uma diversidade de métodos anticoncepcionais está disponível; dos hormonais ou não hormonais aos reversíveis de longa duração ou permanentes e os usados como contracepção de emergência.

Além da pílula anticoncepcional, a lista inclui os dispositivos intrauterinos (DIUs), implantes, adesivos, injetáveis, anéis vaginais, preservativos e a esterilização masculina ou feminina. Apesar de toda essa diversidade, entretanto, é necessário considerar diferentes fatores antes de escolher o anticoncepcional mais adequado.

Mostramos, neste texto, como escolher o melhor anticoncepcional para você. Continue a leitura até o final e confira!

Entenda como é feita a prescrição do melhor anticoncepcional para a paciente

Entre os fatores considerados para escolher o melhor anticoncepcional para a paciente estão o tempo de interrupção da fertilidade, ou seja, quando ela planeja engravidar; questões de saúde que podem impedir o uso de determinadas substâncias, como os hormônios, bem como segurança, eficácia, disponibilidade, acessibilidade e aceitabilidade.

Em certos lugares, por exemplo, apenas alguns tipos estão disponíveis, são mais acessíveis ou distribuídos gratuitamente pelos órgãos de saúde. A aceitabilidade, por outro lado, está relacionada a questões como a opção religiosa, pessoal, do parceiro ou dos familiares.

Antes de fazer a escolha, o ginecologista pode solicitar ainda diferentes exames para verificar a saúde os órgãos reprodutores. Os resultados diagnósticos também interferem na definição do tipo mais adequado.

Conheça, abaixo, os principais métodos anticoncepcionais disponíveis atualmente e as características de cada um:

Anticoncepcional de barreira

O anticoncepcional de barreira, como o nome sugere, tem como objetivo impedir a entrada dos espermatozoides na vagina, que posteriormente nadam até as tubas uterinas, órgãos que abrigam a fecundação.

Além disso, são a única forma de impedir a contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) como a clamídia e gonorreia, que se tornaram novamente disseminadas nas sociedades contemporâneas, tendo seu uso, portanto, recomendado em todas as relações sexuais. Os mais conhecidos são os preservativos masculino e feminino, as famosas camisinhas.

No entanto, são os que apresentam menor eficácia, com percentuais de falha que variam de 13% a 27% de acordo com o tipo, o que sugere que seu uso deve sempre ser associado a outro anticoncepcional.

As mulheres podem contar ainda com o diafragma e com a esponja contraceptiva, embora esse último represente o percentual mais alto de falhas, 27%.

Anticoncepcional hormonal

O anticoncepcional hormonal utiliza os hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona para prevenir a gravidez, isoladamente ou combinados. A pílula anticoncepcional, que lidera o ranking, por exemplo, tem a versão combinada ou só com progesterona.

Os percentuais de falhas desses métodos, por sua vez, são bastante baixos, variam de 0, 1%, como no caso das pílulas, a 7%.

Os outros incluem:

  • implante: um dispositivo inserido sob a pele do braço, que libera durante três anos, diariamente, progesterona no organismo. Os percentuais de falha também são de 0,1%;
  • injeção de progesterona: é aplicada nas nádegas ou no braço a cada três meses. Os percentuais de falhas são de 4%;
  • adesivo: é usado na parte inferior do abdômen, nádegas ou parte superior do corpo e libera progesterona e estrogênio. Deve ser substituído semanalmente e tem até 7% de chances de falhar;
  • anel contraceptivo vaginal: inserido dentro da vagina, libera progesterona e estrogênio. Pode ser usado por três semanas e deve ser substituído logo após a menstruação. Os percentuais de falha são de 7%.

Anticoncepcional reversível de ação prolongada

Os métodos reversíveis de ação prolongada são os dispositivos intrauterinos (DIUs), que por essa qualidade também são amplamente utilizados no mundo todo.

Existem dois tipos de DIU, o hormonal e o de cobre, que são inseridos no útero. O DIU hormonal libera diariamente progesterona, tem duração de até 6 anos e pode ser removido a qualquer momento que a mulher desejar engravidar. Os percentuais de falha variam entre 0,1% e 0,4%.

O DIU de cobre, por sua vez, é revestido por esse elemento, tóxico para os espermatozoides liberado diariamente em pequenas quantidades, impedindo sua sobrevida ou motilidade, capacidade de movimento no organismo feminino. Pode durar aproximadamente 10 anos, com percentuais de falha de 0,8%.

Anticoncepcional de emergência

Esse tipo de anticoncepcional deve ser usado apenas em situações emergenciais, ou seja, não é um método regular de controle de natalidade. O uso é recomendado quando outros métodos falham, como o rompimento dos preservativos, ou em situações que o sexo é praticado à força, sem proteção.

Dois métodos podem ser usados com esse objetivo, a pílula do dia seguinte e o DIU de cobre, que pode ser inserido até cinco dias após a relação sexual desprotegida.

Quando não há mais o desejo de ter filhos, mulheres e homens podem recorrer ainda à contracepção permanente, a esterilização. O procedimento feminino é denominado laqueadura e, o masculino, vasectomia.

Já as mulheres que estão amamentando podem contar com o método anticoncepcional de amenorreia lactacional (LAM) durante os seis meses posteriores ao nascimento, que utiliza a amamentação exclusiva para prevenir nova gravidez.

Nas situações em que não há a possibilidade de utilizar nenhum anticoncepcional, por outro, o método baseado na consciência da fertilidade pode ser aplicado, como a observação de sinais manifestados pelo corpo durante o período fértil, ou sua identificação por cálculos específicos. Porém, os percentuais de falhas são altos, de até 23%, por isso, não é aconselhada a prática sexual durante esse intervalo.

Existem, portanto, diferentes formas de se evitar uma gravidez indesejada e apenas o ginecologista pode orientar sobre o anticoncepcional mais adequado para cada mulher.

Toque aqui e fique ainda mais informada sobre os tipos de anticoncepcional e a ação de cada um!

Qual é a importância do ginecologista no puerpério?

A gravidez é marcada por diferentes transformações fisiológicas no corpo feminino, necessárias para proporcionar o desenvolvimento saudável do futuro bebê e preparar-se para o parto. As consultas de pré-natal são fundamentais durante todo o período, pois permitem definir ou detectar precocemente diferentes condições que podem afetar a mãe ou o feto em crescimento, evitando e/ou minimizando possíveis riscos para ambos.

É durante o pré-natal que o ginecologista-obstetra monitora a saúde materno-fetal, realiza exames e garante que a gestação está dentro dos parâmetros normais. Esses cuidados, entretanto, não se resumem apenas aos três trimestres da gravidez. Na ocasião, deve ser ainda idealmente elaborado um plano de cuidados para o puerpério, período após o nascimento do bebê, quando as alterações fisiológicas e anatômicas maternas retornam ao estado não grávido.

Porém, embora a maioria das mulheres grávidas ou em tentativa de engravidar saibam sobre a importância do pré-natal, boa parte desconhece a do ginecologista no puerpério, que pode apresentar desafios consideráveis ​​para as mulheres.

Continue a leitura ado texto até o final e entenda qual é a importância do ginecologista no puerpério. Confira!

Importância do ginecologista no puerpério

O puerpério se inicia após a expulsão da placenta e dura até a completa recuperação fisiológica dos sistemas orgânicos. É dividido em três fases, puerpério imediato, que ocorre nas primeiras 24 horas depois da expulsão da placenta, remoto, até 7 dias depois e tardio, nas 6 semanas posteriores ou mais.

As semanas após o nascimento são essenciais para recuperação materna e para seu bebê e vão determinar a saúde de ambos no futuro. Por isso, os principais órgãos de saúde mundiais sugerem que os cuidados no puerpério devem ocorrer durante todo o período e não se resumirem a uma única consulta, independentemente do tempo de duração, de acordo com as necessidades individuais de cada mulher.

O puerpério imediato ocorre mais frequentemente em ambiente hospitalar, uma vez que a maioria das mulheres permanece internada por pelo menos 24h, quando estão se recuperando do parto e começando a cuidar do recém-nascido.

Nesse período, o ginecologista-obstetra vai monitorar possíveis perdas de sangue, sinais de infecção, pressão arterial, contração do útero e capacidade de urinar. O objetivo é garantir a estabilidade da mãe e orientá-la nos cuidados com o bebê.

Há também atenção à compatibilidade Rh, imunização materna e amamentação. A incompatibilidade Rh ocorre quando uma mulher grávida tem sangue Rh negativo e o feto Rh positivo. Pode resultar na destruição dos glóbulos vermelhos fetais, algumas vezes causando anemia grave.

Para prevenir problemas no feto, os médicos administram injeções de anticorpos Rh em mulheres com sangue Rh negativo por volta da 28ª semana de gravidez, após qualquer episódio de sangramento significativo e no puerpério, evitando, assim, a produção de anticorpos pela mãe, que oferecem risco para gestações subsequentes.

A visita ao consultório do ginecologista durante o puerpério, por sua vez, deve ocorrer nas primeiras 3 semanas após o parto. Essa avaliação é seguida de cuidados contínuos conforme necessário, concluindo com uma consulta pós-parto mais abrangente, até no máximo 12 semanas depois do nascimento, com uma avaliação completa do bem-estar físico, social e psicológico, incluindo os seguintes aspectos:

  • humor e bem-estar emocional;
  • cuidados com os seios;
  • alimentação materna e infantil;
  • sexualidade;
  • contracepção;
  • sono e fadiga;
  • recuperação física desde o nascimento;
  • gestão de doenças crónicas;
  • prática de exercícios e manutenção da saúde.

Mulheres com condições médicas crônicas, por outro lado, como hipertensão, obesidade, diabetes, distúrbios da tireoide, doenças renais, transtornos de humor, bem como as que tiveram complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, geralmente têm um cronograma de consultas especialmente adequado, com um acompanhamento mais criterioso.

Algumas alterações físicas e sintomas são comuns no puerpério, porém normalmente são leves e temporários. Problemas graves de saúde são mais raros, embora possam ocorrer.

Complicações que podem surgir no puerpério

Veja abaixo as complicações mais comuns após o parto:

Sangramento excessivo ou hemorragia pós-parto

É comum que a mulher perca cerca de meio litro de sangue durante e após o parto vaginal e duas vezes mais após o nascimento por cesariana. A perda é considerada excessiva quando mais de 2 litros são perdidos e/ou a mulher apresenta sintomas como pressão arterial baixa, frequência cardíaca acelerada, tontura, desmaio, fadiga e fraqueza. Geralmente, ocorre logo após o parto, porém o período de risco é de até 30 dias.

A causa mais frequente de hemorragia no puerpério é a ausência de contração uterina, ainda que outras situações relacionadas ao parto possam igualmente resultar no problema.

Infecções uterinas

Após o parto, as bactérias naturalmente presentes na vagina podem ascender ao útero e causar endometrite, inflamação do endométrio, camada de revestimento interno; miometrite, do miométrio, camada intermediária muscular e parametrite, quando afeta as áreas ao redor do órgão. Na maioria das vezes essas infecções são consequência do trabalho de parto prolongado.

Se não forem adequadamente tratadas, podem causar danos à fertilidade no futuro.

Infecções da bexiga e dos rins

Ocasionalmente, também pode ocorrer a infecção/inflamação da bexiga no puerpério, condição denominada cistite e as bactérias se espalharem resultando em uma infecção renal, pielonefrite. O risco de cistite é maior nos casos em que um cateter é inserido na bexiga para aliviar o acúmulo de urina durante e após o parto.

Infecção mamária

A infecção mamária ou mastite geralmente acontece nas primeiras 6 semanas e quase sempre em mulheres que estão amamentando. Se o bebê não estiver posicionado corretamente durante a amamentação podem ocorrer rachaduras facilitando a entrada das bactérias presentes na pele nos dutos de leite, causando o problema. O tratamento inadequado pode levar à formação de abscessos no local .

Problemas com a amamentação

Entre os problemas mais frequentes causados pela amamentação no puerpério estão o ingurgitamento mamário, mamilos doloridos, ductos de leite obstruídos.

O ingurgitamento mamário surge em decorrência da retenção e acúmulo de leite. Esse leite acumulado torna-se mais viscoso que o normal, por isso é chamado popularmente de leite empedrado. Essa situação frequentemente é acompanhada de dor.

Os mamilos doloridos, por sua vez, são consequência do posicionamento inadequado do bebê durante a amamentação, que contrai o lábio para sugar, irritando-os. Já a obstrução dos ductos ocorre quando o leite não é completamente drenado regularmente causando nódulos na região. A amamentação contínua é a melhor maneira de solucionar o problema.

Depressão

A tristeza (baby blues) é comum no puerpério. As mulheres também podem sentir-se irritadas, mal-humoradas ou ansiosas, podem ter dificuldades de concentração ou problemas no ciclo de sono. Esses sintomas geralmente desaparecem entre 7 e 10 dias. No entanto, se persistirem por mais de 2 semanas, interferirem nos cuidados com o bebê ou nas atividades diárias o quadro pode ser de depressão pós-parto ou outro distúrbio de saúde mental e deve ser adequadamente tratado.

Além dessas complicações, outras, mais raras, também podem surgir, incluindo:

Útero invertido

O útero vira do lado avesso de modo a se projetar pelo colo uterino e para dentro ou através a vagina. Isso pode acontecer se a placenta estiver firmemente conectada e for necessária muita força para removê-la.

A inversão do útero é uma emergência médica que deve ser tratada rapidamente. Os médicos costumam recolocar o útero na sua posição normal manualmente, porém em alguns casos a cirurgia pode ser necessária.

Embolia por líquido amniótico

Apesar de a embolia por líquido amniótico (ELA) ser rara, pode ser fatal. É caracterizada pela entrada de componentes do líquido amniótico (LA) na circulação materna, o que causa uma reação grave resultando em parada respiratória ou cardíaca.

Para evitar possíveis complicações no puerpério e garantir a saúde da mãe e seu bebê, portanto, é essencial consultar um ginecologista após o nascimento e manter a regularidade das consultas sugeridas por ele.

Siga o link e se informe mais sobre o puerpério!

Tipos de parto: conheça todas as suas possibilidades para ter seu filho

Durante a gravidez, nas consultas de pré-natal, necessárias para avaliar da saúde da mãe e do feto, as etapas são explicadas detalhadamente. Informações, que contribuem para reduzir estados de ansiedade ou medo e incentivam maiores cuidados no período, o que ajuda a prevenir complicações inclusive no puerpério, pós-parto.

Atualmente, as mulheres costumam ser ainda estimuladas a elaborar um plano de parto, o que torna o processo mais humanizado, ajudando-as a assimilar desejos e a ter mais autonomia sobre o nascimento. Geralmente, inclui informações como a definição do tipo de parto, local de nascimento, quem vai participar, ambientação do espaço, uso de anestesia, de procedimentos ou equipamentos médicos.

Existem dois tipos de parto, o normal e o por cesariana ou cesárea. Os dois formatos têm benefícios e desvantagens e, apesar da preferência da futura mãe, apenas a partir do acompanhamento pré-natal é possível definir o mais adequado para cada gestante, garantindo, sempre, que seja realizado o mais benéfico para a mãe e para o bebê.

Continue a leitura até o final para conhecer em detalhes os tipos de parto, uma informação importante que ajuda a esclarecer todas as possibilidades para ter seu filho. Confira!

Parto normal ou vaginal

No parto normal ou vaginal, como o nome sugere, o nascimento ocorre naturalmente pela vagina. Existem diferentes tipos de parto normal além do tradicionalmente realizado, como por exemplo o natural, de lótus, na água, de cócoras ou em pé.

A mãe pode optar por qualquer um para ter seu filho, desde que o nascimento aconteça em ambiente hospitalar ou clínicas especializadas, com o suporte estrutural e clínico necessários para garantir sua segurança e a do feto. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) não reconhece oficialmente a possibilidade de o nascimento ocorrer em casa.

O parto normal pode ser realizado com ou sem o uso de anestesia para aliviar a dor, no segundo caso é considerado parto natural e a dor pode ser controlada por diferentes técnicas.

Durante o trabalho de parto, a bolsa amniótica se rompe, membrana que envolve o bebê, preenchida por líquido com diversos componentes, como nutrientes. As contrações marcam o início do processo quando têm a duração de aproximadamente 1 minuto, em intervalos que variam de 5 minutos a uma hora.

O colo do útero também dilata para permitir a passagem do bebê. O trabalho de parto é considerado em andamento quando a dilatação é 3 centímetros ou mais e deve ser de aproximadamente 10 cm para permitir a passagem do bebê, que se move em direção a abertura do canal vaginal a partir das contrações uterinas.

Após o nascimento e corte do cordão umbilical a placenta é naturalmente expelida pelas contrações. Em alguns casos pode ser necessária uma pequena intervenção para remoção, bem como podem ocorrer lesões na vagina ou no útero, exigindo reparos.

Além disso, não é possível prever como o trabalho de parto vai acontecer e, muitas vezes, pode ser necessário optar pela cesariana durante o processo.

Cesariana ou cesárea

A cesariana está entre os tipos de parto que pode ser definido pela gestante no plano de parto. Ainda que o parto normal seja considerado mais seguro e, por isso, geralmente a principal indicação dos obstetras, muitas mulheres escolhem esse formato de nascimento mesmo que não existam razões médicas.

O procedimento, nesse caso, é denominado cesariana eletiva e, segundo o CFM o médico pode permitir a opção se esse for o desejo da mãe, desde que não existam riscos para o binômio materno-fetal.

A cesariana é uma abordagem cirúrgica em que incisões feitas no abdômen e no útero possibilitam a expulsão do bebê. Entre os fatores que motivam a escolha por esse tipo de parto estão a possibilidade de definir uma data para o nascimento, reduzindo dessa forma a ansiedade e a de contornar a dor da contração.

No entanto, os riscos comuns a qualquer cirurgia permanecem, mesmo que na maioria dos casos a cesariana seja um procedimento seguro.

Parto normal X cesariana

Estudos publicados na literatura médica sugerem diferentes vantagens do parto normal quando comparado à cesariana eletiva, da mesma forma que indicam os possíveis riscos para a mãe e feto se o nascimento ocorrer por cirurgia. Veja abaixo:

Vantagens do parto normal:

  • menor tempo de recuperação;
  • menor risco de complicações no puerpério;
  • menor risco de o bebê desenvolver doenças respiratórias;
  • menor risco de o bebê nascer prematuro;
  • menor risco de complicações em futuras gestações;
  • amamentação mais fácil.

Na cesariana eletiva, por sua vez, além de o tempo de recuperação ser maior, como acontece em todo procedimento cirúrgico existem riscos para mãe e para o feto. Entre os riscos maternos estão:

  • perda de sangue, muitas vezes excessiva (hemorragia);
  • infecções uterinas;
  • lesões no intestino ou bexiga;
  • formação de coágulos sanguíneos, que podem, inclusive, resultar em trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP), condição potencialmente perigosa;
  • dificuldades em ter um parto normal no futuro.

Já os riscos para o bebê incluem problemas respiratórios, obesidade infantil ou adulta ou mesmo bebês nascidos mortos (natimorto).

Assim, quando a mulher está planejando engravidar, é importante já iniciar o acompanhamento como o ginecologista-obstetra, o que é conhecido como consulta preconcepcional, quando são realizados exames para confirmar a saúde reprodutiva e geral, que ajudam a decidir quais os tipos de parto de escolher. O plano de parto pode começar a ser elaborado na ocasião.

Siga o link e saiba mais sobre os tipos de parto!

O que é puerpério e quais são suas particularidades?

Puerpério é o termo usado para definir o período pós-parto. Também conhecido como período pós-natal ou quarta fase do trabalho de parto refere-se ao intervalo imediatamente após o nascimento, iniciando depois da expulsão da placenta até a completa recuperação fisiológica dos diversos sistemas orgânicos.

Chamado ainda popularmente de resguardo ou quarentena, pode-se dizer que é o momento de readaptação depois do parto, quando o corpo feminino passa por várias mudanças físicas à medida que volta ao estado anterior à gravidez, além de variáveis psicológicas e sociais.

As semanas do puerpério são bastante críticas, pois podem apresentar desafios consideráveis ​​para as mulheres, incluindo falta de sono, fadiga, dor, dificuldades na amamentação, estresse, surgimento ou exacerbação de distúrbios emocionais como depressão, baixa libido e incontinência urinária. Assim, a atenção ao período é que vai garantir a saúde e o bem-estar da mãe e seu bebê em longo prazo.

Normalmente, dura cerca de seis semanas, porém isso pode variar. Se encerra quando a mulher tem sua primeira menstruação, marcando a retomada dos ciclos menstruais. É dividido em três fases distintas e contínuas: puerpério imediato, que ocorre nas primeiras 24 horas depois da expulsão da placenta e dura até 10 dias; puerpério tardio, que ocorre do 10º ao 45º dia; e puerpério remoto, a partir do 45º dia após o parto. É no chamado puerpério imediato, entretanto, primeira fase, que podem surgir as principais complicações.

Esse texto aborda sobre o puerpério e as particularidades do período. Continue a leitura até o final e confira!

Fases do puerpério

Depois da gravidez, a atenção tende a ser voltada para o bebê. As enormes mudanças físicas e emocionais necessárias para retornar ao estado não gravídico são muitas vezes subestimadas.

O puerpério imediato, por exemplo, é um momento de mudanças rápidas com potencial para complicações muitas vezes graves, como hemorragia pós-parto, inversão uterina e embolia por líquido amniótico.

Embora as primeiras horas após o nascimento sejam geralmente passadas na sala de trabalho de parto com intensa supervisão, as demandas de espaço muitas vezes exigem uma transferência prematura para a unidades de cuidados menos intensivos, aumentando as chances de problemas ocorrerem.

A segunda fase, por sua vez, é um período subagudo. Nela, o corpo passa por grandes mudanças em termos de hemodinâmica, recuperação geniturinária, metabolismo e emocional. As mudanças são menos rápidas do que na fase aguda e a mulher geralmente consegue identificar possíveis alterações, que variam do desconforto perineal à depressão pós-parto grave.

A terceira fase é o pós-parto remoto e, segundo estudos, pode durar até 6 meses. As mudanças durante esta fase são extremamente graduais e os problemas são raros. Esse é o momento de restauração do tônus ​​​​muscular e do tecido conjuntivo ao estado pré-gravidez. Embora a mudança seja sutil durante essa fase, o corpo da mulher não está totalmente restaurado à fisiologia pré-gravidez até cerca de 6 meses após o parto.

Veja abaixo as mudanças que acontecem no corpo feminino durante o puerpério:

Útero

O útero grávido, não incluindo o bebê, placenta ou fluidos, pesa aproximadamente 1000 g. Nas 6 semanas depois do nascimento retrocede para um peso entre 50g e 100 g. A maior parte da redução ocorre nas primeiras 2 semanas, nas seguintes retorna lentamente ao estado anterior, ainda que o tamanho permaneça maior do que antes.

O endométrio, por sua vez, camada na qual o embrião se implanta para dar início à gestação, regenera-se rapidamente. No sétimo dia as glândulas endometriais já estão evidentes em exames de imagem e, aproximadamente no 16º esse tecido já está restaurado em todo o útero, exceto no local da placenta, cujos fragmentos são eliminados por um corrimento vaginal sanguinolento denominado lóquios.

Imediatamente após o parto, uma grande quantidade de sangue vermelho flui do útero até ocorrer a fase de contração. Depois disso, diminui rapidamente. O corrimento vermelho muda progressivamente para vermelho acastanhado com consistência mais aquosa e continua a diminuir em quantidade e cor. O tempo de duração dos lóquios varia; embora seja em média cerca de 5 semanas, 15% das mulheres continuam a apresentá-los por 6 semanas ou mais após o parto.

Frequentemente as mulheres apresentam um aumento no volume entre o 7º e 14º dias, secundário à descamação da escara no local da placenta. Esse é considerado o momento clássico para ocorrerem hemorragias pós-parto tardias.

Colo do útero

O colo do útero ou cérvix também começa a retroceder rapidamente para um estado de não gravidez, mas nunca retorna ao de nulípara, antes de ter tido filhos.

Vagina

A vagina também regride, mas não retorna completamente. O ressecamento vaginal é normal, independentemente do tipo de parto, o que pode causar desconforto. No entanto, a lubrificação natural também normaliza, por isso, a recomendação costuma ser aguardar aproximadamente 40 dias para retomar a atividade sexual.

Períneo

Embora o períneo – região localizada entre a vagina e o ânus – seja geralmente esticado, traumatizado e às vezes rasgado ou cortado durante o processo de trabalho de parto, a maior parte do tônus ​​muscular é recuperada em 6 semanas, com mais melhorias nos meses seguintes.

O tônus ​​muscular, no entanto, pode ou não voltar ao normal dependendo da extensão da lesão muscular, nervosa e dos tecidos conjuntivos. Entre as possíveis complicações estão incontinência urinária de esforço, incontinência de flatos ou fezes, prolapso uterino ou descida do útero em direção à vagina, cistocele ou bexiga caída e retocele, condição em que uma úlcera se forma entre o reto e a vagina.

Ovários

A retomada da função normal dos é altamente variável e muito influenciada pela amamentação do bebê. A mulher que amamenta tem um período de amenorreia e anovulação, ausência de menstruação e ovulação respectivamente, mais longo. Já a que não amamenta pode ovular cerca de 27 dias após o parto. A maioria das mulheres menstrua por volta da 12ª semana, embora o tempo médio varie entre 7 e 9 semanas.

Seios

As mudanças nas mamas que preparam o corpo para a amamentação ocorrem durante a gravidez. A lactogênese, desenvolvimento da capacidade de secretar leite acontece já na 16ª semana. No puerpério, o colostro é o líquido inicialmente liberado nos 4 primeiros dias.

Rico em proteínas e anticorpos, fortalece o sistema imunológico do recém-nascido. Durante os primeiros 7 dias o leite amadurece e contém todos os nutrientes necessários no período neonatal e continua a mudar durante a amamentação para atender às novas necessidades nutricionais do bebê.

Parede abdominal

A parede abdominal permanece mal tonificada por muitas semanas. O retorno ao estado pré-gravidez depende muito de exercícios praticados pela mulher.

É importante que a mulher seja acompanhada pelo especialista durante todo esse processo. Não apenas para evitar possíveis complicações associadas ao puerpério, o acompanhamento envolve ainda orientações sobre alimentação adequada, exercícios, amamentação ou mesmo a retomada das atividades diárias e sexual.

Quer saber mais sobre o puerpério e suas particularidades? É só tocar aqui!

O que é placenta prévia?

A primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano, é formada na fecundação, quando os gametas, óvulos e espermatozoides se fundem, processo que acontece nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre os ovários e o útero. 

Essa primeira célula, denominada zigoto, sofre sucessivas divisões celulares enquanto o embrião é transportado ao útero para se implantar no endométrio marcando o início do processo gestacional, camada interna uterina que o nutre e protege até a placenta estar estabelecida.

Placenta é um órgão vascularizado temporário que se desenvolve durante a gravidez, constituída por tecido materno e embrionário. Fornece oxigênio e nutrientes ao feto, nomenclatura atribuída ao embrião a partir da 8ª semana, fase em que já está estabelecida. 

A placenta se fixa na parte superior ou lateral do útero na maioria das gestações e se conecta ao feto abrigado no líquido amniótico em seu interior pelo cordão umbilical.

Algumas complicações associadas a esse órgão podem ocorrer durante o processo gestacional, tornando, nesse caso, a gravidez de alto risco. A placenta prévia é uma das mais comuns. Para saber o que é essa condição, o que pode causá-la e quais as condutas adotadas nesse caso é só continuar a leitura até o final. Confira!

O que é placenta prévia?

Placenta prévia é uma complicação da gravidez causada por seu posicionamento inadequado. Tem como característica a fixação na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo uterino. 

Sangramento durante o período gestacional e no parto é a principal consequência desse posicionamento inadequado, o que afeta a oxigenação e o fornecimento de nutrientes para o feto. A condição, portanto, oferece riscos para ambos, ainda que raramente seja fatal nos dois casos.

Durante a gravidez, à medida que o feto cresce o útero aumenta de tamanho para acomodá-lo; a placenta também se move, até ficar posicionada na parte superior, dessa forma, o colo do útero fica liberado para permitir a passagem do bebê. 

A placenta prévia pode ser de diferentes tipos, o que interfere na gravidade do quadro. No tipo marginal, por exemplo, está próxima ao colo do útero e não cobre a abertura; no parcial, como o nome sugere, a abertura é parcialmente coberta e, no total, totalmente. 

Nesse último caso, há maior chance de hemorragia e o quadro é considerado mais grave, pode causar contrações resultando na prematuridade do parto, realizado por cesariana, independentemente do tempo de gravidez. 

No entanto, geralmente, o sangramento é indolor, ou seja, não é acompanhado por cólicas típicas de contrações, assim como é mais comum nas últimas semanas da gravidez, embora possa ocorrer antes. 

Até o momento a ciência desconhece a causa exata da placenta prévia, porém estudos sugerem que alguns fatores representam risco e aumentam as chances de a condição ocorrer, entre eles estão placenta prévia em uma gravidez anterior; anormalidades uterinas congênitas ou provocadas por doenças como miomas; aderências consequentes de cirurgias, incluindo a cesariana ou abortamentos e, gravidez múltipla. 

A idade também influencia, mulheres acima dos 36 anos têm mais chances de desenvolver a condição quando compradas às mais jovens, bem como alguns hábitos, incluindo alcoolismo e tabagismo ou uso excessivo de drogas recreativas. 

Como a placenta prévia é identificada?

A placenta prévia normalmente é identificada durante a realização de exames no pré-natal de rotina, na maioria das vezes no terceiro trimestre. Se houver sangramento, a suspeita é confirmada por ultrassonografia transvaginal, em associação ou não com a suprapúbica ou abdominal. 

Na maioria das vezes a placenta prévia se resolve naturalmente, principalmente quando acontece nos primeiros meses de gravidez. Mulheres com o problema, entretanto, devem ter um acompanhamento diferenciado, isso significa que normalmente há um intervalo menor entre as consultas do pré-natal, bem como na realização de exames. 

O sangramento pode ser gerenciado de diversas maneiras, contudo, os especialistas costumam recomendar repouso total; é importante evitar qualquer atividade que possa causar contrações, o que inclui as aeróbicas, levantar pesos, relações sexuais ou mesmo o uso de absorventes internos. 

Por outro lado, nos casos em que o sangramento não pode ser controlado ou se houver risco para a mãe e o feto, a conduta adotada é a cesariana de emergência. 

A cesariana é idealmente planejada para depois da 36ª semana de gravidez, entretanto em algumas situações, como a persistência do sangramento ou se ocorrerem vários episódios, pode ser necessária anteriormente. Além disso, se o quadro for de hemorragia, a mulher pode precisar de uma transfusão sanguínea. 

Apesar de as principais consequências da placenta prévia serem sangramento e parto prematuro, pode mais raramente resultar em mortalidade fetal e/ou materna, por isso, além de manter a regularidades das consultas de pré-natal, necessárias para garantir uma gravidez saudável para a mãe e seu futuro bebê, detectar condições como a placenta prévia ou mesmo controlá-las, é importante a atenção a qualquer tipo de sangramento ou outro sintoma que não seja característico da gravidez. 

No caso da placenta prévia, se o sangramento ocorrer durante o segundo ou terceiro trimestre, for vermelho brilhante e acompanhado por contrações, é fundamental procurar auxílio médico com urgência.

Siga o link, leia outro texto que aborda a placenta prévia e se informe mais sobre o tema!

O que é pré-eclâmpsia?

Os cuidados do pré-natal são essenciais para manter a mãe e seu futuro bebê saudáveis. Por isso, mulheres que suspeitam estar grávidas devem agendar uma consulta com o ginecologista-obstetra para iniciar o processo. 

As consultas geralmente incluem exame físico, verificação de peso, medida da pressão arterial, exames laboratoriais e de imagem, como os de ultrassom. Também são abordados aspectos da saúde materna e fetal, indicadas vitaminas e dietas alimentares adequadas a cada fase, o que vai ajudar no desenvolvimento do feto e do bebê no futuro.

Segundos estudos, os bebês de mães que não recebem cuidados pré-natais têm três vezes mais chances de ter baixo peso ao nascer, bem como é cinco vezes maior a de nascerem mortos, quando comparados aos de mãe que receberam esses cuidados. 

Durante o pré-natal, os especialistas podem detectar problemas de saúde precocemente quando atendem às mães regularmente. Isso permite que o tratamento seja igualmente precoce. Essas ações, além de possibilitarem a cura ou controle de algumas condições, ajudam a prevenir outras. 

A pré-eclâmpsia, por exemplo, é uma condição exclusiva da gravidez e pode complicar até 8% de todos os partos no mundo, sendo, ainda, uma das principais causas de nascimentos prematuros. 

Continue a leitura até o final para saber o que é pré-eclâmpsia, conhecer os fatores de riscos, métodos diagnósticos e tratamento. Confira!

O que é pré-eclâmpsia?

Pré-eclâmpsia é uma das possíveis complicações da gravidez, potencialmente perigosa para  saúde da mãe e do feto. Tem como características o aumento da pressão arterial, presença de proteínas na urina e, muitas vezes, inchaço no rosto, pernas, pés e mãos. Começa após a 20ª semana da gravidez em mulheres cuja pressão arterial era normal e pode ocorrer também no puerpério, logo após o parto.

Como o aumento repentino e inchaço, principalmente do rosto e mãos, também são sintomas típicos da gravidez, muitas vezes a mulher demora a perceber o problema. No entanto, a diminuição da produção de urina está entre os sintomas que podem ajudar na percepção, bem como outros indicam a necessidade de procurar auxílio médico com urgência, incluindo dores de cabeça e abdominais severas, alterações na visão e falta de ar.

Com o acompanhamento adequado a pré-eclâmpsia pode ser controlada, enquanto a falta de controle, por sua vez, pode levar a complicações mais graves. 

Quais são os fatores de risco para pré-eclâmpsia?

Estudos sugerem que a pré-eclâmpsia começa na placenta, órgão vascular temporário que se forma durante a gravidez, cuja função é estabelecer a comunicação entre mãe e o feto, facilitando a troca de nutrientes e oxigênio pela corrente sanguínea e, a eliminação de excrementos. 

Nas mulheres com pré-eclâmpsia esses vasos não se desenvolvem ou funcionam adequadamente, são mais estreitos, limitando a quantidade de sangue que pode fluir por eles. Esse desenvolvimento anormal pode ser provocado por danos causados aos vasos sanguíneos; insuficiência de fluxo sanguíneo para o útero, fatores imunológicos ou genéticos. 

Mulheres que sofrem como hipertensão arterial crônica ou têm histórico pessoal e familiar de pré-eclâmpsia são consideradas o principal grupo de risco. Porém, outros fatores podem ainda aumentar as chances de desenvolver a condição, entre eles:

  • gravidez múltipla;
  • primeira gravidez;
  • intervalo entre as gestações menor do que dois anos ou maior do que dez; 
  • idade, o risco é mais alto em mulheres jovens ou acima dos 36 anos;
  • diferença racial, mulheres de pele negra têm maior risco quando comparadas com às de pele branca;
  • novo parceiro, há mais chances quando há um novo parceiro do que a segunda ou terceira gravidez com o mesmo;
  • condições como obesidade, diabetes tipo 1 ou 2, doenças renais, trombofilia, tendência a desenvolver coágulos sanguíneos e doenças autoimunes, como o lúpus.

Os fetos de mulheres com pré-eclâmpsia geralmente não crescem adequadamente, assim como o bebê pode ter baixo peso ao nascer. Isso acontece porque os vasos sanguíneos são afetados e, dessa forma, a troca de nutrientes e oxigênio é menor. 

Além disso pode haver descolamento da placenta, quando ocorre a separação do órgão da camada interna do útero antes do parto; em casos graves pode provocar hemorragia, quadro perigoso para a mãe e o feto.

No entanto, a principal preocupação é a evolução para eclâmpsia, uma forma grave de pré-eclâmpsia cuja consequência são convulsões que podem provocar confusão e desorientação ou colocar a gestante em coma. Em alguns casos, podem ainda causar acidente vascular cerebral (AVC) ou morte. Embora a eclâmpsia seja considerada uma complicação da pré-eclâmpsia, pode ocorrer sem os sinais iniciais, sendo percebida apenas pelas convulsões.

Contudo, na maioria dos casos, a pré-eclâmpsia é tratada por medicamentos para baixar a pressão arterial antes de evoluir para eclâmpsia. Por isso, é fundamental a realização do pré-natal e o comparecimento a todas as consultas agendadas pelo especialista, periodicidade determinada de acordo com o quadro de cada paciente. Em cada uma, é feita a medida da pressão arterial, o que permite prevenir e/ou controlar o quadro.

Quando ocorre a evolução para a eclâmpsia, por outro lado, o único tratamento é o parto, que normalmente é prematuro. 

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O que é consulta preconcepcional e por que é importante?

Entre os ganhos proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico está o avanço de diferentes áreas da medicina. Hoje, técnicas de imagem em alta resolução, cirurgias minimamente invasivas, inclusive com auxílio de robôs e a evolução de procedimentos laboratoriais, permitem detectar e tratar precocemente diferentes condições. 

Na área ginecológica-obstétrica, por exemplo, além da solução de praticamente todos os problemas de infertilidade, houve uma grande redução nos casos de mortalidade materna e/ou fetal, pois os recursos disponíveis atualmente proporcionam uma gravidez com menos risco. 

Em algumas situações, o tratamento pode até mesmo ser feito durante o desenvolvimento intrauterino. É importante, entretanto, manter as consultas de rotina e, se o objetivo for formar uma família, a atenção ao pré-natal é essencial.

Apesar de a maioria das mulheres saber sobre a importância do pré-natal quando há intenção de engravidar, uma consulta igualmente necessária, que ocorre antes mesmo das tentativas ainda é pouco conhecida, a consulta preconcepcional

Continue a leitura até o final para saber o que é consulta preconcepcional, por que é importante e como é feita. Confira!

Consulta preconcepcional e sua importância

Consulta preconcepcional, como o nome sugere, é aquela realizada antes de iniciar as tentativas para engravidar; idealmente, pelo menos nos três meses anteriores. É necessária na preparação para uma gravidez, pois ajuda a evitar possíveis complicações que podem ocorrer durante o período gestacional, garantindo a saúde da mãe e do seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional possibilita avaliar riscos, permite intervenções e otimização médica antes da gravidez para reduzir a possibilidade de resultados obstétricos maternos e fetais desfavoráveis. Ou seja, tem um efeito positivo nas chances de sucesso.

Segundo estudos, eventos que ocorrem antes de a mulher saber que está grávida podem ter um impacto significativo no crescimento fetal e no resultado da gravidez. 

Embora os casos de mortalidade materno-fetal tenham reduzido significativamente no mundo todo, as taxas ainda são consideradas altas. As malformações congênitas e a prematuridade, por exemplo, são responsáveis ​​pela maioria das mortes fetais e nem sempre as intervenções durante os cuidados pré-natais conseguem mitigar os resultados. 

A consulta preconcepcional, por sua vez, oferece a oportunidade de discutir fatores de risco para minimizá-los antes da gravidez, utilizando, para isso, diferentes abordagens baseadas em evidências científicas.

Ainda que todas as mulheres que pretendem engravidar devam realizar a consulta preconcepcional, ela é particularmente necessária às já diagnosticadas com algumas condições, como obesidade, hipertensão, diabetes e outras crónicas, bem como às que tiveram problemas em gestações anteriores ou planejam ter o primeiro filho. 

Entenda como a consulta preconcepcional é feita

Durante a consulta preconcepcional são abordados aspectos como histórico reprodutivo, histórico clínico pessoal, familiar e do parceiro, uso de medicamentos, riscos sociais que podem afetar a fertilidade ou a obtenção da gravidez, saúde emocional ou mesmo estilo de vida. 

No histórico reprodutivo são avaliadas qualquer gravidez anterior, de alto risco ou não, possíveis abortamentos espontâneos, doenças que afetam os órgãos reprodutores, histórico pregresso ou atual de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem provocar infertilidade e resultados de exames de Papanicolau anteriores.

Já no clínico pessoal são pesquisadas doenças atuais ou pregressas, principalmente as que representam risco para gravidez e, no familiar, os distúrbios genéticos que podem ser transmitidos aos filhos. Doenças que podem afetar os órgãos reprodutores do parceiro são igualmente avaliadas, assim como a incidência de ISTs. 

O uso de medicamente e/ou suplementos também deve ser relatado ao médico na ocasião, que vai avaliar ainda situações de risco social ou profissional, como a exposição a elementos químicos e estilo de vida, incluindo hábitos como tabagismo, alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas, sedentarismo e alimentação. 

Na consulta preconcepcional a mulher também recebe orientações importantes, entre elas a dieta mais adequada, vitaminas pré-natal, controle do ciclo menstrual, ovulação e período fértil, frequência para realizar os testes de gravidez e exercícios que podem ajudar a preparar para o período gestacional e pós-parto, da mesma forma que o especialista solicita ao casal os exames necessários para confirmar a saúde reprodutiva. 

Os primeiros solicitados geralmente são os que determinam a fertilidade; avaliação da reserva ovariana às mulheres, que indica a quantidade de folículos presentes no momento, estruturas que contêm o óvulo imaturo, dos pequenos aos que podem desenvolver e ovular chamados pré-antrais e antrais. Enquanto aos homens é solicitado o espermograma, que indica a qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras.

Posteriormente, são solicitados exames laboratoriais e de imagem, incluindo os de sangue e urina, que detectam a presença de bactérias sexualmente transmissíveis, ultrassonografia transvaginal e da bolsa testicular ou outros complementares caso seja necessário.

A avaliação dos níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo também é solicitada, bem como tipagem sanguínea, imunidade à rubéola, sarampo, varicela, hepatite B e toxoplasmose.

Os resultados orientam a abordagem terapêutica mais adequada em cada caso, se houver necessidade de tratar alguma condição e permitem um planejamento do pré-natal adequado para a paciente, com os cuidados necessários para assegurar uma gravidez saudável para ela e seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional, portanto, proporciona o equilíbrio da saúde desde o início da gravidez, aumentando bastante as chances de não ocorrerem complicações durante o período gestacional e no puerpério, período logo após o parto. 

Diferentes estudos demostram que os cuidados preconcepção contribuem para aumentar as chances de engravidar, reduzem riscos de abortamento espontâneo, defeitos congênitos (de nascimento) no bebê e de efeitos adversos na gravidez, como a pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mulher. 

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DIU Mirena e DIU Kyleena: diferenças

O dispositivo intrauterino (DIU) é o método de controle de natalidade reversível mais popular no mundo, com milhões de usuárias. Além da sua eficácia para prevenir a gravidez, pode ser removido a qualquer momento se houver o desejo de ter filhos. 

O método tornou-se mais conhecido na década de 1960, embora o primeiro artigo publicado sobre a inserção de DIUs seja de 1909, pelo médico alemão Richard Richter. O dispositivo que ele inseriu naquela época ainda era bastante rudimentar, um anel feito de tripa de bicho-da-seda com duas extremidades que se projetavam do orifício cervical, permitindo sua verificação e remoção. 

Durante sua evolução o DIU passou por diferentes desafios, incluindo os percentuais de eficácia e a contenção de inflamações. A partir da década de 1960 tornou-se mais seguro e diferentes tipos foram desenvolvidos. Atualmente, dois são utilizados, o de cobre e o hormonal. 

Entre os DIUs hormonais que estão disponíveis o DIU Mirena, desenvolvido em 2001 e o DIU Kyleena, mais recente, de 2016, se destacam por sua eficácia de quase 100%, porém existem algumas diferenças entre eles e, por isso, a dúvida sobre qual escolher ainda é bastante frequente entre as mulheres.

Continue a leitura até o final para saber quais as diferenças entre o DIU Mirena e o DIU Kyleena e as vantagens de cada um. Confira! 

Mirena X Kyleena

O DIU hormonal libera diariamente, em pequenas doses, um hormônio semelhante à progesterona, um dos principais hormônios femininos, o levonorgestrel, prevenindo a gravidez e promovendo a diminuição ou suspensão da menstruação, o que pode ser particularmente importante para as mulheres com períodos dolorosos ou intensos.

O DIU hormonal atua da seguinte forma: 

  • provoca o espessamento do muco cervical, substância produzida pelo colo uterino que protege os órgãos reprodutores contra ascensão de microrganismos presentes na vagina, impedindo, dessa forma, a passagem dos espermatozoides;
  • inibe o espessamento do endométrio, camada interna uterina, que durante os ciclos menstruais torna-se mais espesso e vascularizado para receber um possível embrião formado na fecundação. Nessa camada ele se implanta para dar início à gravidez;
  • diminui a motilidade das tubas uterinas, órgãos que abrigam a fecundação, fusão entre óvulo e espermatozoide que vai gerar a primeira célula do embrião, e respondem pelo transporte dos gametas para esse processo acontecer, bem como pelo do embrião formado ao útero para se implantar. 

Esse mecanismo de ação é semelhante no DIU Mirena e no DIU Kyleena, embora eles se diferenciem em outros pontos. Veja abaixo:

  • tamanho: o DIU Mirena é maior, tem 32mm de comprimento, 32mm de largura e 1,55 mm de espessura. Já as dimensões do DIU Kyleena são 30mm de comprimento, 28mm de largura e 1,9mm de espessura. O tamanho menor facilita a colocação;
  • quantidade e liberação de levonorgestrel: o DIU Mirena tem 52mg de levonorgestrel e libera diariamente cerca de 15mcg (microgramas); o DIU Kyleena, por sua vez, tem 19,5mg e libera aproximadamente 9mcg por dia. A quantidade, entretanto, não interfere na eficácia;
  • suspensão da menstruação: segundo estudos, apenas 1 a cada 100 mulheres que usam o DIU Kaleena podem ter a menstruação suspensa após um ano, enquanto esse feito pode ser percebido por 2 entre 10 mulheres que usam o DIU Mirena, por isso, geralmente é o mais indicado às com períodos menstruais mais intensos e cólicas severas, além de aliviar também a dor pélvica característica da endometriose. 

Tanto o DIU Mirena como o DIU Kyleena têm duração de 5 anos. Depois desse tempo, devem ser substituídos.

Como é possível perceber, existem muitas semelhanças entre o DIU Kyleena e o DIU Mirena, sendo as principais diferenças entre os dois o tamanho, a quantidade de hormônio liberada e o impacto em períodos intensos. Os dois podem prevenir em até 99% uma gravidez indesejada. 

É possível que alguns efeitos colaterais também ocorram nos dois casos. O mais comum é o sangramento de escape ou spotting, um leve sangramento que acontece fora do período menstrual, que pode durar entre 3 meses e 6 meses. Também podem induzir a formação de cistos ovarianos, embora isso ocorra mais raramente.

Hoje, o risco de infecção é bastante baixo, praticamente inexistente, bem como as chances de gravidez ectópica, quando o embrião se implanta em uma das tubas uterinas em vez do útero. 

A colocação é feita pelo colo do útero e o procedimento dura entre 10 e 20 minutos. Ambos têm um formato de T, com um braço de cada lado e um fio na parte inferior que desce até o colo do útero e a vagina.

Ainda que o DIU Mirena e o DIU Kyleena tenham diversas vantagens, como a longa duração e o fato de serem um método de controle de natalidade reversível, é importante procurar um especialista para avaliar o método contraceptivo mais adequado. Os DIUs hormonais, por exemplo, são contraindicados em algumas situações, bem como existem outras opções anticoncepcionais. 

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