A primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano, é formada na fecundação, quando os gametas, óvulos e espermatozoides se fundem, processo que acontece nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre os ovários e o útero.
Essa primeira célula, denominada zigoto, sofre sucessivas divisões celulares enquanto o embrião é transportado ao útero para se implantar no endométrio marcando o início do processo gestacional, camada interna uterina que o nutre e protege até a placenta estar estabelecida.
Placenta é um órgão vascularizado temporário que se desenvolve durante a gravidez, constituída por tecido materno e embrionário. Fornece oxigênio e nutrientes ao feto, nomenclatura atribuída ao embrião a partir da 8ª semana, fase em que já está estabelecida.
A placenta se fixa na parte superior ou lateral do útero na maioria das gestações e se conecta ao feto abrigado no líquido amniótico em seu interior pelo cordão umbilical.
Algumas complicações associadas a esse órgão podem ocorrer durante o processo gestacional, tornando, nesse caso, a gravidez de alto risco. A placenta prévia é uma das mais comuns. Para saber o que é essa condição, o que pode causá-la e quais as condutas adotadas nesse caso é só continuar a leitura até o final. Confira!
Placenta prévia é uma complicação da gravidez causada por seu posicionamento inadequado. Tem como característica a fixação na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo uterino.
Sangramento durante o período gestacional e no parto é a principal consequência desse posicionamento inadequado, o que afeta a oxigenação e o fornecimento de nutrientes para o feto. A condição, portanto, oferece riscos para ambos, ainda que raramente seja fatal nos dois casos.
Durante a gravidez, à medida que o feto cresce o útero aumenta de tamanho para acomodá-lo; a placenta também se move, até ficar posicionada na parte superior, dessa forma, o colo do útero fica liberado para permitir a passagem do bebê.
A placenta prévia pode ser de diferentes tipos, o que interfere na gravidade do quadro. No tipo marginal, por exemplo, está próxima ao colo do útero e não cobre a abertura; no parcial, como o nome sugere, a abertura é parcialmente coberta e, no total, totalmente.
Nesse último caso, há maior chance de hemorragia e o quadro é considerado mais grave, pode causar contrações resultando na prematuridade do parto, realizado por cesariana, independentemente do tempo de gravidez.
No entanto, geralmente, o sangramento é indolor, ou seja, não é acompanhado por cólicas típicas de contrações, assim como é mais comum nas últimas semanas da gravidez, embora possa ocorrer antes.
Até o momento a ciência desconhece a causa exata da placenta prévia, porém estudos sugerem que alguns fatores representam risco e aumentam as chances de a condição ocorrer, entre eles estão placenta prévia em uma gravidez anterior; anormalidades uterinas congênitas ou provocadas por doenças como miomas; aderências consequentes de cirurgias, incluindo a cesariana ou abortamentos e, gravidez múltipla.
A idade também influencia, mulheres acima dos 36 anos têm mais chances de desenvolver a condição quando compradas às mais jovens, bem como alguns hábitos, incluindo alcoolismo e tabagismo ou uso excessivo de drogas recreativas.
A placenta prévia normalmente é identificada durante a realização de exames no pré-natal de rotina, na maioria das vezes no terceiro trimestre. Se houver sangramento, a suspeita é confirmada por ultrassonografia transvaginal, em associação ou não com a suprapúbica ou abdominal.
Na maioria das vezes a placenta prévia se resolve naturalmente, principalmente quando acontece nos primeiros meses de gravidez. Mulheres com o problema, entretanto, devem ter um acompanhamento diferenciado, isso significa que normalmente há um intervalo menor entre as consultas do pré-natal, bem como na realização de exames.
O sangramento pode ser gerenciado de diversas maneiras, contudo, os especialistas costumam recomendar repouso total; é importante evitar qualquer atividade que possa causar contrações, o que inclui as aeróbicas, levantar pesos, relações sexuais ou mesmo o uso de absorventes internos.
Por outro lado, nos casos em que o sangramento não pode ser controlado ou se houver risco para a mãe e o feto, a conduta adotada é a cesariana de emergência.
A cesariana é idealmente planejada para depois da 36ª semana de gravidez, entretanto em algumas situações, como a persistência do sangramento ou se ocorrerem vários episódios, pode ser necessária anteriormente. Além disso, se o quadro for de hemorragia, a mulher pode precisar de uma transfusão sanguínea.
Apesar de as principais consequências da placenta prévia serem sangramento e parto prematuro, pode mais raramente resultar em mortalidade fetal e/ou materna, por isso, além de manter a regularidades das consultas de pré-natal, necessárias para garantir uma gravidez saudável para a mãe e seu futuro bebê, detectar condições como a placenta prévia ou mesmo controlá-las, é importante a atenção a qualquer tipo de sangramento ou outro sintoma que não seja característico da gravidez.
No caso da placenta prévia, se o sangramento ocorrer durante o segundo ou terceiro trimestre, for vermelho brilhante e acompanhado por contrações, é fundamental procurar auxílio médico com urgência.
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