O acompanhamento pré-natal, além de ser fundamental para a saúde da gestante e o desenvolvimento do bebê, é um direito garantido a todas as mulheres.
O ginecologista obstetra é o profissional responsável por atender e orientar a mulher durante essa fase tão importante de sua vida. Entretanto, em casos específicos, o acompanhamento precisa ser multiprofissional, envolvendo a participação de médicos de outras especialidades — conforme o diagnóstico de doenças preexistentes — além de psicólogo, dentista, nutricionista e fisioterapeuta, se necessário.
O objetivo do pré-natal é fornecer uma atenção cuidadosa à saúde da mulher durante toda sua gravidez, monitorar o crescimento e o desenvolvimento morfológico do feto, além de prevenir doenças maternas e intercorrências obstétricas.
Quando o ginecologista acompanha uma mulher em pré-natal não está cuidando somente de uma vida, mas de duas — ou até mais. O olhar para essa paciente é abrangente, guiando-se pela abordagem fisiológica da gestante e do feto, mas também abrindo espaço para o diálogo sobre outras questões.
Assim, além do foco nos aspectos biológicos da gravidez, o estado emocional da gestante, sua rede de apoio social e familiar e a participação do pai são pautas que merecem atenção, pois contribuem para a construção do vínculo com o bebê e para o bem-estar integral da mãe.
O pré-natal precisa iniciar assim que a mulher confirma que está grávida — quanto antes, melhor —, tendo em vista que os primeiros 3 meses gestacionais são fundamentais para o desenvolvimento embrionário e fetal.
Na verdade, quando o casal planeja a gravidez, é importante realizar consultas com o ginecologista ainda antes, na fase preconcepcional. Dessa forma, é possível avaliar com antecedência a saúde da mulher — e do casal —, prescrever suplementação vitamínica e medicamentos, se necessário, além de passar as devidas orientações sobre mudanças no estilo de vida.
O acompanhamento pré-natal ideal, segundo o Ministério da Saúde, contempla pelo menos 6 consultas ao longo da gestação:
Ao longo das consultas de seguimento, procedimentos médicos podem fazer parte do pré-natal. Esse acompanhamento é importante durante toda a gravidez, mas fica mais intenso nas últimas semanas, com a aproximação do parto e a necessidade de monitorar com mais frequência a vitalidade e a posição do bebê, as condições da placenta e do líquido amniótico e a pressão arterial materna.
Por meio da anamnese (entrevista clínica), do exame físico e dos exames complementares, o ginecologista obstetra cria um perfil da paciente no pré-natal e identifica possíveis riscos gestacionais. Além disso, a partir das avaliações iniciais, o médico passa as devidas orientações para que a gestante contribua para o desenvolvimento saudável da gravidez.
A indicação de exames pode variar de um médico para outro e de uma gestante para outra, conforme seu perfil clínico.
Ultrassons morfológicos são importantes no 1º e 2º trimestres gestacionais para verificar o desenvolvimento do feto e detectar precocemente possíveis malformações fetais.
Outro tipo de análise que muito interessa às gestantes é a sexagem fetal, técnica capaz de identificar o sexo do bebê, a partir de coleta sanguínea, ainda no 1º trimestre.
Além das avaliações feitas no pré-natal, o ginecologista obstetra orienta a gestante sobre a importância de manter hábitos saudáveis, o que inclui:
As informações discutidas em consulta podem incluir as mudanças fisiológicas e os desconfortos que a mulher pode experimentar durante a gestação, como alterações no sono e no ritmo intestinal, aumento de apetite, oscilações de humor etc.
Ademais, durante o pré-natal a paciente recebe informações sobre os sinais de risco em cada etapa da gravidez, sinais de trabalho de parto, tipos de parto, entre outras questões que a própria gestante traga para ser esclarecida nas consultas.
O médico que realiza o pré-natal monitora a saúde da gestante e do bebê. Por meio desse acompanhamento, é possível identificar e controlar doenças preexistentes, assim como aquelas que surgem especificamente durante a gravidez.
Em síntese, as complicações obstétricas que podem ocorrer, caso não seja feito um pré-natal adequado, incluem:
Por todos os motivos descritos neste texto, toda mulher precisa ter em mente que a gravidez envolve muitas alterações fisiológicas — além das psicossociais — e que requer um acompanhamento médico especial. Diante disso, o papel do ginecologista obstetra para realizar o pré-natal e, dessa forma, oferecer cuidados à saúde da mãe e do feto é indispensável.