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Suplementação vitamínica para gestantes

por Equipe: NOG

A gravidez envolve muitas alterações fisiológicas, resultando em uma sobrecarga para o organismo da mulher. Dessa forma, há um aumento nas necessidades de macro e micronutrientes, mas as demandas nutricionais nem sempre são supridas somente com a dieta. É por isso que a suplementação vitamínica para gestantes é tão importante.

Tanto durante a gravidez quanto nas fases de preconcepção e pós-parto, a ingestão de alguns suplementos é indicada. Entretanto, a suplementação deve ser feita somente após avaliação profissional. Se for realizada sem orientação médica, pode acarretar excesso ou escassez de nutrientes.

A suplementação vitamínica na gestação aliada a uma dieta adequada ajuda a evitar complicações maternas e neonatais, além de contribuir para a formação de crianças com menor suscetibilidade para desenvolver problemas de saúde. Portanto, traz benefícios em curto e longo prazos.

O que muda na necessidade nutricional durante a gestação?

Tanto a mãe quanto o feto passam por muitas e rápidas transformações ao longo do período gestacional. Com isso, as alterações anatômicas, fisiológicas e metabólicas modificam as demandas do corpo, necessitando de uma dieta com maior teor nutricional.

No aspecto da nutrição, podemos dividir a gravidez em fase materna e fase fetal. Na primeira, que corresponde aos primeiros 5 meses gestacionais, o corpo da mãe faz um estoque de nutrientes para garantir o desenvolvimento do feto.

Durante a fase materna, observam-se várias adaptações orgânicas, como o aumento do apetite, da eficiência digestiva e do volume sanguíneo. Aumentam também as atividades cardíacas e a necessidade de ventilação pulmonar.

Na fase nutricional fetal, que ocorre a partir do 5º mês de gestação, as reservas de nutrientes da mãe são utilizadas para permitir o crescimento do feto, que passa a ganhar peso de forma expressiva. Também ocorre um importante aumento na produção de insulina.

Diante da demanda aumentada de nutrientes, a mulher pode fazer aconselhamento nutricional desde a avaliação preconcepcional, sendo reforçada ao longo da gravidez em cada consulta pré-natal — e isso não significa “comer em dobro”, mas fazer as escolhas alimentares adequadas, além da suplementação vitamínica.

Seguir uma dieta equilibrada na gestação é importante tanto para garantir um bom estoque de nutrientes quanto para manter o ganho de peso dentro das metas recomendadas, visto que o aumento excessivo de peso materno também pode oferecer riscos à saúde da mãe e do feto.

 

 

Quais vitaminas não podem faltar na dieta da gestante?

A suplementação vitamínica para gestantes é variável quanto a alguns nutrientes. Entretanto, determinadas vitaminas são essenciais, independentemente da saúde da mulher. É o caso das necessidades de ácido fólico e ferro, que são até seis vezes maiores durante a gravidez, mas não são totalmente repostas com uma dieta saudável.

Na primeira consulta com o ginecologista — seja para se preparar para a concepção, seja para iniciar o pré-natal —, verifica-se a necessidade da adequação da dieta em cada caso, conforme as informações trazidas pela paciente em relação ao padrão de alimentação diária, histórico de peso corporal, prática de atividades físicas, histórico clínico e uso de medicamentos e outras substâncias químicas.

As principais fontes naturais de nutrientes são:

  • cereais integrais;
  • frutas;
  • vegetais crus, principalmente os folhosos verde-escuros;
  • leguminosas;
  • alimentos de origem animal (carnes, peixes, ovos e lácteos).

A prescrição da dieta e da suplementação vitamínica deve ser ainda mais cuidadosamente elaborada para gestantes com alto risco de deficiência nutricional. Nesse grupo estão os casos de:

  • alimentação exclusivamente vegetariana ou vegana;
  • gravidez gemelar;
  • gestação na adolescência;
  • quadro de obesidade ou de desnutrição;
  • vômitos persistentes durante a gravidez;
  • problemas de saúde, como diabetes mellitus, doença inflamatória intestinal e doença celíaca;
  • fatores de risco para pré-eclâmpsia;
  • transtorno de pica — desejo ou ingestão de materiais que não são alimentos.

Cada mulher tem necessidades diferentes, portanto não há indicações de rotina. É importante que cada gestante faça o acompanhamento pré-natal para receber orientação exclusivamente para o seu caso.

Quais problemas são evitados com a suplementação vitamínica para gestantes?

O aconselhamento dietético adequado e individualizado pode evitar problemas perinatais e neonatais diversos, como nascimento prematuro, pré-eclâmpsia, anemia, malformações e déficits de neurodesenvolvimento.

A deficiência de ácido fólico, por exemplo, está associada a defeitos no fechamento do tubo neural, acarretando malformações como anencefalia e mielomeningocele ou espinha bífida. Já a falta de suplementação de ferro resulta em anemia materna, um problema comum durante e após a gestação, e aumenta o risco de o neonato apresentar baixo peso. Depois do parto, os cuidados nutricionais podem continuar.

Por todas as razões que apresentamos neste texto, as escolhas alimentares com alto teor de nutrientes aliadas à suplementação vitamínica para gestantes são essenciais para a manutenção da saúde materna, bem como para o desenvolvimento saudável da criança.