É sempre importante que a gravidez envolva planejamento familiar e seja buscada depois de uma decisão consciente, uma vez que impõe mudanças significativas na vida do casal, especialmente da mulher. Enquanto essa decisão não é tomada, é importante recorrer aos métodos contraceptivos para não ter que lidar com a surpresa de uma gestação não planejada.
Existem, hoje, diversas formas de contracepção, hormonais e não hormonais. Os anticoncepcionais à base de hormônios são eficazes por modificar as funções reprodutivas relacionadas à ovulação e ao preparo do útero, assim como tornam o ambiente uterino hostil para os espermatozoides.
Contraceptivos hormonais são encontrados em vários formatos e podem ser administrados por diferentes vias (oral, vaginal, injetável e outras). São elaborados com hormônios sintéticos similares aos que são produzidos no corpo feminino — alguns com estrogênio e progesterona combinados, outros apenas com progestinas.
Os contraceptivos não hormonais atuam como barreiras para que os gametas masculinos não encontrem o feminino. Esse mecanismo também ocorre na contracepção cirúrgica.
Há, ainda, os dispositivos intrauterinos (DIU), hormonais e não hormonais, que apresentam eficácia em torno de 99%.
Diante de tantas opções, a orientação de um ginecologista é essencial para a escolha do contraceptivo, tendo em vista o mecanismo de ação de cada um, a taxa de eficácia e a praticidade na utilização diária.
Aqui, temos uma lista com diferentes formas de contracepção hormonal. Veja como cada um desses métodos é utilizado na prevenção da gravidez!
A pílula foi a primeira forma de anticoncepção hormonal, desenvolvida ainda na década de 1960. O medicamento trouxe grande impacto no planejamento familiar, oferecendo mais autonomia às mulheres quanto à decisão e ao momento de se tornarem mães, de modo que puderam começar a buscar mais oportunidades de trabalho e estudo. Até hoje, trata-se do método contraceptivo mais utilizado.
O mecanismo de ação da pílula está na alteração do processo ovulatório. A concentração contínua de hormônios ovarianos sintéticos realiza o feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, inibindo a liberação dos hormônios que promovem a ovulação.
As principais vantagens do uso da pílula são o baixo custo, o fácil acesso à medicação e a facilidade de utilização no dia a dia. Entretanto, tem como desvantagem a dependência da atenção diária da mulher. Esquecimentos aumentam as chances de falhas na contracepção. Algumas interações medicamentosas também reduzem a eficácia anticoncepcional.
O anel vaginal não é utilizado com frequência, nem mesmo é conhecido por todas as mulheres. É um pequeno dispositivo plástico que deve ser colocado na vagina e mantido por 3 semanas em sua posição. Após esse período, o objeto é removido para permitir o fluxo menstrual.
Por se tratar de um método hormonal, o anel também libera estrogênio e progesterona, levando a alterações nas etapas do ciclo reprodutivo. Se utilizado corretamente, é mais uma alternativa segura e eficaz para quem não quer engravidar.
Vale esclarecer que, devido ao seu formato, não há riscos de que o dispositivo seja empurrado para fora do alcance. Além disso, o uso do anel vaginal não prejudica a atividade sexual. Outra vantagem é que o anel vaginal precisa ser colocado somente uma vez por mês. Uma desvantagem é que a peça pode sair acidentalmente durante a relação sexual, mas basta lavar em água fria e inserir novamente.
Esse anticoncepcional é um adesivo de plástico fino, semelhante a um curativo, que, quando aplicado sobre a pele, passa a liberar hormônios. Assim como o anel vaginal e a maior parte das pílulas, a utilização é feita em ciclos, devendo a mulher usar o adesivo por 3 semanas consecutivas, depois ficar uma semana sem para que ocorra o período menstrual.
Entre seus benefícios: o adesivo cutâneo hormonal é um método contraceptivo eficaz, de fácil aplicabilidade e que não necessita de atenção diária. Ainda assim, requer a troca a cada 7 dias, além de poder causar irritação na pele em algumas pessoas.
O implante subdérmico é um método moderno e muito vantajoso, embora ainda não seja amplamente conhecido. Seu efeito é prolongado, evitando a gravidez por pelo menos 3 anos, o que garante mais conveniência no uso.
Medindo cerca de 4 cm, o implante apresenta uma haste fina que é colocada sob a pele do braço da paciente com o auxílio de um instrumento apropriado, semelhante a uma agulha. Isso é feito no consultório do ginecologista, que tem o conhecimento necessário para efetuar o procedimento.
A longa duração desse método é a principal vantagem. Por outro lado, não é tão vantajoso em relação ao custo, uma vez que é o contraceptivo de valor mais elevado entre esses que foram mencionados.
Os contraceptivos injetáveis são bem conhecidos e, há tempos, estão entre as escolhas de mulheres que não se habituam ao uso diário da pílula. Alguns são aplicados mensalmente, outros trimestralmente. A liberação de hormônios interfere no processo ovulatório, impedindo a ovulação e a gravidez.
Todos os métodos hormonais listados são eficazes, desde que sejam utilizados da forma correta. Assim, a injeção anticoncepcional cumpre sua função, mas pode ter a eficácia reduzida se for aplicada com atrasos.
Os benefícios desse método são o custo acessível e a praticidade de aplicar a injeção apenas 1 vez por mês ou a cada 3 meses. Entre as desvantagens, está o restabelecimento mais demorado da regularidade menstrual — algumas mulheres levam meses para voltar a menstruar normalmente.
Um questionamento comum entre as usuárias é se a anticoncepção hormonal pode prejudicar a fertilidade no longo prazo. Isso não acontece. São métodos reversíveis, o que significa que, pouco tempo após a interrupção do uso, a mulher pode engravidar — a menos que tenha algum fator de infertilidade ainda não diagnosticado.
Quando a mulher tem alguma contraindicação para o uso de contraceptivos hormonais pode recorrer a outras formas de evitar a gravidez, como:
Vemos, então, que existem muitas formas de evitar uma gestação não planejada. Sendo assim, a orientação de um ginecologista é fundamental para esclarecer dúvidas e ajudar a paciente a fazer uma escolha segura de contraceptivo.