O dispositivo intrauterino (DIU) é utilizado há décadas como método contraceptivo, com as vantagens de evitar a gravidez por longo prazo (entre 5 e 10 anos, dependendo do tipo utilizado) e ser reversível — a mulher pode solicitar a remoção da peça, assim que decidir engravidar.
Uma das opções é o DIU com fio de prata que, na verdade, também é um dispositivo de cobre, mas que traz inovações em relação ao tradicional. Nesse caso, a peça leva prata nas hastes e ambos os metais se misturam. Como a prata tem a ação de estabilizar o cobre, ocorre menos fragmentação do material.
Outra diferença é que o DIU com fio de prata tem o formato da letra Y, enquanto os outros tipos de DIU têm forma de T. Esse detalhe parece facilitar a inserção da peça e proporcionar menos desconforto à paciente, além de ter um encaixe mais preciso na cavidade uterina.
A eficácia do DIU com fio de prata não reduz em comparação com o dispositivo revestido apenas com cobre. Ambos apresentam mais de 99% de segurança na prevenção da gravidez. O único fator que muda é o tempo de contracepção, que cai de 10 para 5 anos.
Ainda assim, é um método com efeito de longo prazo, com poucos efeitos adversos e praticidade no uso diário, visto que não necessita da lembrança da mulher para utilizá-lo no dia a dia, como no caso da pílula.
O DIU com fio de prata e o de cobre convencional não levam hormônios em sua composição, portanto, são boas alternativas de contracepção para mulheres que não podem ou não querem utilizar métodos hormonais em razão dos possíveis efeitos sistêmicos.
Antes da escolha do método anticoncepcional, a consulta com o ginecologista é de suma importância. Nessa ocasião, a paciente recebe o adequado esclarecimento quanto aos efeitos favoráveis e adversos do uso do DIU, assim como pode tirar suas dúvidas em relação ao mecanismo de ação, taxa de eficácia, procedimento de inserção e retirada da peça.
O DIU de cobre com fio de prata tem 2 mecanismos de ação principais: torna o ambiente tóxico para os espermatozoides e modifica as características do tecido endometrial, que reveste o útero por dentro.
Assim que é implantado na cavidade uterina, o dispositivo começa a liberar íons metálicos que dão origem a um processo inflamatório espermicida, ou seja, capaz de interromper a movimentação e a sobrevida dos espermatozoides no trato reprodutivo feminino. Entretanto, a presença do metal não afeta a saúde da mulher.
A presença do DIU também inibe a ação proliferativa das células endometriais. Esse tecido, a cada ciclo reprodutivo, torna-se mais espesso após a ovulação e receptivo à chegada de um embrião, caso o óvulo seja fecundado.
Entretanto, com o uso do dispositivo intrauterino, as características do endométrio permanecem inapropriadas, de forma que não há condições para que uma implantação embrionária aconteça.
Somando-se aos dois mecanismos principais mencionados, o uso do DIU também deixa o muco cervical mais espesso, dificultando a subida dos espermatozoides para o útero. Portanto, de modo resumido:
A implantação de qualquer tipo de dispositivo intrauterino é feita no consultório ginecológico. Com experiência e conhecimento técnico, o ginecologista coloca o dispositivo no local correto, oferendo o mínimo de desconforto à paciente.
São poucas as situações que não permitem o uso do DIU, incluindo: anormalidades anatômicas uterinas, como útero bicorno ou septado; estenose cervical severa (estreitamento da passagem do colo do útero); presença de mioma submucoso com distorção relevante do endométrio. Essas condições podem dificultar a inserção e aumentar o risco de expulsão da peça.
Processos de inflamação aguda nos órgãos pélvicos, como endometrite e cervicite — no endométrio e no colo do útero, respectivamente — também contraindicam a manipulação uterina e requerem tratamento antes da colocação do DIU.
Devido à possibilidade de a mulher ter alguma dessas condições não diagnosticadas, o ginecologista realiza e solicita os exames necessários antes do procedimento para inserção do dispositivo.
As vantagens do DIU com fio de prata incluem:
É sempre importante procurar acompanhamento ginecológico para fazer a devida avaliação e esclarecer as dúvidas sobre o uso do DIU!