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Pré-obesidade durante a gestação: saiba mais sobre esse importante assunto

por: Equipe NOG

Considerada uma doença, a obesidade se tornou um problema de saúde pública mundial. Isso porque a prevalência triplicou nas últimas três décadas em praticamente todos os países, o que é justificado pelos hábitos das sociedades atuais, incluindo o sedentarismo e o aumento do consumo de alimentos processados ​​com alto teor calórico. 

A obesidade tem efeitos negativos em quase todas as funções fisiológicas do corpo e um grande impacto na morbidade e mortalidade ao longo da vida, uma vez que está associada a outras condições como o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. 

A prevalência da obesidade em mulheres em idade reprodutiva é igualmente observada no mundo todo, inclusive no Brasil. Nesse caso, a doença pode causar redução na fertilidade e aumentar o tempo necessário para conceber, além do risco de desenvolver outras condições e de resultados adversos para mãe e filho se a mulher engravidar. 

Esses impactos na fertilidade também ocorrem se o quadro for de pré-obesidade ou sobrepeso e, da mesma forma, em uma possível gestação. A manutenção saudável do peso antes e durante o período gestacional, portanto, é necessária para garantir bons resultados. 

Continue a leitura do texto até o final, saiba tudo sobre pré-obesidade durante a gestação e as possíveis consequências quando a condição não é adequadamente controlada. Confira!

O que é pré-obesidade?

Pré-obesidade ou sobrepeso e obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde. O padrão internacional utilizado clinicamente para avaliar a composição corpórea é o IMC (índice de massa corporal), que indica se o peso está acima do ideal a partir da relação peso/altura: o peso, em quilograma (Kg) é dividido pela altura ao quadrado (m2).

A pré-obesidade é classificada quando o IMC está entre 25 kg/m2 e 29,9 kg/m2. Durante a idade reprodutiva esse sobrepeso dificulta a ovulação, liberação do óvulo nos ciclos menstruais. Dificuldade, que é proporcional ao IMC, ou seja, quanto maior menores as chances de o óvulo ser liberado, impedindo a fecundação. 

Por outro lado, a classificação da obesidade considera um IMC de 30 kg/m2 ou superior, isso significa que mulheres com pré-obesidade podem facilmente se tornar obesas. O excesso de peso ou obesidade durante a gestação influencia fortemente não apenas as complicações metabólicas, porém também as consequências perinatais adversas. 

Pré-obesidade durante a gestação

Durante a gestação ocorrem diversas mudanças fisiológicas no corpo feminino, em vários sistemas. O peso naturalmente aumenta para suprir as necessidades energéticas maternas e do feto. No entanto, ainda que o ganho de peso gestacional seja necessário para garantir um feto saudável, o ganho inadequado está associado a resultados adversos. 

A obesidade materna durante a gestação também é considerada um problema de saúde pública. Para se ter uma ideia, segundo estudos as taxas de prevalência são de aproximadamente 30% nos países ocidentais. O ganho excessivo de peso durante o período registra percentuais ainda maiores, de 40% ou mais. 

Entre os problemas que o aumento de peso durante a gestação pode provocar estão o diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, transtornos emocionais como depressão e ansiedade, parto cesáreo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, bebê natimorto e macrossomia. 

Assim, mulheres grávidas obesas têm maior probabilidade de parto de bebês grandes ou pequenos para a idade gestacional, parto prematuro espontâneo ou por indicação médica, bebês nascidos mortos, bem como é mais alto o risco de ocorrerem malformações fetais congênitas. Já a pré-eclâmpsia, aumento da pressão arterial, pode evoluir para a eclâmpsia, associada à morbidade e mortalidade materna.

Também podem ter perda precoce da gestação, dificuldades durante o trabalho de parto e correm maior risco de hemorragia no puerpério ou pós-parto. 

Por isso, mulheres grávidas diagnosticadas com pré-obesidade devem seguir uma dieta rigorosa durante o período gestacional, bem como outras orientações do ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento pré-natal. 

Além disso, o impacto em longo prazo da obesidade materna e do ganho excessivo de peso durante a gestação na adiposidade e nos resultados de saúde relacionados com o sistema cardiovascular e metabólico pode levar a outras complicações tardias, depois do nascimento, incluindo o diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, ambas associadas a morbidades pós-parto. 

A saúde da próxima geração pode igualmente ser comprometida. É comum que os filhos de mulheres com obesidade durante a gestação desenvolvam a doença na infância ou mesmo na idade adulta e, dessa forma, o diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares.

Todos esses problemas, entretanto, podem ser evitados com o acompanhamento pré-natal adequado. É recomendado, inclusive, que mulheres com pré-obesidade que pretendem engravidar o façam a partir de um planejamento adequado, iniciando o acompanhamento com o especialista nos meses anteriores às tentativas, o que é chamado de consulta preconcepcional.

Dessa forma, é possível assegurar que o processo gestacional ocorra sem nenhuma intercorrência, que o feto se desenvolva de forma saudável e o futuro bebê não tenha a saúde comprometida. 

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