Toda mulher que deseja ser mãe geralmente espera uma gravidez sem intercorrências e um parto tranquilo. Na maioria das vezes é exatamente isso que acontece. No entanto, algumas podem enfrentar dificuldades e complicações inesperadas.
Por isso, os órgãos de saúde orientam às mulheres grávidas ou em tentativa de engravidar a realização do pré-natal, acompanhamento feito pelo ginecologista-obstetra, que pode iniciar antes da concepção, quando a gravidez é planejada, ou assim que for confirmada, e, deve estender-se até o puerpério, período pós-parto.
O pré-natal é necessário para prevenir ou detectar precocemente qualquer problema que possa comprometer a saúde materna e fetal. Além fazer diferentes exames, a mulher também recebe orientações sobre a gravidez, como sugestões para uma alimentação mais equilibrada, mudanças corporais e emocionais consequentes da variação hormonal ou mesmo sintomas que podem indicar riscos.
Geralmente, a recomendação mínima é de seis consultas durante o período gestacional, uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro.
Em cada um são realizados exames específicos que avaliam a saúde da mãe e do seu futuro bebê. Se forem detectados problemas, ou nos casos de doenças anteriores que podem resultar em complicações, o quadro passa a ser considerado como gestação de alto risco, que exige um acompanhamento mais frequente, com maior atenção.
Acompanhe a leitura do texto até o final para saber o que é gestação de alto risco e a conduta médica que costuma ser adotada nesses casos. Confira!
Uma gestação de alto risco é aquela em que a mulher e seu feto enfrentam uma probabilidade acima do normal de terem problemas. Muitos fatores, incluindo aqueles que afetam a ambos e os que surgem durante o período, podem tornar a gestação de alto risco.
Um dos principais associados ao quadro é a idade materna. Mulheres com menos de 17 anos ou acima dos 35 anos, por exemplo, têm mais risco de complicações, como distúrbios genéticos que levam ao abortamento.
Entre as condições médicas anteriores à concepção, pode-se citar a hipertensão arterial crônica, que aumenta a possibilidade de pré-eclâmpsia, potencialmente perigosa para a mãe e feto, doenças autoimunes, como o Lúpus, diabetes, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), incluindo o HIV, vírus da imunodeficiência humana, problemas cardíacos, no pulmões ou rins.
Já as mulheres saudáveis podem ter pré-eclâmpsia como consequência da presença de proteína na urina, liberada pelo feto, e o diabetes gestacional, condição em que os hormônios placentários interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue.
Independentemente da saúde materna podem ainda ocorrer problemas consequentes do próprio processo gestacional que levam à gestação de alto risco.
Exemplos incluem os associados à placenta e ao feto, como os de desenvolvimento fetal, placenta prévia, condição na qual a placenta pode cobrir todo o colo uterino impedindo a passagem do bebê; descolamento prematuro da placenta, quando se descola do endométrio antes do parto e placenta acreta, quando os vasos placentário se enraízam profundamente na parede uterina.
Hábitos de vida estão ainda entre os fatores de risco, incluindo tabagismo e alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas e de alguns medicamentos. Sedentarismo, estresse, transtornos emocionais como ansiedade ou depressão ou exposição a substâncias químicas também podem contribuir.
Na gestação normal, as consultas do pré-natal devem ser idealmente realizadas mensalmente nas primeira 32 semanas, quinzenalmente até a 37ª e, depois disso, semanalmente até o nascimento. Enquanto na gestação de alto risco devem ser mais frequentes. O número varia de acordo com cada caso.
A periodicidade dos exames que avaliam a saúde materno-fetal é igualmente maior, como os que medem a quantidade de proteína na urina, a pressão arterial, detectam possíveis infecções, bem como as ultrassonografias que avaliam o desenvolvimento da gestação e indicam problemas associados ao futuro bebê.
O ajuste de dosagens de medicamentos de uso contínuo ou prescritos durante a gestação também deve ser criteriosamente observado.
Mulheres com condições prévias, por sua vez, devem consultar um especialista antes de decidir engravidar, o que é chamado consulta pré-concepcional, para realização de exames, ajustes de medicamentos ou adequações necessárias que garantam a saúde materna e fetal durante o processo gestacional e/ou minimizem riscos.
Além disso, é fundamental que o acompanhamento da mulher e do bebê continue no puerpério, especialmente quando a gestação é de alto risco.
Diferentes estudos já comprovaram, que o acompanhamento adequado do pré-natal pode evitar ou prevenir a maioria das complicações na gestação ou puerpério, independentemente da situação. Essa, inclusive, é a maneira mais eficaz para reduzir os percentuais de mortalidade materna e fetal.
Isso significa que mesmo quando há o diagnóstico de gestação de alto risco, o processo gestacional, nascimento e desenvolvimento do bebê no futuro podem ocorrer de forma saudável, sem nenhuma irregularidade. Por outro lado, apenas 10% das gestações são consideradas de alto risco.
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