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O que é pré-eclâmpsia?

Os cuidados do pré-natal são essenciais para manter a mãe e seu futuro bebê saudáveis. Por isso, mulheres que suspeitam estar grávidas devem agendar uma consulta com o ginecologista-obstetra para iniciar o processo. 

As consultas geralmente incluem exame físico, verificação de peso, medida da pressão arterial, exames laboratoriais e de imagem, como os de ultrassom. Também são abordados aspectos da saúde materna e fetal, indicadas vitaminas e dietas alimentares adequadas a cada fase, o que vai ajudar no desenvolvimento do feto e do bebê no futuro.

Segundos estudos, os bebês de mães que não recebem cuidados pré-natais têm três vezes mais chances de ter baixo peso ao nascer, bem como é cinco vezes maior a de nascerem mortos, quando comparados aos de mãe que receberam esses cuidados. 

Durante o pré-natal, os especialistas podem detectar problemas de saúde precocemente quando atendem às mães regularmente. Isso permite que o tratamento seja igualmente precoce. Essas ações, além de possibilitarem a cura ou controle de algumas condições, ajudam a prevenir outras. 

A pré-eclâmpsia, por exemplo, é uma condição exclusiva da gravidez e pode complicar até 8% de todos os partos no mundo, sendo, ainda, uma das principais causas de nascimentos prematuros. 

Continue a leitura até o final para saber o que é pré-eclâmpsia, conhecer os fatores de riscos, métodos diagnósticos e tratamento. Confira!

O que é pré-eclâmpsia?

Pré-eclâmpsia é uma das possíveis complicações da gravidez, potencialmente perigosa para  saúde da mãe e do feto. Tem como características o aumento da pressão arterial, presença de proteínas na urina e, muitas vezes, inchaço no rosto, pernas, pés e mãos. Começa após a 20ª semana da gravidez em mulheres cuja pressão arterial era normal e pode ocorrer também no puerpério, logo após o parto.

Como o aumento repentino e inchaço, principalmente do rosto e mãos, também são sintomas típicos da gravidez, muitas vezes a mulher demora a perceber o problema. No entanto, a diminuição da produção de urina está entre os sintomas que podem ajudar na percepção, bem como outros indicam a necessidade de procurar auxílio médico com urgência, incluindo dores de cabeça e abdominais severas, alterações na visão e falta de ar.

Com o acompanhamento adequado a pré-eclâmpsia pode ser controlada, enquanto a falta de controle, por sua vez, pode levar a complicações mais graves. 

Quais são os fatores de risco para pré-eclâmpsia?

Estudos sugerem que a pré-eclâmpsia começa na placenta, órgão vascular temporário que se forma durante a gravidez, cuja função é estabelecer a comunicação entre mãe e o feto, facilitando a troca de nutrientes e oxigênio pela corrente sanguínea e, a eliminação de excrementos. 

Nas mulheres com pré-eclâmpsia esses vasos não se desenvolvem ou funcionam adequadamente, são mais estreitos, limitando a quantidade de sangue que pode fluir por eles. Esse desenvolvimento anormal pode ser provocado por danos causados aos vasos sanguíneos; insuficiência de fluxo sanguíneo para o útero, fatores imunológicos ou genéticos. 

Mulheres que sofrem como hipertensão arterial crônica ou têm histórico pessoal e familiar de pré-eclâmpsia são consideradas o principal grupo de risco. Porém, outros fatores podem ainda aumentar as chances de desenvolver a condição, entre eles:

  • gravidez múltipla;
  • primeira gravidez;
  • intervalo entre as gestações menor do que dois anos ou maior do que dez; 
  • idade, o risco é mais alto em mulheres jovens ou acima dos 36 anos;
  • diferença racial, mulheres de pele negra têm maior risco quando comparadas com às de pele branca;
  • novo parceiro, há mais chances quando há um novo parceiro do que a segunda ou terceira gravidez com o mesmo;
  • condições como obesidade, diabetes tipo 1 ou 2, doenças renais, trombofilia, tendência a desenvolver coágulos sanguíneos e doenças autoimunes, como o lúpus.

Os fetos de mulheres com pré-eclâmpsia geralmente não crescem adequadamente, assim como o bebê pode ter baixo peso ao nascer. Isso acontece porque os vasos sanguíneos são afetados e, dessa forma, a troca de nutrientes e oxigênio é menor. 

Além disso pode haver descolamento da placenta, quando ocorre a separação do órgão da camada interna do útero antes do parto; em casos graves pode provocar hemorragia, quadro perigoso para a mãe e o feto.

No entanto, a principal preocupação é a evolução para eclâmpsia, uma forma grave de pré-eclâmpsia cuja consequência são convulsões que podem provocar confusão e desorientação ou colocar a gestante em coma. Em alguns casos, podem ainda causar acidente vascular cerebral (AVC) ou morte. Embora a eclâmpsia seja considerada uma complicação da pré-eclâmpsia, pode ocorrer sem os sinais iniciais, sendo percebida apenas pelas convulsões.

Contudo, na maioria dos casos, a pré-eclâmpsia é tratada por medicamentos para baixar a pressão arterial antes de evoluir para eclâmpsia. Por isso, é fundamental a realização do pré-natal e o comparecimento a todas as consultas agendadas pelo especialista, periodicidade determinada de acordo com o quadro de cada paciente. Em cada uma, é feita a medida da pressão arterial, o que permite prevenir e/ou controlar o quadro.

Quando ocorre a evolução para a eclâmpsia, por outro lado, o único tratamento é o parto, que normalmente é prematuro. 

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O que é consulta preconcepcional e por que é importante?

Entre os ganhos proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico está o avanço de diferentes áreas da medicina. Hoje, técnicas de imagem em alta resolução, cirurgias minimamente invasivas, inclusive com auxílio de robôs e a evolução de procedimentos laboratoriais, permitem detectar e tratar precocemente diferentes condições. 

Na área ginecológica-obstétrica, por exemplo, além da solução de praticamente todos os problemas de infertilidade, houve uma grande redução nos casos de mortalidade materna e/ou fetal, pois os recursos disponíveis atualmente proporcionam uma gravidez com menos risco. 

Em algumas situações, o tratamento pode até mesmo ser feito durante o desenvolvimento intrauterino. É importante, entretanto, manter as consultas de rotina e, se o objetivo for formar uma família, a atenção ao pré-natal é essencial.

Apesar de a maioria das mulheres saber sobre a importância do pré-natal quando há intenção de engravidar, uma consulta igualmente necessária, que ocorre antes mesmo das tentativas ainda é pouco conhecida, a consulta preconcepcional

Continue a leitura até o final para saber o que é consulta preconcepcional, por que é importante e como é feita. Confira!

Consulta preconcepcional e sua importância

Consulta preconcepcional, como o nome sugere, é aquela realizada antes de iniciar as tentativas para engravidar; idealmente, pelo menos nos três meses anteriores. É necessária na preparação para uma gravidez, pois ajuda a evitar possíveis complicações que podem ocorrer durante o período gestacional, garantindo a saúde da mãe e do seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional possibilita avaliar riscos, permite intervenções e otimização médica antes da gravidez para reduzir a possibilidade de resultados obstétricos maternos e fetais desfavoráveis. Ou seja, tem um efeito positivo nas chances de sucesso.

Segundo estudos, eventos que ocorrem antes de a mulher saber que está grávida podem ter um impacto significativo no crescimento fetal e no resultado da gravidez. 

Embora os casos de mortalidade materno-fetal tenham reduzido significativamente no mundo todo, as taxas ainda são consideradas altas. As malformações congênitas e a prematuridade, por exemplo, são responsáveis ​​pela maioria das mortes fetais e nem sempre as intervenções durante os cuidados pré-natais conseguem mitigar os resultados. 

A consulta preconcepcional, por sua vez, oferece a oportunidade de discutir fatores de risco para minimizá-los antes da gravidez, utilizando, para isso, diferentes abordagens baseadas em evidências científicas.

Ainda que todas as mulheres que pretendem engravidar devam realizar a consulta preconcepcional, ela é particularmente necessária às já diagnosticadas com algumas condições, como obesidade, hipertensão, diabetes e outras crónicas, bem como às que tiveram problemas em gestações anteriores ou planejam ter o primeiro filho. 

Entenda como a consulta preconcepcional é feita

Durante a consulta preconcepcional são abordados aspectos como histórico reprodutivo, histórico clínico pessoal, familiar e do parceiro, uso de medicamentos, riscos sociais que podem afetar a fertilidade ou a obtenção da gravidez, saúde emocional ou mesmo estilo de vida. 

No histórico reprodutivo são avaliadas qualquer gravidez anterior, de alto risco ou não, possíveis abortamentos espontâneos, doenças que afetam os órgãos reprodutores, histórico pregresso ou atual de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem provocar infertilidade e resultados de exames de Papanicolau anteriores.

Já no clínico pessoal são pesquisadas doenças atuais ou pregressas, principalmente as que representam risco para gravidez e, no familiar, os distúrbios genéticos que podem ser transmitidos aos filhos. Doenças que podem afetar os órgãos reprodutores do parceiro são igualmente avaliadas, assim como a incidência de ISTs. 

O uso de medicamente e/ou suplementos também deve ser relatado ao médico na ocasião, que vai avaliar ainda situações de risco social ou profissional, como a exposição a elementos químicos e estilo de vida, incluindo hábitos como tabagismo, alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas, sedentarismo e alimentação. 

Na consulta preconcepcional a mulher também recebe orientações importantes, entre elas a dieta mais adequada, vitaminas pré-natal, controle do ciclo menstrual, ovulação e período fértil, frequência para realizar os testes de gravidez e exercícios que podem ajudar a preparar para o período gestacional e pós-parto, da mesma forma que o especialista solicita ao casal os exames necessários para confirmar a saúde reprodutiva. 

Os primeiros solicitados geralmente são os que determinam a fertilidade; avaliação da reserva ovariana às mulheres, que indica a quantidade de folículos presentes no momento, estruturas que contêm o óvulo imaturo, dos pequenos aos que podem desenvolver e ovular chamados pré-antrais e antrais. Enquanto aos homens é solicitado o espermograma, que indica a qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras.

Posteriormente, são solicitados exames laboratoriais e de imagem, incluindo os de sangue e urina, que detectam a presença de bactérias sexualmente transmissíveis, ultrassonografia transvaginal e da bolsa testicular ou outros complementares caso seja necessário.

A avaliação dos níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo também é solicitada, bem como tipagem sanguínea, imunidade à rubéola, sarampo, varicela, hepatite B e toxoplasmose.

Os resultados orientam a abordagem terapêutica mais adequada em cada caso, se houver necessidade de tratar alguma condição e permitem um planejamento do pré-natal adequado para a paciente, com os cuidados necessários para assegurar uma gravidez saudável para ela e seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional, portanto, proporciona o equilíbrio da saúde desde o início da gravidez, aumentando bastante as chances de não ocorrerem complicações durante o período gestacional e no puerpério, período logo após o parto. 

Diferentes estudos demostram que os cuidados preconcepção contribuem para aumentar as chances de engravidar, reduzem riscos de abortamento espontâneo, defeitos congênitos (de nascimento) no bebê e de efeitos adversos na gravidez, como a pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mulher. 

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O que é gestação de alto risco?

Toda mulher que deseja ser mãe geralmente espera uma gravidez sem intercorrências e um parto tranquilo. Na maioria das vezes é exatamente isso que acontece. No entanto, algumas podem enfrentar dificuldades e complicações inesperadas.

Por isso, os órgãos de saúde orientam às mulheres grávidas ou em tentativa de engravidar a realização do pré-natal, acompanhamento feito pelo ginecologista-obstetra, que pode iniciar antes da concepção, quando a gravidez é planejada, ou assim que for confirmada, e, deve estender-se até o puerpério, período pós-parto.

O pré-natal é necessário para prevenir ou detectar precocemente qualquer problema que possa comprometer a saúde materna e fetal. Além fazer diferentes exames, a mulher também recebe orientações sobre a gravidez, como sugestões para uma alimentação mais equilibrada, mudanças corporais e emocionais consequentes da variação hormonal ou mesmo sintomas que podem indicar riscos.

Geralmente, a recomendação mínima é de seis consultas durante o período gestacional, uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro.

Em cada um são realizados exames específicos que avaliam a saúde da mãe e do seu futuro bebê. Se forem detectados problemas, ou nos casos de doenças anteriores que podem resultar em complicações, o quadro passa a ser considerado como gestação de alto risco, que exige um acompanhamento mais frequente, com maior atenção.

Acompanhe a leitura do texto até o final para saber o que é gestação de alto risco e a conduta médica que costuma ser adotada nesses casos. Confira!

Gestação de alto risco

Uma gestação de alto risco é aquela em que a mulher e seu feto enfrentam uma probabilidade acima do normal de terem problemas. Muitos fatores, incluindo aqueles que afetam a ambos e os que surgem durante o período, podem tornar a gestação de alto risco.

Um dos principais associados ao quadro é a idade materna. Mulheres com menos de 17 anos ou acima dos 35 anos, por exemplo, têm mais risco de complicações, como distúrbios genéticos que levam ao abortamento.

Entre as condições médicas anteriores à concepção, pode-se citar a hipertensão arterial crônica, que aumenta a possibilidade de pré-eclâmpsia, potencialmente perigosa para a mãe e feto, doenças autoimunes, como o Lúpus, diabetes, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), incluindo o HIV, vírus da imunodeficiência humana, problemas cardíacos, no pulmões ou rins.

Já as mulheres saudáveis podem ter pré-eclâmpsia como consequência da presença de proteína na urina, liberada pelo feto, e o diabetes gestacional, condição em que os hormônios placentários interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue.

Independentemente da saúde materna podem ainda ocorrer problemas consequentes do próprio processo gestacional que levam à gestação de alto risco.

Exemplos incluem os associados à placenta e ao feto, como os de desenvolvimento fetal, placenta prévia, condição na qual a placenta pode cobrir todo o colo uterino impedindo a passagem do bebê; descolamento prematuro da placenta, quando se descola do endométrio antes do parto e placenta acreta, quando os vasos placentário se enraízam profundamente na parede uterina.

Hábitos de vida estão ainda entre os fatores de risco, incluindo tabagismo e alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas e de alguns medicamentos. Sedentarismo, estresse, transtornos emocionais como ansiedade ou depressão ou exposição a substâncias químicas também podem contribuir.

Pré-natal na gestação de alto risco

Na gestação normal, as consultas do pré-natal devem ser idealmente realizadas mensalmente nas primeira 32 semanas, quinzenalmente até a 37ª e, depois disso, semanalmente até o nascimento. Enquanto na gestação de alto risco devem ser mais frequentes. O número varia de acordo com cada caso.

A periodicidade dos exames que avaliam a saúde materno-fetal é igualmente maior, como os que medem a quantidade de proteína na urina, a pressão arterial, detectam possíveis infecções, bem como as ultrassonografias que avaliam o desenvolvimento da gestação e indicam problemas associados ao futuro bebê.

O ajuste de dosagens de medicamentos de uso contínuo ou prescritos durante a gestação também deve ser criteriosamente observado.

Mulheres com condições prévias, por sua vez, devem consultar um especialista antes de decidir engravidar, o que é chamado consulta pré-concepcional, para realização de exames, ajustes de medicamentos ou adequações necessárias que garantam a saúde materna e fetal durante o processo gestacional e/ou minimizem riscos.

Além disso, é fundamental que o acompanhamento da mulher e do bebê continue no puerpério, especialmente quando a gestação é de alto risco.

Diferentes estudos já comprovaram, que o acompanhamento adequado do pré-natal pode evitar ou prevenir a maioria das complicações na gestação ou puerpério, independentemente da situação. Essa, inclusive, é a maneira mais eficaz para reduzir os percentuais de mortalidade materna e fetal.

Isso significa que mesmo quando há o diagnóstico de gestação de alto risco, o processo gestacional, nascimento e desenvolvimento do bebê no futuro podem ocorrer de forma saudável, sem nenhuma irregularidade. Por outro lado, apenas 10% das gestações são consideradas de alto risco.

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O que é diabetes gestacional e o que fazer?

As mulheres em tentativa de engravidar já sabem a importância dos cuidados pré-natais para uma gestação saudável. Eles são necessários, por exemplo, para identificar e tratar possíveis complicações, bem como orientar comportamentos que vão garantir a saúde da mãe e de seu futuro bebê.

Complicações estão associadas à mãe e/ou ao feto. São consequência do próprio estado gestacional e de quadros clínicos comuns em mulheres grávidas ou mesmo anteriores, como as doenças crônicas. Entre elas, podem-se citar o abortamento espontâneo, parto pré-termo, ruptura prematura das membranas, nascimento prematuro, feto natimorto, baixo peso ao nascer, macrossomia e malformações congênitas.

Podem acontecer em qualquer etapa da gravidez, durante o trabalho de parto ou no pós-parto, causadas por diferentes condições, incluindo o diabetes gestacional, que, embora seja uma das principais preocupações das mulheres grávidas, pode ser evitado e/ou controlado na maioria dos casos.

Mostramos, neste texto, tudo sobre o diabetes gestacional e o que fazer quando há esse diagnóstico. Continue a leitura até o final e confira!

Diabetes gestacional

O diabetes mellitus é uma doença causada pela produção insuficiente ou absorção inadequada de insulina, hormônio que regula a glicose (açúcar) no sangue transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. Existem diferentes tipos: 1, 2 e o diabetes gestacional. No primeiro caso, ocorre a redução ou falta de produção de insulina, enquanto no segundo o organismo desenvolve uma resistência à ação do hormônio.

O diabetes gestacional, por sua vez, ocorre quando os hormônios placentários interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue.

Ou seja, não é provocado pela falta de insulina, como acontece no tipo 1, porém por outros hormônios produzidos durante a gravidez que podem torná-la menos eficaz, levando, como acontece no tipo 2, ao desenvolvimento de uma condição conhecida como resistência à insulina (RI). Assim, a glicose se acumula no sangue em vez de ser absorvida pelas células.

Esse tipo de diabetes afeta entre 2% e 4% de todas as gestantes. Uma das consequências é o risco aumentado, para a mãe e seu bebê, do desenvolvimento posterior do diabetes tipo 2.

Além disso, a exposição do feto a grandes quantidades de glicose durante o crescimento intrauterino aumenta as chances de macrossomia, recém-nascido com peso igual ou superior a 4 kg, independentemente da idade gestacional, o que dificulta a passagem pelo canal vaginal, tornando maior a possibilidade de ocorrerem lesões. Por isso, o parto de mulheres com diabetes gestacional geralmente é feito por cesariana.

O nascimento prematuro está ainda entre os possíveis riscos; bebês prematuros de mães com diabetes gestacional podem desenvolver uma condição denominada síndrome do desconforto respiratório, que dificulta a respiração, ou mesmo hipoglicemia, situação contrária ao diabetes caracterizada por baixos níveis de glicose no sangue que, em quadros graves, pode provocar convulsões no bebê.

Por outro lado, o diabetes gestacional não tratado pode levar à morte do bebê antes ou logo após o nascimento (natimorto) e aumenta o risco de pressão alta, fator de risco para pré-eclâmpsia, uma complicação da gravidez potencialmente perigosa para a mãe e seu filho.

Durante o pré-natal, entretanto, alterações nos níveis de glicose no sangue podem ser detectadas por diferentes testes, que indicam se há tendência ou diagnosticam o diabetes gestacional, permitindo adotar medidas para prevenir ou controlar o quadro, evitando, dessa forma, possíveis complicações.

A glicemia de jejum, por exemplo, teste realizado no primeiro trimestre da gravidez, avalia se há tendência, enquanto o teste de tolerância à glicose, realizado entre a 24ª e a 28ª semana, quando é mais comum surgir o problema, permite a confirmação, bem como é utilizado para acompanhamento.

O que fazer quando o diagnóstico é de diabetes gestacional?

Qualquer conduta terapêutica durante o período gestacional deve ser determinada pelo ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento da mulher. Uma das medidas que pode ser adotada é a de uma dieta balanceada, essencial, inclusive, para o desenvolvimento saudável da gravidez e do feto, o que significa que deve ser praticada independentemente do risco de diabetes gestacional.

O monitoramento periódico do crescimento do bebê, feito por exames de ultrassonografia realizados durante o pré-natal, é igualmente importante.

Por outro lado, embora os níveis de glicose geralmente normalizem logo após o nascimento na maioria dos casos, isso deve ser confirmado por testes solicitados pelo especialista, que vai orientar a periodicidade e intervalo para serem realizados.

Obesidade, sedentarismo, diabetes gestacional anterior ou pré-diabetes, síndrome dos ovários policísticos (SOP), histórico familiar e bebês de gestações anteriores nascidos com peso superior a 4kg são listado como fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição.

Mulheres já diagnosticadas com diabetes tipo 1 ou 2, por sua vez, precisam relatar a doença na primeira consulta do pré-natal ou consulta pré-concepcional, que deve idealmente ser feita quando há intenção de engravidar.

A maioria das mulheres com diabetes gestacional normalmente são assintomáticas, entretanto sede e micção frequente, sintomas comuns quando há possíveis alterações nos níveis de glicose, podem ajudar a identificar o problema.

Porém, a única forma eficaz para evitar ou controlar essas e outras condições que podem surgir durante a gestação é o acompanhamento adequado durante o pré-natal.

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