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Diabetes gestacional: causas e cuidados

por: Equipe NOG

Um processo complexo, a gravidez depende do sucesso de várias etapas, do funcionamento adequado dos órgãos reprodutores femininos e masculinos, bem como de outros elementos, incluindo a saúde dos gametas e o equilíbrio hormonal.

Os gametas, óvulos e espermatozoides, são as células que carregam as informações genéticas de mulheres e homens. São produzidos nas gônadas sexuais, ovários e testículos. A cada ciclo menstrual, um óvulo é liberado pelos ovários e captado pelas tubas uterinas, órgão em que aguarda o encontro com o gameta masculino.

Quando os homens ejaculam, milhares de espermatozoides são liberados no organismo feminino e vajam até o óvulo pela extremidade uterina das tubas. No entanto, apenas os mais capacitados chegam à ampola, porção tubária em que a fecundação acontece e somente um o penetra, formando a primeira célula do embrião, que inicia seu desenvolvimento enquanto é transportado ao útero.

A gravidez começa quando o embrião se implanta no endométrio, camada interna uterina que o nutre e abriga até a placenta ser formada. A partir da nona semana até o momento do nascimento passa a ser denominado feto.

É no organismo feminino, portanto, que ocorrem as principais etapas da gravidez e o corpo passa por diferentes alterações para adequar-se ao crescimento e desenvolvimento do futuro bebê.

Por isso, é necessário o acompanhamento adequado de todo o processo gestacional, o que é feito durante as consultas do pré-natal, quando são avaliadas a saúde materna e fetal, o que ajuda a prevenir e/ou diagnosticar precocemente possíveis complicações que possam ocorrer no período, entre elas o diabetes gestacional.

Acompanhe o texto até o final para entender o que é o diabetes gestacional, as causas e cuidados associados à essa condição, que pode afetar de 2% a 4% de todas as gestantes. Confira!

Diabetes gestacional, saiba o que é e quais as possíveis causas

Diabetes gestacional é uma condição metabólica exclusiva da gravidez. Tem como característica o aumento de glicose no sangue, resultando em complicações para a saúde da mãe e do bebê.

A placenta, além de fornecer nutrientes e oxigênio ao feto em desenvolvimento, também produz hormônios que podem interferir na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas responsável por regular os níveis de glicose no sangue.

Durante a gravidez, naturalmente ocorre uma elevação dos níveis de insulina, cuja ação é minimizada pelos hormônios placentários, levando a uma produção maior pelo pâncreas materno.

Porém, muitas vezes o aumento na produção não é suficiente e, como resultado, algumas mulheres desenvolvem resistência à insulina, o que significa que o corpo não consegue usar de forma eficaz esse hormônio, isso leva a um aumento dos níveis de glicose no sangue, resultando em diabetes gestacional.

Embora as causas exatas do diabetes gestacional não sejam totalmente compreendidas, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver a condição, como pré-obesidade ou obesidade antes da gravidez, sedentarismo, histórico familiar de diabetes, idade avançada, diabetes gestacional em uma gravidez anterior ou bebês nascidos com peso superior a 4 kg e doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Consequências do diabetes gestacional e cuidados necessários

A exposição do bebê a quantidades maiores de glicose pode resultar em macrossomia fetal, recém-nascido com peso igual ou superior a 4 kg independentemente da idade gestacional e, assim, em partos mais difíceis. Veja abaixo outras consequências do diabetes gestacional para a saúde do bebê e da mãe:

Consequências do diabetes gestacional para a saúde do bebê

  • nascimento prematuro: níveis elevados de glicose também aumentam as chances de parto prematuro;
  • dificuldades respiratórias graves: bebês prematuros de mães com diabetes gestacional podem desenvolver a síndrome do desconforto respiratório (SDR), uma das principais causas de dificuldade respiratória logo após o nascimento, relacionada à falta de surfactante, substância produzida pelas células pulmonares durante a gestação que ajuda a abrir as vias respiratórias permitindo que o ar entre;
  • obesidade e diabetes tipo 2: bebês de mães com diabetes gestacional têm mais chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2 durante a vida;
  • hipoglicemia: a hipoglicemia, condição contrária ao diabetes, pode ocorrer em bebês de mães com diabetes gestacional e pode causar convulsões em quadros mais graves;
  • bebês natimortos: o diabetes gestacional não tratado pode resultar na morte do bebê antes ou logo após o nascimento.

Consequências do diabetes gestacional para a saúde materna

  • pré-eclâmpsia: o diabetes gestacional aumenta o risco de pressão alta e, dessa forma, de pré-eclâmpsia, uma complicação da gravidez potencialmente perigosa para a mãe e o feto;
  • cesariana: em mulheres com diabetes gestacional o nascimento ocorre por cesariana na maioria dos casos, uma vez que o peso elevado do bebê pode provocar lesões no canal de parto dificultando a passagem;
  • diabetes no futuro: mulheres que tiveram diabetes gestacional, têm mais chances de o problema se repetir em outra gravidez e/ou de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Cuidados necessários quando o diagnóstico é de diabetes gestacional

Ainda que qualquer complicação da gravidez seja motivo de preocupação, manter a regularidade das consultas de pré-natal é fundamental para evitar ou controlar o diabetes gestacional. Por outro lado, se houver o diagnóstico da condição apenas o ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento pode indicar o tratamento mais adequado em cada caso.

Entre as possíveis medidas adotadas, pode-se citar:

  • dieta balanceada: manter uma dieta balanceada durante a gravidez é essencial independentemente do risco de diabetes gestacional;
  • prática de exercícios físicos: mulheres com sobrepeso devem iniciar a prática de exercícios físicos antes mesmo das tentativas de engravidar. Durante a gestação é igualmente importante manter as atividades físicas, porém elas devem ter menor impacto. Aeróbicos, yoga e alongamentos estão entre as opções;
  • monitoramento periódico do crescimento do bebê: os exames de ultrassonografia realizados durante o pré-natal permitem monitorar o crescimento do bebê, o que ajuda a definir as condutas necessárias quando há diagnóstico de diabetes gestacional, bem como permite a prevenção ou tratamento de outras condições que podem surgir durante o desenvolvimento intrauterino;
  • ainda que o diabetes gestacional geralmente seja assintomático, observar alguns sintomas, como sede e micção frequente, pode ajudar a identificar o problema precocemente;
  • administração de medicamentos: com a medicação adequada, prescrita pelo ginecologista-obstetra responsável pelo pré-natal é possível controlar os níveis de glicose e minimizar as chances de ocorrerem possíveis complicações.

Agora que você já sabe quais as causas e cuidados necessários quando há diagnóstico de diabetes gestacional durante a gravidez, siga o link e conheça mais sobre essa condição!