Durante a fecundação, óvulo e espermatozoide se fundem gerando a primeira célula do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano, que inicia o desenvolvimento ainda nas tubas uterinas, órgãos em que esse evento acontece, quando ocorrem sucessivas divisões celulares enquanto ele é transportado ao útero.
O embrião chega ao útero aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento. Nessa fase, é chamado blastocisto e já possui centenas de células diferenciadas e divididas por função, possibilitando a implantação no endométrio, camada interna na qual se fixa para dar início à gravidez.
O grupo celular interno, embrioblasto, vai formar o embrião propriamente dito e seus sistemas, enquanto o externo, trofoblasto, forma a placenta e os anexos embrionários. A placenta, portanto, é um órgão temporário formado durante a gravidez para possibilitar a troca de nutrientes e oxigênio com a mãe realizada pela corrente sanguínea.
Assim, é altamente vascularizada e geralmente fica posicionada na parte superior do útero, fixada no endométrio até o nascimento do bebê quando é naturalmente expulsa. Complicações associadas à placenta estão entre as que podem ocorrer durante o período gestacional, incluindo a placenta prévia, que pode ser perigosa tanto para a mãe quanto para seu bebê.
Abordamos os riscos da placenta prévia neste texto, que explica ainda quando ela é detectada e quais as possíveis condutas terapêuticas adotadas pelo ginecologista-obstetra responsável pelo pré-natal da gestante. Confira!
A placenta está totalmente formada por volta da 20ª semana, porém continua a se desenvolver durante toda a gravidez, bem como se move à medida que o útero aumenta de tamanho para acomodar o feto em crescimento até ficar posicionada na parte superior, deixando o colo do útero liberado para permitir a passagem do bebê.
Placenta prévia é uma condição caracterizada pelo posicionamento inadequado da placenta, que se fixa na parte inferior do útero, cobrindo parcialmente ou totalmente a abertura do colo uterino. É classificada em três tipos diferentes de acordo com esse posicionamento, critério que interfere na gravidade:
A causa exata da placenta prévia ainda não é compreendida pela ciência, no entanto, segundo estudos alguns fatores podem aumentar as chances de a condição ocorrer, incluindo:
Estudos também sugerem que a placenta prévia ocorre em cerca de 1 a cada 800 partos, e até 2% das gestantes apresentam o problema durante o segundo trimestre, que costuma se resolver naturalmente antes do nascimento em mais de 90% dos casos, principalmente quando acontece nos primeiros meses de gravidez.
No entanto, apesar desse alto percentual, a placenta prévia pode causar complicações para a mãe e o feto. Pode ser detectada nos exames de ultrassonografia realizados durante o pré-natal ou quando o sangramento, um dos principais riscos, leva o médico a suspeitar da condição.
Os principais riscos associados à placenta prévia são sangramento e parto prematuro, embora mais raramente possa resultar em mortalidade fetal e/ou materna nos quadros de maior gravidade.
O sangramento afeta a oxigenação e o fornecimento de nutrientes para o feto. Costuma ser indolor, não acompanhado por cólicas típicas de contrações geralmente com a coloração vermelho vivo e pode iniciar subitamente a qualquer momento após a 20ª semana de gravidez, embora seja mais comum nas últimas semanas.
O sangramento pode se tornar abundante, exponde ao risco a vida da mãe e do feto. A chance de hemorragia é maior quando a placenta prévia é total, quadro que é considerado mais grave; pode provocar contrações resultando na prematuridade do parto e a mulher precisar de transfusão sanguínea.
A placenta prévia pode causar ainda problemas para o feto, como:
Mesmo que esses riscos estejam associados à placenta prévia, a condição pode ser gerenciada na maioria dos casos. O sangramento, por exemplo, é controlado de diferentes formas e a mulher deve idealmente manter repouso total e evitar atividades que possam causar contrações, incluindo, nesse caso, as relações sexuais.
Se o sangramento não puder ser controlado, por outro lado, é feita a cesariana de emergência. Normalmente, essa também é abordagem indicada para o nascimento de bebês de mães com placenta prévia que excederam o peso, idealmente após a 36ª semana, exceto nas situações em que ocorrem vários episódios de sangramento ou ele é persistente quando o nascimento é antecipado de acordo com o quadro de cada paciente.
Na maioria das vezes, as consultas de pré-natal e a realização de exames típicos do período têm uma periodicidade menor. Isso permite um acompanhamento mais criterioso do problema e do crescimento do feto, mesmo nos casos de mulheres assintomáticas ou se os exames de imagem sinalizarem um retorno à posição original.
A placenta prévia, portanto, é uma condição que deve ser frequentemente observada. Siga o link e saiba mais sobre o assunto!