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O que é incompetência istmocervical?

O útero é considerado o principal órgão do sistema reprodutor feminino. Situado na região pélvica, entre a bexiga e o reto, é fundamental tanto na reprodução quanto em diversos processos fisiológicos que ocorrem no organismo feminino. É composto por várias porções, o colo do útero ou cérvix é uma das mais importantes.

O colo do útero é a porção inferior e estreita, que se conecta à vagina. Atua como uma barreira entre o ambiente externo e o interior do útero. A parte visível na vagina durante exames ginecológicos é chamada de ectocérvice, enquanto a que se estende para dentro do canal cervical é a endocérvice.

Entre suas funções está a produção do muco cervical, substância que varia em consistência no ciclo menstrual. No período fértil, por exemplo, torna-se mais fino e elástico, facilitando a passagem dos espermatozoides pelo canal vaginal. Nas outras fases é mais espesso, ajudando a impedir a entrada de agentes infecciosos; sua viscosidade e composição química criam um ambiente hostil para a maioria dos patógenos.

Composto por terminações nervosas que são sensíveis à estimulação, durante a menstruação se dilata para permitir a passagem do sangue menstrual e eliminação do endométrio, o revestimento interno uterino que se renova a cada ciclo menstrual, contribuindo, ainda, com outros reflexos fisiológicos como respostas sexuais.

O colo do útero também desempenha um papel importante na gravidez, na proteção, sustentação e preparação para o nascimento do bebê. A incompetência istmocervical é uma condição que pode comprometer uma de suas principais funções durante o período gestacional. 

Continue a leitura até o final, saiba como o colo do útero atua durante a gravidez e entenda o que é incompetência istmocervical. Confira!

Função do colo do útero durante a gravidez

Durante a gravidez, o colo do útero passa por mudanças significativas para desempenhar funções essenciais que garantem o desenvolvimento seguro do feto e a preparação para o parto. 

Nos estágios iniciais, começa a amolecer, processo, conhecido como sinal de Goodell, um dos primeiros sinais de gestação. À medida que a gravidez avança, tende a se mover para uma posição mais anterior, próxima à parte frontal do corpo, facilitando o exame físico e as avaliações médicas. Outro sinal precoce de gravidez, o sinal de Chadwick, é a mudança na coloração; pode ficar mais arroxeado ou azulado devido ao aumento do fluxo sanguíneo na região. 

O muco cervical também é produzido em maior quantidade, acumulando-se no canal cervical formando uma espécie de tampão, o que vai garantir mais proteção ao ambiente uterino e, assim, ao feto. 

Durante a maior parte da gravidez, o colo do útero permanece firme e fechado para manter o feto seguro dentro do útero. Esse tônus cervical é fundamental para evitar partos prematuros, garantindo que a dilatação inicie apenas no momento adequado. Além disso, ajuda a suportar o peso crescente do feto, da placenta e do líquido amniótico, mantendo a integridade do útero durante toda a gestação.

Próximo ao final da gravidez, sofre alterações conhecidas como amadurecimento cervical. Processo em que amolece ainda mais, afina e começa a se dilatar para permitir a passagem do bebê durante o parto. A dilatação ocorre progressivamente até alcançar cerca de 10 centímetros.

Para a gravidez ser um sucesso, portanto, o colo do útero deve cumprir adequadamente sua função, que pode ser comprometida por condições como a incompetência istmocervical. Entenda tudo sobre essa condição a seguir e saiba como ela pode comprometer a gravidez.

O que é incompetência istmocervical?

Incompetência istmocervical, também conhecida como insuficiência cervical é uma condição na qual o colo do útero é incapaz de se manter fechado durante a gravidez, o que pode levar a complicações como parto prematuro ou perda gestacional.

Em mulheres com incompetência istmocervical, o colo do útero é estruturalmente mais fraco ou se torna enfraquecido como consequência de diferentes fatores , e pode começar a se dilatar e afinar muito antes do tempo adequado, geralmente no segundo trimestre da gestação.

Essa dilatação precoce ocorre sem contrações uterinas significativas e, por isso, muitas vezes não é percebida pela mulher até que já esteja alterado, aumentando o risco de parto prematuro ou abortamento espontâneo.

A incompetência istmocervical pode ser causada por diversos fatores, incluindo:

  • anomalias congênitas: algumas mulheres nascem com um colo do útero anormalmente curto ou fraco, o que pode predispor à incompetência istmocervical;
  • trauma cervical: procedimentos cirúrgicos anteriores no colo do útero, como a conização ou dilatações repetidas podem enfraquecer sua estrutura;
  • histórico obstétrico: mulheres que tiveram partos prematuros espontâneos ou perdas gestacionais no segundo trimestre podem ter uma maior probabilidade de desenvolver incompetência istmocervical em gestações futuras;
  • fatores genéticos: certas condições genéticas ou anomalias estruturais hereditárias podem aumentar a probabilidade de incompetência istmocervical.

Apesar de ser uma condição muitas vezes assintomática, especialmente nos estágios iniciais, alguns sintomas podem sinalizar o problema, como por exemplo:

  • sensação de pressão pélvica ou desconforto;
  • mudanças na secreção vaginal, que pode se tornar mais aquosa ou sanguinolenta;
  • dor leve nas costas ou cãibras abdominais.

O diagnóstico geralmente é feito por ultrassonografia transvaginal, exame que permite medir o comprimento do colo do útero e observar qualquer sinal de dilatação ou afinamento prematuros. Esse exame compõe o conjunto dos que são realizados durante o pré-natal para acompanhar o desenvolvimento da gravidez e do feto. 

Assim, manter a regularidade das consultas de pré-natal é essencial para diagnosticar precocemente a incompetência istmocervical e garantir a intervenção adequada evitando complicações durante a gravidez e aumentando as chances de uma gravidez a termo e um nascimento seguro.

Agora que você já sabe o que é incompetência istmocervical toque aqui e leia o texto que aborda sobre a suplementação de vitaminas durante a gravidez, necessária para saúde materna e fetal!

Cuidados antes de engravidar: são necessários para o bebê nascer saudável? Ajudam a engravidar?

A gravidez é marcada por diversas alterações fisiológicas. Assim, preparar-se adequadamente é fundamental, pois elas podem exigir muito do organismo, impactando praticamente todos os sistemas.

Para se ter uma ideia, o volume sanguíneo pode aumentar entre 30% e 50% durante a gravidez, o que garante o suprimento adequado de oxigênio e nutrientes para o feto, resultando na elevação do débito cardíaco, ou seja, a quantidade de sangue que o coração bombeia por minuto.

O coração, portanto, trabalha mais para incorporar essas mudanças, aumentando a demanda sobre o sistema cardiovascular, enquanto a maior necessidade de oxigênio exige uma adaptação do sistema respiratório e da capacidade pulmonar.

As mudanças hormonais, por sua vez, uma das marcas mais significativas, impactam o sistema endócrino. A concentração de hormônios como progesterona e estrogênio é consideravelmente mais alta, influenciando o crescimento do útero, o desenvolvimento da placenta e a preparação das glândulas mamárias para a lactação.

Embora esses hormônios também sejam essenciais para a manutenção da gravidez, podem afetar o humor, o apetite e o nível de energia da mulher, além de a progesterona influenciar no sistema digestivo, tornando a digestão mais lenta, provocando sintomas como azia e constipação.

O sistema musculoesquelético, por sua vez, é impactado pelo peso adicional e redistribuição do centro de gravidade, causando mudanças posturais e sobrecarga dos músculos e articulações, especialmente na região lombar e, consequentemente, dores nas costas.

Esses exemplos ilustram a importância de uma preparação adequada, com os cuidados médicos necessários.

Os cuidados antes de engravidar ou cuidados preconcepcionais, ajudam não apenas a garantir a saúde materna e a criar as condições ideais para o bebê nascer saudável; favorecem a concepção e permitem a detecção precoce de possíveis complicações. Continue a leitura até o final e saiba mais sobre o assunto. Confira!

Cuidados antes de engravidar ou cuidados preconcepcionais

Cuidados antes de engravidar são indicados para preparar o corpo e a saúde da mulher, proporcionando mais chances de uma gestação saudável. Eles ajudam a identificar e tratar condições que podem interferir na gravidez ou comprometer a concepção, das deficiências nutricionais a doenças comuns durante a idade reprodutiva, como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), miomas uterinos, pólipos endometriais ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que provocam inflamações nos órgãos reprodutores.

Os cuidados antes de engravidar iniciam com a consulta preconcepcional, quando a saúde da mulher é avaliada e são fornecidas orientações sobre uma dieta balanceada, de acordo com o peso de cada paciente, suplementação de vitaminas, ajustes em medicamentos, vacinação e a prática de hábitos saudáveis, incluindo exercícios físicos e controle do estresse. A preparação adequada favorece o bem-estar da mãe e o desenvolvimento do bebê.

Os principais aspectos abordados na consulta preconcepcional são:

Avaliação do histórico de saúde

o médico revisa o histórico médico da paciente, incluindo as doenças que afetam os órgãos reprodutores, as crônicas, transtornos emocionais, cirurgias e gestações anteriores e histórico familiar de doenças genéticas.

Realização de exames laboratoriais e de imagem

Na ocasião, solicita exames para verificar a saúde geral e reprodutiva, entre eles:

  • o Papanicolaou de rotina;
  • avaliação da reserva ovariana, que avalia a fertilidade da mulher;
  • ultrassonografia transvaginal, para pesquisar os órgãos reprodutores;
  • rastreio para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
  • avaliação dos níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo e de vitaminas;
  • tipagem sanguínea;
  • imunidade à rubéola, sarampo e varicela;
  • imunidade à hepatite B;
  • toxoplasmose;
  • testes de urina;
  • rastreio de doenças genéticas, quando há histórico familiar.

Uso de medicamentos

O médico revisa os medicamentos e suplementos que a paciente está usando, ajustando ou substituindo aqueles que podem ser prejudiciais durante a gravidez.

Vacinação

A necessidade de vacinas importantes é igualmente avaliada, como contra a rubéola, hepatite B e tétano, para proteger a mãe e o futuro bebê.

Orientação nutricional e suplementação de vitaminas

O médico questiona sobre os hábitos alimentares atuais e orienta a dieta mais adequada antes da gravidez, durante o período gestacional e no pós-parto ou puerpério, o que inclui nutrientes importantes para a saúde materna e do bebê.

Orienta, ainda, sobre a suplementação de vitaminas essenciais, como a adição de ácido fólico idealmente nos três meses anteriores à concepção, necessária para formar células saudáveis, evitando que o bebê desenvolva condições como defeitos no tubo neural, que podem causar lesões no sistema nervoso.

Estilo de vida e planejamento da gravidez

Durante a consulta preconcepcional, o médico aborda, ainda, sobre hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercícios físicos, antes da concepção, durante a gravidez e após o parto, cessação do tabagismo ou de drogas recreativas, redução do consumo de álcool e manejo do estresse, que podem influenciar a gravidez.

O momento ideal para a gravidez é igualmente discutido, bem como a mulher recebe orientações sobre o controle do ciclo menstrual, ovulação e período fértil, quando a relação deve ser intensificada para aumentar as chances de engravidar.

Os cuidados antes de engravidar, portanto, ajudam a garantir que a mulher esteja em condições ideais de saúde para ter um filho, o que pode reduzir o risco de complicações e garantir o desenvolvimento e nascimento saudável do bebê.

Ao identificar e tratar problemas de saúde preexistentes, corrigir deficiências nutricionais e promover hábitos de vida saudáveis, os cuidados antes de engravidar criam um ambiente mais seguro e favorável para a concepção e para o período gestacional.

Toque aqui e saiba mais sobre os cuidados antes de engravidar!

O que é pré-natal e quando começar?

O planejamento da gravidez é um passo importante para garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do futuro bebê. Esse processo envolve mais do que apenas a decisão de ter filhos, inclui diferentes preparações e cuidados que podem começar antes mesmo das tentativas de engravidar.

Um acompanhamento preconcepcional adequado ajuda a identificar e corrigir possíveis problemas de saúde criando condições mais favoráveis para a concepção e proporcionando uma gravidez saudável.

Após a confirmação da gravidez, feita geralmente pelo exame de sangue beta hCG e por ultrassonografia transvaginal, os cuidados continuam com as consultas do pré-natal, que acompanham a saúde materna e fetal durante todo o processo gestacional.

Pré-natal se refere a atenção e orientações que a gestante recebe na gravidez e deve começar no momento que a mulher suspeita estar grávida. É fundamental na prevenção de possíveis complicações que podem surgir e para orientar as mães sobre medidas importantes que vão garantir sua saúde, a proteção ou o desenvolvimento adequado do seu filho.

Abordamos, neste texto, da consulta preconcepcional ao pré-natal, destacando sua importância e o que acontece durante as consultas. Acompanhe a leitura até o final e confira!

Consulta preconcepcional

Consulta preconcepcional é o termo usado em referência à visita ao ginecologista-obstetra como parte do planejamento familiar, ou seja, antes das tentativas para engravidar, pelo menos nos três meses anteriores.

É importante para verificar a saúde geral e reprodutiva. Veja abaixo, de forma resumida, o que acontece na consulta preconcepcional:

  • o médico analisa o histórico clínico pessoal e familiar, o uso de medicamentos, situações de risco pessoal ou profissional e solicita exames para detectar doenças que comprometem o desenvolvimento da gravidez ou podem ser transmitidas aos filhos, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e os distúrbios genéticos;
  • a mulher recebe orientações sobre controle do ciclo menstrual, ovulação e período fértil, o que facilita a concepção, dieta mais adequada em cada caso, suplementação de vitaminas e exercícios que podem ajudar a preparar para gravidez e período pós-parto ou puerpério.

A consulta preconcepcional, além de avaliar a possibilidade de riscos permite realizar intervenções médicas antes de engravidar para minimizar resultados obstétricos desfavoráveis, maternos e fetais.

Assim, sempre que possível, idealmente todas as mulheres que pretendem engravidar devem realizá-la. No entanto, é especialmente importante para aquelas que planejam ter o primeiro filho, para as que têm sobrepeso ou pré-obesidade, tiveram problemas em gestações anteriores ou são portadoras de condições crónicas, como hipertensão e diabetes.

Pré-natal

Na primeira consulta do pré-natal, quando a mulher não fez o acompanhamento preconcepcional, além da avaliação do histórico clínico pessoal e familiar da paciente e orientações sobre dieta alimentar, suplementação de vitaminas ou exercícios físicos, são realizados os exames que determinam se é única ou múltipla, a idade gestacional e o desenvolvimento inicial do embrião.

A saúde materna também começa a ser monitorada com a medida da pressão arterial e do peso, controle de condições médicas crônicas, de medicamentos e vacinação, necessária para a imunização da mãe e do bebê e única proteção que age simultaneamente em ambos até os seis meses de vida da criança.

Na ocasião, são realizados ainda exames importantes, entre eles o hemograma completo para detectar anemia ou outras condições; tipagem sanguínea e fator Rh para prevenir incompatibilidades entre a mãe e seu futuro bebê, glicemia de jejum, que analisa os níveis de glicose no sangue para avaliar o risco de diabetes gestacional e/ou prevenir o problema e exame de urina, que detecta infecções urinárias ou outras anomalias.

Nas consultas seguintes, além de verificar a saúde materna com a medida da pressão arterial e do peso, são repetidos alguns exames e realizadas ultrassonografias específicas a cada trimestre para acompanhar desenvolvimento fetal:

Exames realizados no segundo trimestre da gravidez

  • teste de tolerância à glicose: realizado entre a 24ª e 28ª semanas para detectar diabetes gestacional;
  • hemograma completo: repetição do hemograma para monitorar anemia e outros parâmetros sanguíneos;
  • ultrassonografia morfológica: realizada entre a 18ª e 22ª semanas para avaliar detalhadamente a anatomia fetal e detectar possíveis malformações;
  • triagem pré-natal para anomalias cromossômicas: pode incluir testes como o de translucência nucal (feito no final do primeiro trimestre) e de DNA fetal no sangue materno.

Exames realizados no terceiro trimestre da gravidez

  • hemograma completo: repetição do hemograma completo e solicitação de outros exames de sangue se for necessário;
  • testes hepáticos: avaliação da função hepática e renal, se indicado;
  • exames de urina: para detectar infecções urinárias ou outras anomalias;
  • cultura para estreptococo do grupo B: realizada entre a 35ª e 37ª semanas para detectar a presença de estreptococos no trato genital, que pode ser transmitido ao bebê durante o parto e causam diferentes distúrbios;
  • ultrassonografia obstétrica: realizada entre a 32ª e 36ª semanas para avaliar o crescimento fetal, a posição do bebê e a quantidade de líquido amniótico;
  • cardiotocografia: avalia os batimentos cardíacos do bebê e as contrações uterinas, é um exame geralmente indicado em gestações de alto risco ou se houver suspeita de problemas.

Além desses exames, outros podem ser necessários para gestantes com condições médicas preexistentes ou complicações gestacionais, bem como o rastreio genético pode ser recomendado em qualquer trimestre, dependendo do histórico familiar e dos resultados da triagem inicial.

O acompanhamento pré-natal regular e a realização desses exames permitem identificar e solucionar potenciais complicações desde o início, reduzindo as chances de complicações para a mãe como a pré-eclâmpsia ou o diabetes gestacional, e, para o feto; algumas doenças fetais podem, inclusive, ser tratadas ainda durante o desenvolvimento intrauterino.

Manter a frequência das consultas de pré-natal, portanto, de acordo com determinação do médico-obstetra é essencial para garantir uma gravidez saudável. Siga o link e entenda tudo sobre o assunto!

Diabetes gestacional: como é diagnosticado?

O diabetes mellitus é uma condição metabólica crônica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue, principal fonte de energia para as células do corpo, cuja regulação é essencial para o funcionamento saudável do organismo.

O diabetes ocorre quando o corpo não consegue produzir ou utilizar adequadamente a insulina, hormônio que regula a glicose sanguínea. Existem diferentes tipos de diabetes, mellitus 1, 2 e o diabetes gestacional, cada um com causas e consequências específicas.

O tipo 1, por exemplo, é uma condição autoimune na qual o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, resultando na redução ou falta desse hormônio. As causas exatas dessa resposta autoimune não são completamente compreendidas, mas fatores genéticos e ambientais, como infecções virais, podem desempenhar um papel significativo.

Já o tipo 2, mais comum, geralmente está associado ao estilo de vida e fatores genéticos. Nesse tipo, o organismo desenvolve uma resistência à ação da insulina (RI), levando ao acúmulo de glicose no sangue em vez da absorção pelas células.

O diabetes gestacional, por sua vez, é exclusivo da gravidez. Continue a leitura até o final, entenda mais sobre essa condição e saiba como é diagnosticada. Confira!

O que é diabetes gestacional?

Diabetes gestacional é um tipo que se desenvolve durante a gravidez e pode afetar qualquer mulher, mesmo aquelas que não tinham alterações glicêmicas anteriores. É caracterizado pela hiperglicemia, níveis elevados de glicose no sangue, que pode levar a diversas complicações tanto para a mãe quanto para o seu futuro bebê.

Surge como consequência dos hormônios placentários, que interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue. O que resulta, como no tipo 2, em resistência à insulina e, assim, no acúmulo de glicose.

Embora qualquer mulher grávida possa desenvolver diabetes gestacional, alguns fatores aumentam o risco:

  • histórico familiar de diabetes: mulheres com familiares próximos com diabetes mellitus, especialmente o tipo 2, têm maior probabilidade de desenvolver o diabetes gestacional;
  • sobrepeso e obesidade: o excesso de peso antes da gravidez é um fator de risco alto. O índice de massa corporal (IMC) elevado pode contribuir para a resistência à insulina e, dessa forma, para hiperglicemia e diabetes gestacional;
  • histórico de diabetes gestacional: mulheres que tiveram o problema em gestações anteriores têm maior probabilidade de desenvolvê-lo novamente nas futuras;
  • histórico de partos complicados: ter tido bebês com peso elevado (macrossomia) ou natimortos (nascidos mortos) em gestações anteriores pode sinalizar para a possibilidade de desenvolver o diabetes gestacional;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP): a SOP é um distúrbio metabólico comum em mulheres durante a idade reprodutiva, que causa desequilíbrios hormonais aumentando o risco de resistência à insulina e de desenvolver diabetes gestacional.

Segundo estudos, o diabetes gestacional pode afetar entre 2% e 4% de todas as gestantes. No entanto, a condição pode ser controlada durante as consultas de pré-natal, essenciais para avaliar a saúde materna e fetal. Por outro lado, quando isso não acontece, a consequência são complicações como:

Complicações do diabetes gestacional para a mãe

  • pré-eclâmpsia: o diabetes gestacional aumenta o risco de hipertensão ou pressão arterial alta e, dessa forma, de pré-eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mãe e seu bebê;
  • parto prematuro: pode levar ao parto prematuro, espontâneo ou induzido;
  • parto por cesariana: há mais chances de macrossomia, recém-nascido com peso igual ou superior a 4 kg independentemente da idade gestacional como consequência da exposição do feto a grandes quantidades de glicose durante o crescimento intrauterino, dificultando a passagem pelo canal vaginal;
  • diabetes tipo 2 no futuro: embora o problema normalmente se resolva naturalmente após o nascimento do bebê, mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco significativamente maior de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Complicações do diabetes gestacional para o bebê

  • macrossomia: bebês de mães com diabetes gestacional podem nascer com peso elevado;
  • hipoglicemia neonatal: após o nascimento, o bebê pode ter níveis baixos de glicose no sangue, pois estava acostumado a altos níveis durante o desenvolvimento intrauterino; o tratamento inadequado pode resultar em convulsões;
  • síndrome do desconforto respiratório: bebês nascidos de mães com diabetes gestacional têm maior risco de desenvolver problemas respiratórios devido ao desenvolvimento pulmonar inadequado;
  • obesidade infantil e diabetes tipo 2:crianças nascidas de mães com diabetes gestacional têm maior probabilidade de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2 durante a infância, adolescência ou vida adulta;
  • natimorto: o diabetes gestacional não tratado pode levar à morte do bebê antes ou logo após o nascimento.

O diagnóstico precoce e o controle adequado do diabetes gestacional são fundamentais para evitar qualquer complicação causada pela condição.

Saiba como o diabetes gestacional é diagnosticado

O diagnóstico do diabetes gestacional é feito durante as consultas de pré-natal, quando são medidos os níveis de glicose no sangue:

  • no primeiro trimestre da gravidez é realizado o teste de glicemia de jejum, que permite avaliar se a gestante tem tendência para desenvolver o diabetes gestacional;
  • entre a 24ª e a 28ª semana, período em que é mais comum surgir o problema, é realizado o teste de tolerância à glicose, que possibilita a confirmação. Esse teste também é utilizado para acompanhar o problema, realizado periodicamente de acordo com o quadro de cada gestante.

O resultados apontados pelos testes orientam as condutas terapêuticas necessárias em cada caso para prevenir ou controlar o quadro e evitar possíveis complicações, incluindo a adaptação nutricional com a adoção de dietas balanceadas. O acompanhamento permanece após o nascimento, com a realização de testes em periodicidades e intervalos orientados pelo especialista.

O crescimento do bebê também é avaliado periodicamente por exames de ultrassonografia realizados durante o pré-natal, que vão permitir, inclusive, a definição do tipo de parto, vaginal ou cesariana.

O diabetes gestacional, portanto, é uma condição séria que requer atenção e cuidados adequados para garantir a saúde da mãe e do bebê. Por isso, é fundamental comparecer a todas as consultas do pré-natal e seguir as orientações do especialista. Com um acompanhamento adequado e mudanças no estilo de vida é possível ter uma gravidez segura e saudável mesmo quando há diagnóstico do problema.

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