NOG | WhatsApp

Cuidados preconcepcionais: saiba como se preparar para a gravidez

É comum que os cuidados preconcepcionais sejam confundidos com o pré-natal, consultas realizadas em todos os trimestres da gravidez para acompanhar o desenvolvimento da gestação, a saúde da mãe e do seu futuro bebê.

Embora ambos tenham como objetivo evitar possíveis complicações durante o período gestacional, são diferentes. Os cuidados preconcepcionais são aqueles realizados antes mesmo das tentativas para engravidar.

Planejar a família é um passo bastante importante e envolve diferentes aspectos, da saúde geral e reprodutiva aos fatores ambientais e psicossociais.

Riscos modificáveis, por exemplo, incluindo o tabagismo e o consumo excessivo de álcool durante o período preconcepção, têm impacto na saúde reprodutiva das mulheres e dos homens e na qualidade dos gametas ou células reprodutivas, espermatozoides e óvulos que carregam as informações genéticas dos pais transmitidas às futuras gerações.

Nos últimos anos, tem havido um reconhecimento crescente da importância dos cuidados preconcepcionais na prevenção de doenças neonatais e do nascimento, que têm uma carga global bastante significativa, afetando aproximadamente 2,4 milhões de bebês anualmente.

Além disso, entre as possíveis complicações que podem acontecer durante a gravidez estão os distúrbios relacionados ao feto; muitos podem ser prevenidos com os cuidados preconcepcionais adequados.

Ainda que todas as pessoas que pretendem engravidar devam ter atenção aos cuidados preconcepcionais, eles são particularmente necessários para as mulheres, uma vez que é no organismo feminino que ocorrem as principais etapas da gravidez. Principalmente as já diagnosticadas com algumas condições, como obesidade, hipertensão, diabetes e outras crónicas, as que tiveram problemas em gestações anteriores ou planejam ter o primeiro filho.

Continue a leitura até o final e saiba tudo sobre o assunto. Confira!

Cuidados preconcepcionais

Os cuidados preconcepcionais ou anteriores à concepção são definidos como um conjunto de intervenções destinadas a identificar e modificar riscos biomédicos, comportamentais e sociais em mulheres em idade reprodutiva.

O objetivo é melhorar os resultados da gravidez e a saúde em geral por meio da prevenção de doenças e da gestão dos fatores de risco que afetam o binômio materno-fetal.

O estado de saúde de ambos os pais no momento da concepção pode influenciar significativamente o desenvolvimento e a saúde do feto. Os cuidados preconcepcionais permitem criar um ambiente favorável para a concepção, implantação e desenvolvimento embrionário.

Vários processos fisiológicos são essenciais para o desenvolvimento de um embrião durante o período preconcepção, eventos que ocorrem antes de a mulher saber que está grávida podem ter um impacto significativo no crescimento fetal e no resultado da gravidez, incluindo estágios importantes de formação de órgãos e crescimento que ocorrem no início, muitas vezes antes mesmo de a mulher perceber que está grávida.

Os cuidados preconcepcionais contribuem para mitigar riscos e promover o desenvolvimento saudável desde os estágios iniciais.

Conheça os principais cuidados preconcepcionais:

  • intervenções nutricionais e suplementação: as intervenções nutricionais e a suplementação têm um papel fundamental nos cuidados preconcepcionais. A nutrição adequada antes da concepção, incluindo a suplementação de ácido fólico, reduz as chances de malformações fetais, especialmente os defeitos abertos do tubo neural, importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê, e outras deficiências congênitas. Uma dieta balanceada, rica em nutrientes essenciais, como ferro e cálcio, é necessária para apoiar a saúde materna e fetal;
  • mudanças no estilo de vida e de comportamento: parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e evitar o uso de drogas recreativas estão entre as ações que podem diminuir significativamente o risco de resultados adversos na gravidez. A prática regular de exercícios físicos é igualmente importante; manter um peso saudável também ajuda a reduzir o risco de complicações durante o período gestacional;
  • rastreio e gestão de condições médicas pré-existentes: identificar e controlar condições como diabetes, hipertensão e distúrbios da tireoide antes da concepção pode minimizar os riscos para a mãe e para o feto, o que envolve, inclusive, a otimização dos regimes de medicação;
  • rastreio genético: o rastreio genético permite identificar distúrbios que podem ser transmitidos aos filhos, permitindo escolhas reprodutivas;
  • imunizações e prevenção de doenças infecciosas: é importante estar em dia com as vacinas recomendadas, como rubéola e hepatite B, que protegem contra infecções que podem representar riscos durante a gravidez. A prevenção e manejo de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é igualmente necessária, pois além de proteger a saúde materna e fetal evitam interferências na capacidade reprodutiva;
  • apoio psicossocial e saúde mental: o apoio psicossocial e a abordagem da saúde mental também são aspectos essenciais nos cuidados preconcepcionais reduzindo o risco de resultados adversos na gravidez. O apoio e encaminhamentos apropriados podem ajudar a controlar o estresse, a ansiedade ou a depressão, contribuindo de forma mais ampla para uma melhor saúde reprodutiva geral. Os transtornos de humor e de ansiedade são prevalentes entre pessoas em idade reprodutiva e há uma alta incidência de novas doenças psiquiátricas ou de recaída de uma pré-existente durante a gravidez. O controle durante o período preconcepção pode ajudar a prevenir resultados adversos no intraparto ou pós-parto.

Os cuidados preconcepcionais ajudam, portanto, a evitar efeitos adversos na gravidez, como a pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mulher ou o diabetes gestacional, reduzem as chances de ocorrer abortamento espontâneo, nascimento prematuro e bebês nascidos mortos, de problemas intrauterinos, neonatais ou congênitos e, consequentemente, os percentuais de morbidade e mortalidade materno-fetal.

Siga o link e saiba mais sobre os cuidados preconcepcionais!

Amamentação: veja como se preparar para esse momento tão especial

Além da aumentar a conexão entre a mãe e seu bebê, os efeitos da amamentação sobre a saúde já são bem conhecidos. O leite materno é exclusivamente adequado às necessidades nutricionais do recém-nascido; é uma substância viva com propriedades imunológicas e anti-inflamatórias que protegem contra diversas condições.

Fornece toda a energia e nutrientes que o bebê necessita durante os primeiros meses de vida e continua a suprir boa parte das necessidades nutricionais durante a segunda metade do primeiro ano e até um terço do segundo.

As crianças amamentadas têm melhor desempenho cognitivo, pois o leite materno pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento e maturação do cérebro e do sistema nervoso central, têm menos probabilidade de sobrepeso ou obesidade e são menos propensas ao desenvolvimento de condições como o diabetes. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer de mama e de ovário.

Durante a amamentação, anticorpos e outros fatores de proteção são transmitidos da mãe para o bebê fortalecendo o sistema imunológico. Isso ajuda a diminuir as chances de contrair muitas infecções, incluindo:

A amamentação pode proteger ainda os bebês contra alergias e asma, além da síndrome da morte súbita infantil (SMSL).

Apesar de todos esses benefícios serem amplamente reconhecidos a amamentação não é uma tarefa fácil, principalmente quando é o primeiro filho. Além disso, ainda existem muitas dúvidas e mitos em torno da prática, da posição adequada e tempo necessário à quantidade e qualidade do leite, interferências de aspectos como o tamanho dos seios ou alterações estéticas e, particularmente, sobre a amamentação causar dor.

Continue a leitura até o final, saiba mais sobre a amamentação e veja como se preparar apara esse momento tão especial. Confira!

Amamentação

Os órgãos de saúde orientam a amamentação durante pelo menos os seis meses iniciais de vida do bebê e, idealmente, até um ano, com acréscimo de suplementos depois do primeiro semestre.

A produção do primeiro leite, chamado colostro, ocorre logo após o nascimento. Ele é mais espesso, amarelado e em menor quantidade, contudo possui os nutrientes necessários para o bebê e é essencial para reforçar o sistema imunológico, bem como prepara seu organismo para digestão do leite materno.

Quase todas as mães produzem a quantidade certa de leite para os seus bebês, com qualidade, independentemente do tamanho dos seios ou mamilos. A produção é determinada pela forma como ele segura o seio, suga o leite, pela frequência da amamentação e aumenta à medida que ele amamenta, por isso é importante que esse seja seu único alimento durante o primeiro semestre, uma vez que qualquer suplementação pode reduzir a quantidade.

Além disso, amamentar não causa flacidez nos seios. Geralmente isso acontece como consequência das flutuações hormonais e de peso durante a gravidez; o envelhecimento e a genética também influenciam.

Por outro lado, embora a amamentação não deva ser dolorosa é comum que os seios e mamilos fiquem doloridos e sensíveis por alguns dias enquanto o corpo se ajusta. A amamentação exige prática e os primeiros dias podem ser um desafio, porém é um dos momentos mais importantes para reforçar o laço afetivo entre mãe e filho. Veja a seguir como se preparar para esse momento tão especial.

Como se preparar para amamentação?

Normalmente, o ginecologista-obstetra responsável pelo pré-natal orienta sobre a amamentação no último trimestre da gravidez. Logo após o nascimento o contato pele com pele também é estimulado. Conhecido como cuidado mãe-canguru, vai ajudar a estabelecer a amamentação e é igualmente necessário para criar um vínculo de segurança com o bebê, facilitando o processo no futuro.

Por outro lado, ainda que o reflexo de procurar o seio materno ocorra instintivamente desde o nascimento, muitas mães precisam de orientação e/ou ajuda para posicioná-lo corretamente. A maneira correta garante que ele receba leite suficiente e o processo de amamentação não provoque dores.

Para o bebê conseguir sugar o leite materno, seus lábios devem estar posicionados ao redor do mamilo; no momento em que ele o leva à boca, trava para amamentar. Isso é conhecido como técnica da ‘trava’ e todo o mamilo, bem como a maior parte da aréola, pele ao redor dele devem ficar dentro da boca.

O posicionamento inadequado, por sua vez, é considerado um dos problemas mais comuns da amamentação, assim, sempre que possível é importante contar com essa orientação antes de iniciar o processo.

Também é importante adaptar um ambiente tranquilo em casa para amamentar. Optar pelo uso de móveis como a poltrona, que oferecem maior conforto e permitem manter as costas retas pode ajudar bastante, uma vez que nas primeiras semanas a recomendação é de que o processo ocorra de oito a doze vezes a cada 24 h, o que pode ser cansativo.

A melhor posição para amamentar, entretanto, é a que não exige nenhum tipo de esforço, ou seja, a mais confortável para a mãe e bebê. Entre as possibilidades, a mais comum é apoiar a lateral da cabeça do bebê na dobra do cotovelo e posicionar sua barriga contra o corpo, o que pode ser feito inclusive deitada para alimentação noturna.

Relaxar durante a amamentação é fundamental para o bebê se alimentar com calma e para continuidade da produção de leite. Normalmente, cada mamada dura entre 10 e 20 minutos por mama.

Muitas mães sentem desconforto nos primeiros dias de amamentação, os mamilos podem ficar sensíveis e doloridos. Contudo, intervenções podem ser necessárias se a dor persistir por mais de uma semana e os mamilos estiverem machucados.

Na maioria das vezes a dor é consequência do posicionamento inadequado do bebê, outras causas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais do bebê como sucção não nutritiva prolongada, uso de bombas de extração de leite, interrupção da sucção, uso de cremes, óleos ou protetores que causam reações alérgicas e exposição a ambientes úmidos.

Se a dor for mais intensa e os machucados demorarem a cicatrizar existem técnicas que podem auxiliar. A laserterapia, por exemplo, tem ações anti-inflamatórias, analgésicas e cicatrizantes, que auxiliam no tratamento de traumas mamilares sem comprometer a amamentação ou a qualidade do leite.

Outros problemas também podem surgir durante o processo, como o ingurgitamento mamário, popularmente conhecido como leite empedrado, inflamação da mama ou mastite aguda puerperal e ductos de leite entupidos, que ocorrem quando os seios não são completamente esvaziados de maneira regular.

Nesses casos, é importante consultar o ginecologista-obstetra para definir a melhor conduta de tratamento sem prejudicar a alimentação ou saúde do bebê.

Com os cuidados adequados, além de a amamentação ser um processo prazeroso e um momento especial, queima calorias, contribuindo para perder mais rapidamente o peso extra adquirido durante a gravidez, libera hormônios importantes para o útero retornar ao tamanho pré-gravídico, ajuda a reduzir o sangramento uterino após o nascimento, o risco de câncer de mama, ovários ou de osteoporose e ainda tem um efeito anticoncepcional.

Quanto a parar de amamentar, essa é uma decisão pessoal e varia de acordo com os costumes e escolhas individuais. No entanto, o tempo mínimo recomendado pelos especialistas deve, preferencialmente, ser sempre considerado.

Siga o link e saiba mais sobre a amamentação e sua importância!

Suplementação de vitaminas durante a gestação: veja a importância

Durante a gestação, o corpo feminino passa por diferentes alterações fisiológicas e a mulher precisa de mais energia para suprir suas necessidades e do feto em desenvolvimento, que aumentam à medida que ele se desenvolve.

O feto se alimenta pela troca de nutrientes com a mãe, que ocorre pela corrente sanguínea. Assim, uma dieta equilibrada no período gestacional é essencial para garantir uma gravidez saudável para mãe e seu futuro bebê. Isso significa que ela deve conter os nutrientes necessários, incluindo as vitaminas, substâncias orgânicas que auxiliam no metabolismo celular.

Ainda que muitas vezes uma alimentação balanceada possa garantir esses nutrientes, a suplementação de vitaminas durante a gestação pode compensar possíveis deficiências ou mesmo reforçar a ação daquelas obtidas em menor quantidade pelos alimentos. Algumas são, inclusive, essenciais e prescritas para todas as gestantes, como é o caso do ácido-fólico.

Durante o pré-natal, o ginecologista-obstetra orienta sobre a dieta adequada e suplementação das vitaminas necessárias para cada paciente a partir dos resultado dos exames inicialmente realizados.

O acompanhamento da gestante é feito nas consultas pré-natal, o que inclui a observação nutricional, medida da pressão arterial e peso, bem como a realização de exames que avaliam a saúde materna e do feto em desenvolvimento. Manter a regularidade, portanto, é fundamental para evitar possíveis complicações, que nem sempre podem ser previstas.

Deficiências nutricionais durante o período gestacional, por exemplo, aumentam o risco de malformações fetais, abortamento, parto prematuro, baixo peso ao nascer e defeitos congênitos, bem como o bebê pode desenvolver doenças crônicas no futuro.

Continue a leitura até o final e veja a importância da suplementação de vitaminas durante a gestação. Confira!

Conheça os nutrientes mais importantes durante a gestação

É recomendado às mulheres que planejam engravidar iniciar o acompanhamento com o ginecologista-obstetra pelo menos três meses antes da concepção, o que é conhecido como consulta preconcepcional.

Além da confirmação da saúde reprodutiva, é comum que no período preconcepção os médicos orientem a ingestão de uma quantidade maior de vitaminas, o que é feito principalmente a partir da introdução de alguns alimentos na dieta alimentar e por suplementação quando exames já indicam deficiências. Se a gestação não foi planejada, por outro lado, a suplementação de vitaminas acontece logo no início.

O ácido fólico, por exemplo, deve idealmente ser administrado antes da concepção ou desde o primeiro mês da gravidez até o final do primeiro trimestre. É uma vitamina do complexo B, necessária para a formação de algumas proteínas estruturais e hemoglobina, que ajuda a prevenir malformações fetais, especialmente os defeitos abertos do tubo neural, importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê, como a mielomeningocele.

O tubo neural começa a se formar no primeiro mês, por isso o quanto antes o ácido-fólico é administrado maior é a prevenção. Essa substância contribui ainda para prevenir outras condições, incluindo doenças cardíacas e anemia materna, bem como diminui o risco de pré-eclâmpsia e auxilia na formação da placenta e desenvolvimento do DNA.

A vitamina D também faz parte das que se tornaram essenciais na suplementação de vitaminas durante a gestação e deve ser administrada desde o início. Isso porque, ajuda a regular o sistema imunológico, evitando, dessa forma, que anticorpos reconheçam o embrião como o invasor levando ao abortamento; bem como facilita a absorção de cálcio e fosfato, elementos essenciais para o desenvolvimento ósseo e dentição do bebê.

Outros nutrientes necessários para garantir que o período gestacional seja saudável e que podem fazer parte da suplementação de vitaminas durante a gestação incluem:

  • vitamina C: ajuda a prevenir pré-eclâmpsia, parto prematuro e danos no sistema cognitivo;
  • vitamina E: ajuda a prevenir pré-eclâmpsia, retardo no crescimento fetal e condições como asma;
  • vitamina K: necessária para o desenvolvimento saudável dos ossos e formação de proteínas no fígado, bem como desempenha um papel na coagulação sanguínea, por isso, além de administrada durante o período gestacional se houver deficiência é fundamental logo após o parto, quando há maior risco de hemorragia puerperal;
  • ferro: necessário para suportar o aumento do volume sanguíneo e reduzir o risco de anemia;
  • zinco: ajuda a diminuir o risco de abortamento, retardo no crescimento fetal, nascimento prematuro, pré-eclâmpsia e danos imunológicos;
  • ômega 3: ajuda no desenvolvimento do cérebro, do sistema nervoso central e na saúde cardíaca do bebê.

Assim, quando feita adequadamente a suplementação de vitaminas durante a gestação pode evitar diferentes complicações que comprometem a saúde materno-fetal.

A pré-eclâmpsia, por exemplo, condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial, pode evoluir para eclâmpsia, uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna.

Já a mielomeningocele, nome dado à falha no fechamento do tubo neural, estrutura que origina a medula e o cérebro no embrião, resulta na exposição da medula, raízes nervosas e meninges do bebê, com consequências como déficit de aprendizado, dificuldade ou impossibilidade de caminhar e incontinência urinária.

No entanto, é importante reforçar que a suplementação de vitaminas durante a gestação deve sempre ser feita com a orientação do ginecologista-obstetra. Enquanto níveis adequados ajudam a evitar diversos problemas o excesso pode, ao contrário, prejudicar bastante a saúde da mãe e do seu bebê.

Siga o link e saiba mais sobre a suplementação de vitaminas durante a gestação!

Pré-obesidade durante a gestação: saiba mais sobre esse importante assunto

Considerada uma doença, a obesidade se tornou um problema de saúde pública mundial. Isso porque a prevalência triplicou nas últimas três décadas em praticamente todos os países, o que é justificado pelos hábitos das sociedades atuais, incluindo o sedentarismo e o aumento do consumo de alimentos processados ​​com alto teor calórico. 

A obesidade tem efeitos negativos em quase todas as funções fisiológicas do corpo e um grande impacto na morbidade e mortalidade ao longo da vida, uma vez que está associada a outras condições como o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. 

A prevalência da obesidade em mulheres em idade reprodutiva é igualmente observada no mundo todo, inclusive no Brasil. Nesse caso, a doença pode causar redução na fertilidade e aumentar o tempo necessário para conceber, além do risco de desenvolver outras condições e de resultados adversos para mãe e filho se a mulher engravidar. 

Esses impactos na fertilidade também ocorrem se o quadro for de pré-obesidade ou sobrepeso e, da mesma forma, em uma possível gestação. A manutenção saudável do peso antes e durante o período gestacional, portanto, é necessária para garantir bons resultados. 

Continue a leitura do texto até o final, saiba tudo sobre pré-obesidade durante a gestação e as possíveis consequências quando a condição não é adequadamente controlada. Confira!

O que é pré-obesidade?

Pré-obesidade ou sobrepeso e obesidade são definidos como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar a saúde. O padrão internacional utilizado clinicamente para avaliar a composição corpórea é o IMC (índice de massa corporal), que indica se o peso está acima do ideal a partir da relação peso/altura: o peso, em quilograma (Kg) é dividido pela altura ao quadrado (m2).

A pré-obesidade é classificada quando o IMC está entre 25 kg/m2 e 29,9 kg/m2. Durante a idade reprodutiva esse sobrepeso dificulta a ovulação, liberação do óvulo nos ciclos menstruais. Dificuldade, que é proporcional ao IMC, ou seja, quanto maior menores as chances de o óvulo ser liberado, impedindo a fecundação. 

Por outro lado, a classificação da obesidade considera um IMC de 30 kg/m2 ou superior, isso significa que mulheres com pré-obesidade podem facilmente se tornar obesas. O excesso de peso ou obesidade durante a gestação influencia fortemente não apenas as complicações metabólicas, porém também as consequências perinatais adversas. 

Pré-obesidade durante a gestação

Durante a gestação ocorrem diversas mudanças fisiológicas no corpo feminino, em vários sistemas. O peso naturalmente aumenta para suprir as necessidades energéticas maternas e do feto. No entanto, ainda que o ganho de peso gestacional seja necessário para garantir um feto saudável, o ganho inadequado está associado a resultados adversos. 

A obesidade materna durante a gestação também é considerada um problema de saúde pública. Para se ter uma ideia, segundo estudos as taxas de prevalência são de aproximadamente 30% nos países ocidentais. O ganho excessivo de peso durante o período registra percentuais ainda maiores, de 40% ou mais. 

Entre os problemas que o aumento de peso durante a gestação pode provocar estão o diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, transtornos emocionais como depressão e ansiedade, parto cesáreo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, bebê natimorto e macrossomia. 

Assim, mulheres grávidas obesas têm maior probabilidade de parto de bebês grandes ou pequenos para a idade gestacional, parto prematuro espontâneo ou por indicação médica, bebês nascidos mortos, bem como é mais alto o risco de ocorrerem malformações fetais congênitas. Já a pré-eclâmpsia, aumento da pressão arterial, pode evoluir para a eclâmpsia, associada à morbidade e mortalidade materna.

Também podem ter perda precoce da gestação, dificuldades durante o trabalho de parto e correm maior risco de hemorragia no puerpério ou pós-parto. 

Por isso, mulheres grávidas diagnosticadas com pré-obesidade devem seguir uma dieta rigorosa durante o período gestacional, bem como outras orientações do ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento pré-natal. 

Além disso, o impacto em longo prazo da obesidade materna e do ganho excessivo de peso durante a gestação na adiposidade e nos resultados de saúde relacionados com o sistema cardiovascular e metabólico pode levar a outras complicações tardias, depois do nascimento, incluindo o diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, ambas associadas a morbidades pós-parto. 

A saúde da próxima geração pode igualmente ser comprometida. É comum que os filhos de mulheres com obesidade durante a gestação desenvolvam a doença na infância ou mesmo na idade adulta e, dessa forma, o diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares.

Todos esses problemas, entretanto, podem ser evitados com o acompanhamento pré-natal adequado. É recomendado, inclusive, que mulheres com pré-obesidade que pretendem engravidar o façam a partir de um planejamento adequado, iniciando o acompanhamento com o especialista nos meses anteriores às tentativas, o que é chamado de consulta preconcepcional.

Dessa forma, é possível assegurar que o processo gestacional ocorra sem nenhuma intercorrência, que o feto se desenvolva de forma saudável e o futuro bebê não tenha a saúde comprometida. 

Quer saber mais sobre pré-obesidade durante a gestação? Toque aqui!

 

Tipos de parto: conheça todas as suas possibilidades para ter seu filho

Durante a gravidez, nas consultas de pré-natal, necessárias para avaliar da saúde da mãe e do feto, as etapas são explicadas detalhadamente. Informações, que contribuem para reduzir estados de ansiedade ou medo e incentivam maiores cuidados no período, o que ajuda a prevenir complicações inclusive no puerpério, pós-parto.

Atualmente, as mulheres costumam ser ainda estimuladas a elaborar um plano de parto, o que torna o processo mais humanizado, ajudando-as a assimilar desejos e a ter mais autonomia sobre o nascimento. Geralmente, inclui informações como a definição do tipo de parto, local de nascimento, quem vai participar, ambientação do espaço, uso de anestesia, de procedimentos ou equipamentos médicos.

Existem dois tipos de parto, o normal e o por cesariana ou cesárea. Os dois formatos têm benefícios e desvantagens e, apesar da preferência da futura mãe, apenas a partir do acompanhamento pré-natal é possível definir o mais adequado para cada gestante, garantindo, sempre, que seja realizado o mais benéfico para a mãe e para o bebê.

Continue a leitura até o final para conhecer em detalhes os tipos de parto, uma informação importante que ajuda a esclarecer todas as possibilidades para ter seu filho. Confira!

Parto normal ou vaginal

No parto normal ou vaginal, como o nome sugere, o nascimento ocorre naturalmente pela vagina. Existem diferentes tipos de parto normal além do tradicionalmente realizado, como por exemplo o natural, de lótus, na água, de cócoras ou em pé.

A mãe pode optar por qualquer um para ter seu filho, desde que o nascimento aconteça em ambiente hospitalar ou clínicas especializadas, com o suporte estrutural e clínico necessários para garantir sua segurança e a do feto. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) não reconhece oficialmente a possibilidade de o nascimento ocorrer em casa.

O parto normal pode ser realizado com ou sem o uso de anestesia para aliviar a dor, no segundo caso é considerado parto natural e a dor pode ser controlada por diferentes técnicas.

Durante o trabalho de parto, a bolsa amniótica se rompe, membrana que envolve o bebê, preenchida por líquido com diversos componentes, como nutrientes. As contrações marcam o início do processo quando têm a duração de aproximadamente 1 minuto, em intervalos que variam de 5 minutos a uma hora.

O colo do útero também dilata para permitir a passagem do bebê. O trabalho de parto é considerado em andamento quando a dilatação é 3 centímetros ou mais e deve ser de aproximadamente 10 cm para permitir a passagem do bebê, que se move em direção a abertura do canal vaginal a partir das contrações uterinas.

Após o nascimento e corte do cordão umbilical a placenta é naturalmente expelida pelas contrações. Em alguns casos pode ser necessária uma pequena intervenção para remoção, bem como podem ocorrer lesões na vagina ou no útero, exigindo reparos.

Além disso, não é possível prever como o trabalho de parto vai acontecer e, muitas vezes, pode ser necessário optar pela cesariana durante o processo.

Cesariana ou cesárea

A cesariana está entre os tipos de parto que pode ser definido pela gestante no plano de parto. Ainda que o parto normal seja considerado mais seguro e, por isso, geralmente a principal indicação dos obstetras, muitas mulheres escolhem esse formato de nascimento mesmo que não existam razões médicas.

O procedimento, nesse caso, é denominado cesariana eletiva e, segundo o CFM o médico pode permitir a opção se esse for o desejo da mãe, desde que não existam riscos para o binômio materno-fetal.

A cesariana é uma abordagem cirúrgica em que incisões feitas no abdômen e no útero possibilitam a expulsão do bebê. Entre os fatores que motivam a escolha por esse tipo de parto estão a possibilidade de definir uma data para o nascimento, reduzindo dessa forma a ansiedade e a de contornar a dor da contração.

No entanto, os riscos comuns a qualquer cirurgia permanecem, mesmo que na maioria dos casos a cesariana seja um procedimento seguro.

Parto normal X cesariana

Estudos publicados na literatura médica sugerem diferentes vantagens do parto normal quando comparado à cesariana eletiva, da mesma forma que indicam os possíveis riscos para a mãe e feto se o nascimento ocorrer por cirurgia. Veja abaixo:

Vantagens do parto normal:

  • menor tempo de recuperação;
  • menor risco de complicações no puerpério;
  • menor risco de o bebê desenvolver doenças respiratórias;
  • menor risco de o bebê nascer prematuro;
  • menor risco de complicações em futuras gestações;
  • amamentação mais fácil.

Na cesariana eletiva, por sua vez, além de o tempo de recuperação ser maior, como acontece em todo procedimento cirúrgico existem riscos para mãe e para o feto. Entre os riscos maternos estão:

  • perda de sangue, muitas vezes excessiva (hemorragia);
  • infecções uterinas;
  • lesões no intestino ou bexiga;
  • formação de coágulos sanguíneos, que podem, inclusive, resultar em trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP), condição potencialmente perigosa;
  • dificuldades em ter um parto normal no futuro.

Já os riscos para o bebê incluem problemas respiratórios, obesidade infantil ou adulta ou mesmo bebês nascidos mortos (natimorto).

Assim, quando a mulher está planejando engravidar, é importante já iniciar o acompanhamento como o ginecologista-obstetra, o que é conhecido como consulta preconcepcional, quando são realizados exames para confirmar a saúde reprodutiva e geral, que ajudam a decidir quais os tipos de parto de escolher. O plano de parto pode começar a ser elaborado na ocasião.

Siga o link e saiba mais sobre os tipos de parto!

O que é pré-eclâmpsia?

Os cuidados do pré-natal são essenciais para manter a mãe e seu futuro bebê saudáveis. Por isso, mulheres que suspeitam estar grávidas devem agendar uma consulta com o ginecologista-obstetra para iniciar o processo. 

As consultas geralmente incluem exame físico, verificação de peso, medida da pressão arterial, exames laboratoriais e de imagem, como os de ultrassom. Também são abordados aspectos da saúde materna e fetal, indicadas vitaminas e dietas alimentares adequadas a cada fase, o que vai ajudar no desenvolvimento do feto e do bebê no futuro.

Segundos estudos, os bebês de mães que não recebem cuidados pré-natais têm três vezes mais chances de ter baixo peso ao nascer, bem como é cinco vezes maior a de nascerem mortos, quando comparados aos de mãe que receberam esses cuidados. 

Durante o pré-natal, os especialistas podem detectar problemas de saúde precocemente quando atendem às mães regularmente. Isso permite que o tratamento seja igualmente precoce. Essas ações, além de possibilitarem a cura ou controle de algumas condições, ajudam a prevenir outras. 

A pré-eclâmpsia, por exemplo, é uma condição exclusiva da gravidez e pode complicar até 8% de todos os partos no mundo, sendo, ainda, uma das principais causas de nascimentos prematuros. 

Continue a leitura até o final para saber o que é pré-eclâmpsia, conhecer os fatores de riscos, métodos diagnósticos e tratamento. Confira!

O que é pré-eclâmpsia?

Pré-eclâmpsia é uma das possíveis complicações da gravidez, potencialmente perigosa para  saúde da mãe e do feto. Tem como características o aumento da pressão arterial, presença de proteínas na urina e, muitas vezes, inchaço no rosto, pernas, pés e mãos. Começa após a 20ª semana da gravidez em mulheres cuja pressão arterial era normal e pode ocorrer também no puerpério, logo após o parto.

Como o aumento repentino e inchaço, principalmente do rosto e mãos, também são sintomas típicos da gravidez, muitas vezes a mulher demora a perceber o problema. No entanto, a diminuição da produção de urina está entre os sintomas que podem ajudar na percepção, bem como outros indicam a necessidade de procurar auxílio médico com urgência, incluindo dores de cabeça e abdominais severas, alterações na visão e falta de ar.

Com o acompanhamento adequado a pré-eclâmpsia pode ser controlada, enquanto a falta de controle, por sua vez, pode levar a complicações mais graves. 

Quais são os fatores de risco para pré-eclâmpsia?

Estudos sugerem que a pré-eclâmpsia começa na placenta, órgão vascular temporário que se forma durante a gravidez, cuja função é estabelecer a comunicação entre mãe e o feto, facilitando a troca de nutrientes e oxigênio pela corrente sanguínea e, a eliminação de excrementos. 

Nas mulheres com pré-eclâmpsia esses vasos não se desenvolvem ou funcionam adequadamente, são mais estreitos, limitando a quantidade de sangue que pode fluir por eles. Esse desenvolvimento anormal pode ser provocado por danos causados aos vasos sanguíneos; insuficiência de fluxo sanguíneo para o útero, fatores imunológicos ou genéticos. 

Mulheres que sofrem como hipertensão arterial crônica ou têm histórico pessoal e familiar de pré-eclâmpsia são consideradas o principal grupo de risco. Porém, outros fatores podem ainda aumentar as chances de desenvolver a condição, entre eles:

  • gravidez múltipla;
  • primeira gravidez;
  • intervalo entre as gestações menor do que dois anos ou maior do que dez; 
  • idade, o risco é mais alto em mulheres jovens ou acima dos 36 anos;
  • diferença racial, mulheres de pele negra têm maior risco quando comparadas com às de pele branca;
  • novo parceiro, há mais chances quando há um novo parceiro do que a segunda ou terceira gravidez com o mesmo;
  • condições como obesidade, diabetes tipo 1 ou 2, doenças renais, trombofilia, tendência a desenvolver coágulos sanguíneos e doenças autoimunes, como o lúpus.

Os fetos de mulheres com pré-eclâmpsia geralmente não crescem adequadamente, assim como o bebê pode ter baixo peso ao nascer. Isso acontece porque os vasos sanguíneos são afetados e, dessa forma, a troca de nutrientes e oxigênio é menor. 

Além disso pode haver descolamento da placenta, quando ocorre a separação do órgão da camada interna do útero antes do parto; em casos graves pode provocar hemorragia, quadro perigoso para a mãe e o feto.

No entanto, a principal preocupação é a evolução para eclâmpsia, uma forma grave de pré-eclâmpsia cuja consequência são convulsões que podem provocar confusão e desorientação ou colocar a gestante em coma. Em alguns casos, podem ainda causar acidente vascular cerebral (AVC) ou morte. Embora a eclâmpsia seja considerada uma complicação da pré-eclâmpsia, pode ocorrer sem os sinais iniciais, sendo percebida apenas pelas convulsões.

Contudo, na maioria dos casos, a pré-eclâmpsia é tratada por medicamentos para baixar a pressão arterial antes de evoluir para eclâmpsia. Por isso, é fundamental a realização do pré-natal e o comparecimento a todas as consultas agendadas pelo especialista, periodicidade determinada de acordo com o quadro de cada paciente. Em cada uma, é feita a medida da pressão arterial, o que permite prevenir e/ou controlar o quadro.

Quando ocorre a evolução para a eclâmpsia, por outro lado, o único tratamento é o parto, que normalmente é prematuro. 

Toque aqui e saiba mais sobre a pré-eclâmpsia!

O que é consulta preconcepcional e por que é importante?

Entre os ganhos proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico está o avanço de diferentes áreas da medicina. Hoje, técnicas de imagem em alta resolução, cirurgias minimamente invasivas, inclusive com auxílio de robôs e a evolução de procedimentos laboratoriais, permitem detectar e tratar precocemente diferentes condições. 

Na área ginecológica-obstétrica, por exemplo, além da solução de praticamente todos os problemas de infertilidade, houve uma grande redução nos casos de mortalidade materna e/ou fetal, pois os recursos disponíveis atualmente proporcionam uma gravidez com menos risco. 

Em algumas situações, o tratamento pode até mesmo ser feito durante o desenvolvimento intrauterino. É importante, entretanto, manter as consultas de rotina e, se o objetivo for formar uma família, a atenção ao pré-natal é essencial.

Apesar de a maioria das mulheres saber sobre a importância do pré-natal quando há intenção de engravidar, uma consulta igualmente necessária, que ocorre antes mesmo das tentativas ainda é pouco conhecida, a consulta preconcepcional

Continue a leitura até o final para saber o que é consulta preconcepcional, por que é importante e como é feita. Confira!

Consulta preconcepcional e sua importância

Consulta preconcepcional, como o nome sugere, é aquela realizada antes de iniciar as tentativas para engravidar; idealmente, pelo menos nos três meses anteriores. É necessária na preparação para uma gravidez, pois ajuda a evitar possíveis complicações que podem ocorrer durante o período gestacional, garantindo a saúde da mãe e do seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional possibilita avaliar riscos, permite intervenções e otimização médica antes da gravidez para reduzir a possibilidade de resultados obstétricos maternos e fetais desfavoráveis. Ou seja, tem um efeito positivo nas chances de sucesso.

Segundo estudos, eventos que ocorrem antes de a mulher saber que está grávida podem ter um impacto significativo no crescimento fetal e no resultado da gravidez. 

Embora os casos de mortalidade materno-fetal tenham reduzido significativamente no mundo todo, as taxas ainda são consideradas altas. As malformações congênitas e a prematuridade, por exemplo, são responsáveis ​​pela maioria das mortes fetais e nem sempre as intervenções durante os cuidados pré-natais conseguem mitigar os resultados. 

A consulta preconcepcional, por sua vez, oferece a oportunidade de discutir fatores de risco para minimizá-los antes da gravidez, utilizando, para isso, diferentes abordagens baseadas em evidências científicas.

Ainda que todas as mulheres que pretendem engravidar devam realizar a consulta preconcepcional, ela é particularmente necessária às já diagnosticadas com algumas condições, como obesidade, hipertensão, diabetes e outras crónicas, bem como às que tiveram problemas em gestações anteriores ou planejam ter o primeiro filho. 

Entenda como a consulta preconcepcional é feita

Durante a consulta preconcepcional são abordados aspectos como histórico reprodutivo, histórico clínico pessoal, familiar e do parceiro, uso de medicamentos, riscos sociais que podem afetar a fertilidade ou a obtenção da gravidez, saúde emocional ou mesmo estilo de vida. 

No histórico reprodutivo são avaliadas qualquer gravidez anterior, de alto risco ou não, possíveis abortamentos espontâneos, doenças que afetam os órgãos reprodutores, histórico pregresso ou atual de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem provocar infertilidade e resultados de exames de Papanicolau anteriores.

Já no clínico pessoal são pesquisadas doenças atuais ou pregressas, principalmente as que representam risco para gravidez e, no familiar, os distúrbios genéticos que podem ser transmitidos aos filhos. Doenças que podem afetar os órgãos reprodutores do parceiro são igualmente avaliadas, assim como a incidência de ISTs. 

O uso de medicamente e/ou suplementos também deve ser relatado ao médico na ocasião, que vai avaliar ainda situações de risco social ou profissional, como a exposição a elementos químicos e estilo de vida, incluindo hábitos como tabagismo, alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas, sedentarismo e alimentação. 

Na consulta preconcepcional a mulher também recebe orientações importantes, entre elas a dieta mais adequada, vitaminas pré-natal, controle do ciclo menstrual, ovulação e período fértil, frequência para realizar os testes de gravidez e exercícios que podem ajudar a preparar para o período gestacional e pós-parto, da mesma forma que o especialista solicita ao casal os exames necessários para confirmar a saúde reprodutiva. 

Os primeiros solicitados geralmente são os que determinam a fertilidade; avaliação da reserva ovariana às mulheres, que indica a quantidade de folículos presentes no momento, estruturas que contêm o óvulo imaturo, dos pequenos aos que podem desenvolver e ovular chamados pré-antrais e antrais. Enquanto aos homens é solicitado o espermograma, que indica a qualidade do sêmen e dos espermatozoides abrigados nas amostras.

Posteriormente, são solicitados exames laboratoriais e de imagem, incluindo os de sangue e urina, que detectam a presença de bactérias sexualmente transmissíveis, ultrassonografia transvaginal e da bolsa testicular ou outros complementares caso seja necessário.

A avaliação dos níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo também é solicitada, bem como tipagem sanguínea, imunidade à rubéola, sarampo, varicela, hepatite B e toxoplasmose.

Os resultados orientam a abordagem terapêutica mais adequada em cada caso, se houver necessidade de tratar alguma condição e permitem um planejamento do pré-natal adequado para a paciente, com os cuidados necessários para assegurar uma gravidez saudável para ela e seu futuro bebê. 

A consulta preconcepcional, portanto, proporciona o equilíbrio da saúde desde o início da gravidez, aumentando bastante as chances de não ocorrerem complicações durante o período gestacional e no puerpério, período logo após o parto. 

Diferentes estudos demostram que os cuidados preconcepção contribuem para aumentar as chances de engravidar, reduzem riscos de abortamento espontâneo, defeitos congênitos (de nascimento) no bebê e de efeitos adversos na gravidez, como a pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mulher. 

Quer saber mais sobre a consulta preconcepcional? É só seguir o link!

O que é gestação de alto risco?

Toda mulher que deseja ser mãe geralmente espera uma gravidez sem intercorrências e um parto tranquilo. Na maioria das vezes é exatamente isso que acontece. No entanto, algumas podem enfrentar dificuldades e complicações inesperadas.

Por isso, os órgãos de saúde orientam às mulheres grávidas ou em tentativa de engravidar a realização do pré-natal, acompanhamento feito pelo ginecologista-obstetra, que pode iniciar antes da concepção, quando a gravidez é planejada, ou assim que for confirmada, e, deve estender-se até o puerpério, período pós-parto.

O pré-natal é necessário para prevenir ou detectar precocemente qualquer problema que possa comprometer a saúde materna e fetal. Além fazer diferentes exames, a mulher também recebe orientações sobre a gravidez, como sugestões para uma alimentação mais equilibrada, mudanças corporais e emocionais consequentes da variação hormonal ou mesmo sintomas que podem indicar riscos.

Geralmente, a recomendação mínima é de seis consultas durante o período gestacional, uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro.

Em cada um são realizados exames específicos que avaliam a saúde da mãe e do seu futuro bebê. Se forem detectados problemas, ou nos casos de doenças anteriores que podem resultar em complicações, o quadro passa a ser considerado como gestação de alto risco, que exige um acompanhamento mais frequente, com maior atenção.

Acompanhe a leitura do texto até o final para saber o que é gestação de alto risco e a conduta médica que costuma ser adotada nesses casos. Confira!

Gestação de alto risco

Uma gestação de alto risco é aquela em que a mulher e seu feto enfrentam uma probabilidade acima do normal de terem problemas. Muitos fatores, incluindo aqueles que afetam a ambos e os que surgem durante o período, podem tornar a gestação de alto risco.

Um dos principais associados ao quadro é a idade materna. Mulheres com menos de 17 anos ou acima dos 35 anos, por exemplo, têm mais risco de complicações, como distúrbios genéticos que levam ao abortamento.

Entre as condições médicas anteriores à concepção, pode-se citar a hipertensão arterial crônica, que aumenta a possibilidade de pré-eclâmpsia, potencialmente perigosa para a mãe e feto, doenças autoimunes, como o Lúpus, diabetes, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), incluindo o HIV, vírus da imunodeficiência humana, problemas cardíacos, no pulmões ou rins.

Já as mulheres saudáveis podem ter pré-eclâmpsia como consequência da presença de proteína na urina, liberada pelo feto, e o diabetes gestacional, condição em que os hormônios placentários interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue.

Independentemente da saúde materna podem ainda ocorrer problemas consequentes do próprio processo gestacional que levam à gestação de alto risco.

Exemplos incluem os associados à placenta e ao feto, como os de desenvolvimento fetal, placenta prévia, condição na qual a placenta pode cobrir todo o colo uterino impedindo a passagem do bebê; descolamento prematuro da placenta, quando se descola do endométrio antes do parto e placenta acreta, quando os vasos placentário se enraízam profundamente na parede uterina.

Hábitos de vida estão ainda entre os fatores de risco, incluindo tabagismo e alcoolismo, uso excessivo de drogas recreativas e de alguns medicamentos. Sedentarismo, estresse, transtornos emocionais como ansiedade ou depressão ou exposição a substâncias químicas também podem contribuir.

Pré-natal na gestação de alto risco

Na gestação normal, as consultas do pré-natal devem ser idealmente realizadas mensalmente nas primeira 32 semanas, quinzenalmente até a 37ª e, depois disso, semanalmente até o nascimento. Enquanto na gestação de alto risco devem ser mais frequentes. O número varia de acordo com cada caso.

A periodicidade dos exames que avaliam a saúde materno-fetal é igualmente maior, como os que medem a quantidade de proteína na urina, a pressão arterial, detectam possíveis infecções, bem como as ultrassonografias que avaliam o desenvolvimento da gestação e indicam problemas associados ao futuro bebê.

O ajuste de dosagens de medicamentos de uso contínuo ou prescritos durante a gestação também deve ser criteriosamente observado.

Mulheres com condições prévias, por sua vez, devem consultar um especialista antes de decidir engravidar, o que é chamado consulta pré-concepcional, para realização de exames, ajustes de medicamentos ou adequações necessárias que garantam a saúde materna e fetal durante o processo gestacional e/ou minimizem riscos.

Além disso, é fundamental que o acompanhamento da mulher e do bebê continue no puerpério, especialmente quando a gestação é de alto risco.

Diferentes estudos já comprovaram, que o acompanhamento adequado do pré-natal pode evitar ou prevenir a maioria das complicações na gestação ou puerpério, independentemente da situação. Essa, inclusive, é a maneira mais eficaz para reduzir os percentuais de mortalidade materna e fetal.

Isso significa que mesmo quando há o diagnóstico de gestação de alto risco, o processo gestacional, nascimento e desenvolvimento do bebê no futuro podem ocorrer de forma saudável, sem nenhuma irregularidade. Por outro lado, apenas 10% das gestações são consideradas de alto risco.

Quer saber mais sobre gestação de alto risco e entender tudo sobre o assunto? Toque aqui!

O que é diabetes gestacional e o que fazer?

As mulheres em tentativa de engravidar já sabem a importância dos cuidados pré-natais para uma gestação saudável. Eles são necessários, por exemplo, para identificar e tratar possíveis complicações, bem como orientar comportamentos que vão garantir a saúde da mãe e de seu futuro bebê.

Complicações estão associadas à mãe e/ou ao feto. São consequência do próprio estado gestacional e de quadros clínicos comuns em mulheres grávidas ou mesmo anteriores, como as doenças crônicas. Entre elas, podem-se citar o abortamento espontâneo, parto pré-termo, ruptura prematura das membranas, nascimento prematuro, feto natimorto, baixo peso ao nascer, macrossomia e malformações congênitas.

Podem acontecer em qualquer etapa da gravidez, durante o trabalho de parto ou no pós-parto, causadas por diferentes condições, incluindo o diabetes gestacional, que, embora seja uma das principais preocupações das mulheres grávidas, pode ser evitado e/ou controlado na maioria dos casos.

Mostramos, neste texto, tudo sobre o diabetes gestacional e o que fazer quando há esse diagnóstico. Continue a leitura até o final e confira!

Diabetes gestacional

O diabetes mellitus é uma doença causada pela produção insuficiente ou absorção inadequada de insulina, hormônio que regula a glicose (açúcar) no sangue transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. Existem diferentes tipos: 1, 2 e o diabetes gestacional. No primeiro caso, ocorre a redução ou falta de produção de insulina, enquanto no segundo o organismo desenvolve uma resistência à ação do hormônio.

O diabetes gestacional, por sua vez, ocorre quando os hormônios placentários interferem na capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue.

Ou seja, não é provocado pela falta de insulina, como acontece no tipo 1, porém por outros hormônios produzidos durante a gravidez que podem torná-la menos eficaz, levando, como acontece no tipo 2, ao desenvolvimento de uma condição conhecida como resistência à insulina (RI). Assim, a glicose se acumula no sangue em vez de ser absorvida pelas células.

Esse tipo de diabetes afeta entre 2% e 4% de todas as gestantes. Uma das consequências é o risco aumentado, para a mãe e seu bebê, do desenvolvimento posterior do diabetes tipo 2.

Além disso, a exposição do feto a grandes quantidades de glicose durante o crescimento intrauterino aumenta as chances de macrossomia, recém-nascido com peso igual ou superior a 4 kg, independentemente da idade gestacional, o que dificulta a passagem pelo canal vaginal, tornando maior a possibilidade de ocorrerem lesões. Por isso, o parto de mulheres com diabetes gestacional geralmente é feito por cesariana.

O nascimento prematuro está ainda entre os possíveis riscos; bebês prematuros de mães com diabetes gestacional podem desenvolver uma condição denominada síndrome do desconforto respiratório, que dificulta a respiração, ou mesmo hipoglicemia, situação contrária ao diabetes caracterizada por baixos níveis de glicose no sangue que, em quadros graves, pode provocar convulsões no bebê.

Por outro lado, o diabetes gestacional não tratado pode levar à morte do bebê antes ou logo após o nascimento (natimorto) e aumenta o risco de pressão alta, fator de risco para pré-eclâmpsia, uma complicação da gravidez potencialmente perigosa para a mãe e seu filho.

Durante o pré-natal, entretanto, alterações nos níveis de glicose no sangue podem ser detectadas por diferentes testes, que indicam se há tendência ou diagnosticam o diabetes gestacional, permitindo adotar medidas para prevenir ou controlar o quadro, evitando, dessa forma, possíveis complicações.

A glicemia de jejum, por exemplo, teste realizado no primeiro trimestre da gravidez, avalia se há tendência, enquanto o teste de tolerância à glicose, realizado entre a 24ª e a 28ª semana, quando é mais comum surgir o problema, permite a confirmação, bem como é utilizado para acompanhamento.

O que fazer quando o diagnóstico é de diabetes gestacional?

Qualquer conduta terapêutica durante o período gestacional deve ser determinada pelo ginecologista-obstetra responsável pelo acompanhamento da mulher. Uma das medidas que pode ser adotada é a de uma dieta balanceada, essencial, inclusive, para o desenvolvimento saudável da gravidez e do feto, o que significa que deve ser praticada independentemente do risco de diabetes gestacional.

O monitoramento periódico do crescimento do bebê, feito por exames de ultrassonografia realizados durante o pré-natal, é igualmente importante.

Por outro lado, embora os níveis de glicose geralmente normalizem logo após o nascimento na maioria dos casos, isso deve ser confirmado por testes solicitados pelo especialista, que vai orientar a periodicidade e intervalo para serem realizados.

Obesidade, sedentarismo, diabetes gestacional anterior ou pré-diabetes, síndrome dos ovários policísticos (SOP), histórico familiar e bebês de gestações anteriores nascidos com peso superior a 4kg são listado como fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição.

Mulheres já diagnosticadas com diabetes tipo 1 ou 2, por sua vez, precisam relatar a doença na primeira consulta do pré-natal ou consulta pré-concepcional, que deve idealmente ser feita quando há intenção de engravidar.

A maioria das mulheres com diabetes gestacional normalmente são assintomáticas, entretanto sede e micção frequente, sintomas comuns quando há possíveis alterações nos níveis de glicose, podem ajudar a identificar o problema.

Porém, a única forma eficaz para evitar ou controlar essas e outras condições que podem surgir durante a gestação é o acompanhamento adequado durante o pré-natal.

Siga o link para aprofundar o conhecimento sobre o diabetes gestacional!