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DIU Mirena e DIU Kyleena: os inúmeros benefícios desse método contraceptivo

A única forma de prevenir uma gravidez indesejada é o uso de métodos contraceptivos. Alguns, entretanto, têm um grande percentual de falha, enquanto outros se destacam por sua alta eficácia, quase 100%. O DIU, dispositivo intrauterino, é um dos principais representantes dessa categoria, uma vez que outros benefícios somam-se à essa qualidade.

Embora o DIU já esteja disponível há muitas décadas, sua utilização era limitada por diferentes fatores, o que incluía, nesse caso, as chances de falha, bem como as de ocorrerem infecções, além de ser pouco acessível.

Todos esses fatores foram corrigidos com o tempo e hoje o DIU é considerado é o método de controle de natalidade mais popular no mundo. Entre os tipos disponíveis estão o de cobre, o com fio de prata e o hormonal, que costuma, nesse caso, ser o mais indicado pelos especialistas.

O DIU Mirena e o DIU Kyleena são dispositivos intrauterinos hormonais, ou seja, liberam hormônios para impedir a gravidez. Continue a leitura até o final para conhecer os inúmeros benefícios desse método contraceptivo. Confira!

DIU Mirena e DIU Kyleena

O DIU Mirena e o DIU Kyleena liberam diariamente pequenas doses de levonorgestrel, hormônio sintético semelhante à progesterona, um dos principais hormônios femininos cuja ação durante os ciclos menstruais é essencial para o sucesso e manutenção da gravidez.

Ambos atuam de forma semelhante na prevenção da gravidez. Inibem o espessamento do endométrio, tecido de revestimento interno do útero no qual o embrião formado na fecundação se implanta, processo que marca o início da gestação; provocam o espessamento do muco cervical impedindo, assim, a passagem dos espermatozoides e diminuem a motilidade das tubas uterinas, órgãos que abrigam a fecundação e são responsáveis pelo transporte dos gametas, óvulos e espermatozoides para esse evento acontecer.

Dessa forma, não há fecundação, quando o óvulo e o espermatozoides se fundem gerando a célula primordial do embrião, ou ele não se implanta.

Apesar de atuarem de maneira semelhante, o DIU Mirena e o DIU Kyleena têm alguns diferenciais, mesmo que também tenham em comum benefícios importantes: são de longa duração, reversíveis, a eficácia é de 99% e podem ser usados por mulheres que estão amamentando.

Isso significa que depois da colocação a mulher não precisa mais se preocupar, pois as chances de engravidar são inexpressivas e quando houver o desejo de ter filhos eles podem ser removidos sem nenhum prejuízo para a fertilidade.

Veja abaixo os outros benefícios de cada um:

DIU Mirena

  • tempo de duração: o DIU Mirena dura entre 6 anos e 7 anos. Depois desse intervalo, se ainda não houver o desejo de ter filhos, deve ser substituído. O DIU Kyleena, por sua vez, tem uma duração menor, de 5 anos;
  • suspensão da menstruação: a maioria das mulheres que usam o DIU Mirena experimentam a suspensão da menstruação. Por isso, geralmente é o mais indicado às que têm sintomas mais severos durante o período menstrual, incluindo cólicas intensas e TPM, tensão pré-menstrual, condição caracterizada por alterações de humor, depressão e fadiga extrema;
  • alivia sintomas de endometriose: por promover a suspensão da menstruação, o DIU Mirena proporciona o alívio de sintomas da endometriose como a dor pélvica crônica, o mais marcante dessa doença.

DIU Kyleena

  • tamanho: ainda que ambos tenham o formato de T com um braço de cada lado e um fio na parte inferior que desce até o colo do útero e a vagina, o DIU Kyleena tem dimensões menores, 30 mm de comprimento, 28 mm de largura e 1,9 mm de espessura, o que facilita a colocação, enquanto o DIU Mirena tem 32 mm de comprimento, 32 mm de largura e 1,55 mm de espessura;
  • quantidade e liberação de levonorgestrel: o DIU Kyleena libera aproximadamente 9 mcg de levonorgestrel por dia e o DIU Mirena cerca de 15 mcg. Mesmo que a quantidade não interfira na eficácia, pode ajudar em situações como a amamentação.

Entre os possíveis efeitos colaterais provocados pelo DIU Mirena e o DIU Kaleena o mais comum é o sangramento que acontece fora do período menstrual, no entanto ele dura pouco tempo, no máximo 6 meses. Atualmente, praticamente já não há risco de infecção, bem como outros associados ao uso do DIU hormonal, como a formação de cistos ovarianos e gravidez ectópica, quando o embrião se implanta em uma das tubas uterinas em vez do útero.

Por esses benefícios, o DIU Mirena e o DIU Kyleena se tornaram uma das principais opções das mulheres que pretendem adiar os planos de maternidade, inclusive quando comparados a outros métodos hormonais como as pílulas anticoncepcionais, que apesar da popularidade devem ser tomadas diariamente para prevenir a gravidez.

No entanto, a escolha do método contraceptivo mais adequado para cada paciente, incluindo a opção entre o DIU Mirena e o DIU Kyleena, deve ser feita com auxílio de um especialista, pois considera diferentes fatores, entre eles a ocorrência de possíveis doenças que impeçam o uso de hormônios.

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Cuidados preconcepcionais: saiba como se preparar para a gravidez

É comum que os cuidados preconcepcionais sejam confundidos com o pré-natal, consultas realizadas em todos os trimestres da gravidez para acompanhar o desenvolvimento da gestação, a saúde da mãe e do seu futuro bebê.

Embora ambos tenham como objetivo evitar possíveis complicações durante o período gestacional, são diferentes. Os cuidados preconcepcionais são aqueles realizados antes mesmo das tentativas para engravidar.

Planejar a família é um passo bastante importante e envolve diferentes aspectos, da saúde geral e reprodutiva aos fatores ambientais e psicossociais.

Riscos modificáveis, por exemplo, incluindo o tabagismo e o consumo excessivo de álcool durante o período preconcepção, têm impacto na saúde reprodutiva das mulheres e dos homens e na qualidade dos gametas ou células reprodutivas, espermatozoides e óvulos que carregam as informações genéticas dos pais transmitidas às futuras gerações.

Nos últimos anos, tem havido um reconhecimento crescente da importância dos cuidados preconcepcionais na prevenção de doenças neonatais e do nascimento, que têm uma carga global bastante significativa, afetando aproximadamente 2,4 milhões de bebês anualmente.

Além disso, entre as possíveis complicações que podem acontecer durante a gravidez estão os distúrbios relacionados ao feto; muitos podem ser prevenidos com os cuidados preconcepcionais adequados.

Ainda que todas as pessoas que pretendem engravidar devam ter atenção aos cuidados preconcepcionais, eles são particularmente necessários para as mulheres, uma vez que é no organismo feminino que ocorrem as principais etapas da gravidez. Principalmente as já diagnosticadas com algumas condições, como obesidade, hipertensão, diabetes e outras crónicas, as que tiveram problemas em gestações anteriores ou planejam ter o primeiro filho.

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Cuidados preconcepcionais

Os cuidados preconcepcionais ou anteriores à concepção são definidos como um conjunto de intervenções destinadas a identificar e modificar riscos biomédicos, comportamentais e sociais em mulheres em idade reprodutiva.

O objetivo é melhorar os resultados da gravidez e a saúde em geral por meio da prevenção de doenças e da gestão dos fatores de risco que afetam o binômio materno-fetal.

O estado de saúde de ambos os pais no momento da concepção pode influenciar significativamente o desenvolvimento e a saúde do feto. Os cuidados preconcepcionais permitem criar um ambiente favorável para a concepção, implantação e desenvolvimento embrionário.

Vários processos fisiológicos são essenciais para o desenvolvimento de um embrião durante o período preconcepção, eventos que ocorrem antes de a mulher saber que está grávida podem ter um impacto significativo no crescimento fetal e no resultado da gravidez, incluindo estágios importantes de formação de órgãos e crescimento que ocorrem no início, muitas vezes antes mesmo de a mulher perceber que está grávida.

Os cuidados preconcepcionais contribuem para mitigar riscos e promover o desenvolvimento saudável desde os estágios iniciais.

Conheça os principais cuidados preconcepcionais:

  • intervenções nutricionais e suplementação: as intervenções nutricionais e a suplementação têm um papel fundamental nos cuidados preconcepcionais. A nutrição adequada antes da concepção, incluindo a suplementação de ácido fólico, reduz as chances de malformações fetais, especialmente os defeitos abertos do tubo neural, importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê, e outras deficiências congênitas. Uma dieta balanceada, rica em nutrientes essenciais, como ferro e cálcio, é necessária para apoiar a saúde materna e fetal;
  • mudanças no estilo de vida e de comportamento: parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e evitar o uso de drogas recreativas estão entre as ações que podem diminuir significativamente o risco de resultados adversos na gravidez. A prática regular de exercícios físicos é igualmente importante; manter um peso saudável também ajuda a reduzir o risco de complicações durante o período gestacional;
  • rastreio e gestão de condições médicas pré-existentes: identificar e controlar condições como diabetes, hipertensão e distúrbios da tireoide antes da concepção pode minimizar os riscos para a mãe e para o feto, o que envolve, inclusive, a otimização dos regimes de medicação;
  • rastreio genético: o rastreio genético permite identificar distúrbios que podem ser transmitidos aos filhos, permitindo escolhas reprodutivas;
  • imunizações e prevenção de doenças infecciosas: é importante estar em dia com as vacinas recomendadas, como rubéola e hepatite B, que protegem contra infecções que podem representar riscos durante a gravidez. A prevenção e manejo de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é igualmente necessária, pois além de proteger a saúde materna e fetal evitam interferências na capacidade reprodutiva;
  • apoio psicossocial e saúde mental: o apoio psicossocial e a abordagem da saúde mental também são aspectos essenciais nos cuidados preconcepcionais reduzindo o risco de resultados adversos na gravidez. O apoio e encaminhamentos apropriados podem ajudar a controlar o estresse, a ansiedade ou a depressão, contribuindo de forma mais ampla para uma melhor saúde reprodutiva geral. Os transtornos de humor e de ansiedade são prevalentes entre pessoas em idade reprodutiva e há uma alta incidência de novas doenças psiquiátricas ou de recaída de uma pré-existente durante a gravidez. O controle durante o período preconcepção pode ajudar a prevenir resultados adversos no intraparto ou pós-parto.

Os cuidados preconcepcionais ajudam, portanto, a evitar efeitos adversos na gravidez, como a pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia, condição potencialmente perigosa para a mulher ou o diabetes gestacional, reduzem as chances de ocorrer abortamento espontâneo, nascimento prematuro e bebês nascidos mortos, de problemas intrauterinos, neonatais ou congênitos e, consequentemente, os percentuais de morbidade e mortalidade materno-fetal.

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Amamentação: veja como se preparar para esse momento tão especial

Além da aumentar a conexão entre a mãe e seu bebê, os efeitos da amamentação sobre a saúde já são bem conhecidos. O leite materno é exclusivamente adequado às necessidades nutricionais do recém-nascido; é uma substância viva com propriedades imunológicas e anti-inflamatórias que protegem contra diversas condições.

Fornece toda a energia e nutrientes que o bebê necessita durante os primeiros meses de vida e continua a suprir boa parte das necessidades nutricionais durante a segunda metade do primeiro ano e até um terço do segundo.

As crianças amamentadas têm melhor desempenho cognitivo, pois o leite materno pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento e maturação do cérebro e do sistema nervoso central, têm menos probabilidade de sobrepeso ou obesidade e são menos propensas ao desenvolvimento de condições como o diabetes. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer de mama e de ovário.

Durante a amamentação, anticorpos e outros fatores de proteção são transmitidos da mãe para o bebê fortalecendo o sistema imunológico. Isso ajuda a diminuir as chances de contrair muitas infecções, incluindo:

A amamentação pode proteger ainda os bebês contra alergias e asma, além da síndrome da morte súbita infantil (SMSL).

Apesar de todos esses benefícios serem amplamente reconhecidos a amamentação não é uma tarefa fácil, principalmente quando é o primeiro filho. Além disso, ainda existem muitas dúvidas e mitos em torno da prática, da posição adequada e tempo necessário à quantidade e qualidade do leite, interferências de aspectos como o tamanho dos seios ou alterações estéticas e, particularmente, sobre a amamentação causar dor.

Continue a leitura até o final, saiba mais sobre a amamentação e veja como se preparar apara esse momento tão especial. Confira!

Amamentação

Os órgãos de saúde orientam a amamentação durante pelo menos os seis meses iniciais de vida do bebê e, idealmente, até um ano, com acréscimo de suplementos depois do primeiro semestre.

A produção do primeiro leite, chamado colostro, ocorre logo após o nascimento. Ele é mais espesso, amarelado e em menor quantidade, contudo possui os nutrientes necessários para o bebê e é essencial para reforçar o sistema imunológico, bem como prepara seu organismo para digestão do leite materno.

Quase todas as mães produzem a quantidade certa de leite para os seus bebês, com qualidade, independentemente do tamanho dos seios ou mamilos. A produção é determinada pela forma como ele segura o seio, suga o leite, pela frequência da amamentação e aumenta à medida que ele amamenta, por isso é importante que esse seja seu único alimento durante o primeiro semestre, uma vez que qualquer suplementação pode reduzir a quantidade.

Além disso, amamentar não causa flacidez nos seios. Geralmente isso acontece como consequência das flutuações hormonais e de peso durante a gravidez; o envelhecimento e a genética também influenciam.

Por outro lado, embora a amamentação não deva ser dolorosa é comum que os seios e mamilos fiquem doloridos e sensíveis por alguns dias enquanto o corpo se ajusta. A amamentação exige prática e os primeiros dias podem ser um desafio, porém é um dos momentos mais importantes para reforçar o laço afetivo entre mãe e filho. Veja a seguir como se preparar para esse momento tão especial.

Como se preparar para amamentação?

Normalmente, o ginecologista-obstetra responsável pelo pré-natal orienta sobre a amamentação no último trimestre da gravidez. Logo após o nascimento o contato pele com pele também é estimulado. Conhecido como cuidado mãe-canguru, vai ajudar a estabelecer a amamentação e é igualmente necessário para criar um vínculo de segurança com o bebê, facilitando o processo no futuro.

Por outro lado, ainda que o reflexo de procurar o seio materno ocorra instintivamente desde o nascimento, muitas mães precisam de orientação e/ou ajuda para posicioná-lo corretamente. A maneira correta garante que ele receba leite suficiente e o processo de amamentação não provoque dores.

Para o bebê conseguir sugar o leite materno, seus lábios devem estar posicionados ao redor do mamilo; no momento em que ele o leva à boca, trava para amamentar. Isso é conhecido como técnica da ‘trava’ e todo o mamilo, bem como a maior parte da aréola, pele ao redor dele devem ficar dentro da boca.

O posicionamento inadequado, por sua vez, é considerado um dos problemas mais comuns da amamentação, assim, sempre que possível é importante contar com essa orientação antes de iniciar o processo.

Também é importante adaptar um ambiente tranquilo em casa para amamentar. Optar pelo uso de móveis como a poltrona, que oferecem maior conforto e permitem manter as costas retas pode ajudar bastante, uma vez que nas primeiras semanas a recomendação é de que o processo ocorra de oito a doze vezes a cada 24 h, o que pode ser cansativo.

A melhor posição para amamentar, entretanto, é a que não exige nenhum tipo de esforço, ou seja, a mais confortável para a mãe e bebê. Entre as possibilidades, a mais comum é apoiar a lateral da cabeça do bebê na dobra do cotovelo e posicionar sua barriga contra o corpo, o que pode ser feito inclusive deitada para alimentação noturna.

Relaxar durante a amamentação é fundamental para o bebê se alimentar com calma e para continuidade da produção de leite. Normalmente, cada mamada dura entre 10 e 20 minutos por mama.

Muitas mães sentem desconforto nos primeiros dias de amamentação, os mamilos podem ficar sensíveis e doloridos. Contudo, intervenções podem ser necessárias se a dor persistir por mais de uma semana e os mamilos estiverem machucados.

Na maioria das vezes a dor é consequência do posicionamento inadequado do bebê, outras causas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais do bebê como sucção não nutritiva prolongada, uso de bombas de extração de leite, interrupção da sucção, uso de cremes, óleos ou protetores que causam reações alérgicas e exposição a ambientes úmidos.

Se a dor for mais intensa e os machucados demorarem a cicatrizar existem técnicas que podem auxiliar. A laserterapia, por exemplo, tem ações anti-inflamatórias, analgésicas e cicatrizantes, que auxiliam no tratamento de traumas mamilares sem comprometer a amamentação ou a qualidade do leite.

Outros problemas também podem surgir durante o processo, como o ingurgitamento mamário, popularmente conhecido como leite empedrado, inflamação da mama ou mastite aguda puerperal e ductos de leite entupidos, que ocorrem quando os seios não são completamente esvaziados de maneira regular.

Nesses casos, é importante consultar o ginecologista-obstetra para definir a melhor conduta de tratamento sem prejudicar a alimentação ou saúde do bebê.

Com os cuidados adequados, além de a amamentação ser um processo prazeroso e um momento especial, queima calorias, contribuindo para perder mais rapidamente o peso extra adquirido durante a gravidez, libera hormônios importantes para o útero retornar ao tamanho pré-gravídico, ajuda a reduzir o sangramento uterino após o nascimento, o risco de câncer de mama, ovários ou de osteoporose e ainda tem um efeito anticoncepcional.

Quanto a parar de amamentar, essa é uma decisão pessoal e varia de acordo com os costumes e escolhas individuais. No entanto, o tempo mínimo recomendado pelos especialistas deve, preferencialmente, ser sempre considerado.

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Suplementação de vitaminas durante a gestação: veja a importância

Durante a gestação, o corpo feminino passa por diferentes alterações fisiológicas e a mulher precisa de mais energia para suprir suas necessidades e do feto em desenvolvimento, que aumentam à medida que ele se desenvolve.

O feto se alimenta pela troca de nutrientes com a mãe, que ocorre pela corrente sanguínea. Assim, uma dieta equilibrada no período gestacional é essencial para garantir uma gravidez saudável para mãe e seu futuro bebê. Isso significa que ela deve conter os nutrientes necessários, incluindo as vitaminas, substâncias orgânicas que auxiliam no metabolismo celular.

Ainda que muitas vezes uma alimentação balanceada possa garantir esses nutrientes, a suplementação de vitaminas durante a gestação pode compensar possíveis deficiências ou mesmo reforçar a ação daquelas obtidas em menor quantidade pelos alimentos. Algumas são, inclusive, essenciais e prescritas para todas as gestantes, como é o caso do ácido-fólico.

Durante o pré-natal, o ginecologista-obstetra orienta sobre a dieta adequada e suplementação das vitaminas necessárias para cada paciente a partir dos resultado dos exames inicialmente realizados.

O acompanhamento da gestante é feito nas consultas pré-natal, o que inclui a observação nutricional, medida da pressão arterial e peso, bem como a realização de exames que avaliam a saúde materna e do feto em desenvolvimento. Manter a regularidade, portanto, é fundamental para evitar possíveis complicações, que nem sempre podem ser previstas.

Deficiências nutricionais durante o período gestacional, por exemplo, aumentam o risco de malformações fetais, abortamento, parto prematuro, baixo peso ao nascer e defeitos congênitos, bem como o bebê pode desenvolver doenças crônicas no futuro.

Continue a leitura até o final e veja a importância da suplementação de vitaminas durante a gestação. Confira!

Conheça os nutrientes mais importantes durante a gestação

É recomendado às mulheres que planejam engravidar iniciar o acompanhamento com o ginecologista-obstetra pelo menos três meses antes da concepção, o que é conhecido como consulta preconcepcional.

Além da confirmação da saúde reprodutiva, é comum que no período preconcepção os médicos orientem a ingestão de uma quantidade maior de vitaminas, o que é feito principalmente a partir da introdução de alguns alimentos na dieta alimentar e por suplementação quando exames já indicam deficiências. Se a gestação não foi planejada, por outro lado, a suplementação de vitaminas acontece logo no início.

O ácido fólico, por exemplo, deve idealmente ser administrado antes da concepção ou desde o primeiro mês da gravidez até o final do primeiro trimestre. É uma vitamina do complexo B, necessária para a formação de algumas proteínas estruturais e hemoglobina, que ajuda a prevenir malformações fetais, especialmente os defeitos abertos do tubo neural, importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê, como a mielomeningocele.

O tubo neural começa a se formar no primeiro mês, por isso o quanto antes o ácido-fólico é administrado maior é a prevenção. Essa substância contribui ainda para prevenir outras condições, incluindo doenças cardíacas e anemia materna, bem como diminui o risco de pré-eclâmpsia e auxilia na formação da placenta e desenvolvimento do DNA.

A vitamina D também faz parte das que se tornaram essenciais na suplementação de vitaminas durante a gestação e deve ser administrada desde o início. Isso porque, ajuda a regular o sistema imunológico, evitando, dessa forma, que anticorpos reconheçam o embrião como o invasor levando ao abortamento; bem como facilita a absorção de cálcio e fosfato, elementos essenciais para o desenvolvimento ósseo e dentição do bebê.

Outros nutrientes necessários para garantir que o período gestacional seja saudável e que podem fazer parte da suplementação de vitaminas durante a gestação incluem:

  • vitamina C: ajuda a prevenir pré-eclâmpsia, parto prematuro e danos no sistema cognitivo;
  • vitamina E: ajuda a prevenir pré-eclâmpsia, retardo no crescimento fetal e condições como asma;
  • vitamina K: necessária para o desenvolvimento saudável dos ossos e formação de proteínas no fígado, bem como desempenha um papel na coagulação sanguínea, por isso, além de administrada durante o período gestacional se houver deficiência é fundamental logo após o parto, quando há maior risco de hemorragia puerperal;
  • ferro: necessário para suportar o aumento do volume sanguíneo e reduzir o risco de anemia;
  • zinco: ajuda a diminuir o risco de abortamento, retardo no crescimento fetal, nascimento prematuro, pré-eclâmpsia e danos imunológicos;
  • ômega 3: ajuda no desenvolvimento do cérebro, do sistema nervoso central e na saúde cardíaca do bebê.

Assim, quando feita adequadamente a suplementação de vitaminas durante a gestação pode evitar diferentes complicações que comprometem a saúde materno-fetal.

A pré-eclâmpsia, por exemplo, condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial, pode evoluir para eclâmpsia, uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna.

Já a mielomeningocele, nome dado à falha no fechamento do tubo neural, estrutura que origina a medula e o cérebro no embrião, resulta na exposição da medula, raízes nervosas e meninges do bebê, com consequências como déficit de aprendizado, dificuldade ou impossibilidade de caminhar e incontinência urinária.

No entanto, é importante reforçar que a suplementação de vitaminas durante a gestação deve sempre ser feita com a orientação do ginecologista-obstetra. Enquanto níveis adequados ajudam a evitar diversos problemas o excesso pode, ao contrário, prejudicar bastante a saúde da mãe e do seu bebê.

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Como é feita a contracepção no pós-parto? Quais são as possibilidades?

O uso de métodos contraceptivos não é indicado apenas para o controle da natalidade e planejamento familiar, ou seja, evitar uma gravidez indesejada em determinado momento; também é essencial para impedir as que ocorrem em intervalos curtos, que representam riscos para a mãe e seu futuro bebê.

O intervalo entre gestações, tempo desde o nascimento ou interrupção até a concepção da próxima, é identificado como um fator de risco potencialmente modificável relacionado a resultados perinatais adversos.

Segundo estudos, as mortes perinatais, por exemplo, diminuíram em todo o mundo com a contracepção no pós-parto. São definidas como mortes fetais que ocorrem após 28 semanas de gestação (natimortos) e mortes entre nascidos vivos nos primeiros 7 dias de vida (mortes neonatais precoces).

Além disso, o intervalo entre as gestações pode interferir em resultados como ruptura prematura de membranas (bolsa amniótica), pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro e bebês pequenos para a idade gestacional.

Assim, a contracepção no pós-parto é fundamental, porém deve ser feita com a orientação do especialista, uma vez que nem todo método contraceptivo é adequado durante esse período. Alguns podem causar efeitos na qualidade e quantidade do leite materno, o que os torna contraindicados na fase de lactação.

Por isso, manter a regularidade das consultas ao ginecologista-obstetra após o nascimento do bebê é tão importante quanto o pré-natal. Além de evitar complicações que podem ocorrer, o método contraceptivo prescrito deve ser eficaz e seguro para a mãe e seu bebê. Isso significa não interferir na lactação ou alterar o sistema hemostático, pois entre os prováveis riscos está ainda o de hemorragia pós-parto, que é bastante alto.

Acompanhe o texto até o final para entender como é feita a contracepção no pós-parto e quais as possibilidades. Confira!

Pós-parto ou puerpério

Pós-parto ou puerpério é o intervalo que inicia mediatamente após o nascimento e expulsão da placenta até a completa recuperação fisiológica dos diversos sistemas orgânicos, quando as alterações maternas relacionadas à gestação retornam ao estado não gravídico.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar e reduzir qualquer tipo de complicação materna e neonatal no período o acompanhamento da mulher pelo ginecologista-obstetra deve ser feitor desde o início e por pelo menos seis meses após o nascimento.

O puerpério dura geralmente cerca de seis semanas, embora isso possa variar, e, se encerra quando a mulher tem a primeira menstruação marcando a retomada dos ciclos menstruais. No entanto, estudos sugerem que para uma nova gravidez ocorrer com segurança a espera deve ser de pelo menos dezoito meses, intervalo mínimo necessário ao restabelecimento total do organismo. Intervalos menores entre as gestações aumentam as chances de complicações.

Mulheres que estão amamentando, por outro lado, têm menor risco de engravidar durante esse intervalo. Além dos benefícios para o feto, a lactação nas que não menstruaram é um método de contracepção no pós-parto bastante eficaz e costuma ser a primeira indicação dos especialistas.

Conhecido como amenorreia lactacional (LAM), se baseia no fato de que a própria lactação tem um efeito anticoncepcional. Entenda:

  • diferentes hormônios participam do ciclo menstrual, orientados pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários (HHO). Logo no início, na primeira fase, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), estimulando a hipófise a liberar as gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que viajam pela corrente sanguínea até os ovários. O FSH promove o recrutamento de vários folículos ovarianos, que contêm o óvulo imaturo, enquanto o LH atua no desenvolvimento, amadurecimento e ruptura do que se destaca entre eles e vai liberar seu óvulo na ovulação para ser fecundado pelo espermatozoide;
  • os níveis elevados de prolactina que ocorrem com a amamentação inibem a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) pelo hipotálamo, interferindo, dessa forma, na liberação das gonadotrofinas pela hipófise. Assim, a ovulação não acontece.

Contudo, a eficácia do LAM depende da intensidade e frequência da amamentação e da adição ou não de alimentos complementares à dieta do bebê; há mais proteção quando a amamentação é a forma exclusiva de alimentação nos primeiros 6 meses pós-parto, com adição de suplementação alimentar de no máximo 5% a 10% do total das mamadas.

Os percentuais de proteção, nesse caso, se comparam aos de outros métodos contraceptivos como a pílula, cerca de 99%. Após 6 meses, entretanto, ou com a retomada da menstruação as chances de ovulação e o risco de gravidez são maiores, o que torna o LAM um método de contracepção transicional e mais adequado para mulheres que planejam amamentar totalmente por pelo menos 6 meses.

Quando a amamentação é interrompida os níveis de prolactina diminuem e a menstruação geralmente acontece entre 14 dias e 30 dias depois. Nos casos em que a usuária de LAM menstrua antes de seis meses ou se decidir complementar a amamentação, normalmente é sugerido também o uso de outro método de contracepção no pós-parto.

Métodos não hormonais, como os de barreira, as camisinhas femininas ou masculinas e o dispositivo intrauterino de cobre (DIU), bem como os hormonais que utilizam apenas progestagênios em sua composição, que não comprometem a amamentação, estão entre as opções.

Mulheres que não pretendem amamentar, por outro lado, podem recorrer a anticoncepcionais hormonais combinados, como as pílulas com estrogênio e progesterona, mais frequentemente utilizadas.

As opções de contracepção no pós-parto devem idealmente ser avaliadas junto ao ginecologista-obstetra ainda durante o último trimestre da gravidez. Quando isso não acontece, na primeira consulta após o nascimento do bebê.

Siga o link, saiba mais sobre a contracepção no pós-parto e quais métodos contraceptivos podem ser utilizados!