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O que é parto natural?

A forma como um bebê nasce é uma decisão que envolve aspectos físicos, emocionais e, principalmente, o respeito ao protagonismo da mulher. Ao longo dos anos, diversos tipos de parto surgiram com o avanço da medicina e da tecnologia — como a cesariana e o parto com analgesia —, mas uma modalidade segue despertando curiosidade por seu vínculo com a natureza e com o próprio corpo feminino: o parto natural.

Neste texto, vamos explicar de forma didática o que é o parto natural, quais são suas diferenças em relação a outros tipos de parto e quando ele pode ser indicado.

Se você está em busca de uma gestação e parto seguros, com acompanhamento médico baseado em evidências e respeito às suas escolhas, convidamos você a ler o texto.

Parto natural

O parto natural é uma modalidade de parto vaginal em que a mulher dá à luz sem o uso de intervenções médicas rotineiras, como medicamentos para indução, analgesia e manobras invasivas. Ele acontece de forma fisiológica, respeitando o tempo do corpo e do bebê, com o mínimo de interferência possível.

É importante esclarecer que o parto natural não significa ausência de assistência médica. Muito pelo contrário: ele deve ocorrer com acompanhamento obstétrico qualificado, garantindo que tudo esteja correndo bem com a mãe e com o bebê em cada fase do trabalho de parto. O que o diferencia é a valorização do protagonismo feminino e da sabedoria do corpo, priorizando a autonomia da mulher em um ambiente seguro e acolhedor.

Cada gestação é única e o parto precisa ser planejado com cuidado, sempre com base no desejo da mulher, na sua história clínica e no bem-estar da gestante e do bebê. Nosso compromisso é oferecer uma obstetrícia centrada na paciente.

Diferença entre parto natural, parto normal e cesariana

Muitas pessoas confundem os termos, e é compreensível. Vamos às definições:

  • Parto normal: é o parto vaginal em que o bebê nasce pela via natural, mas pode contar com intervenções como a indução com ocitocina, rompimento artificial da bolsa e anestesia. Ele é amplamente realizado no Brasil e costuma ser associado à ideia de recuperação mais rápida em comparação à cesariana;
  • Parto natural: também é vaginal, mas acontece sem intervenções médicas de rotina. O trabalho de parto evolui espontaneamente, e a mulher conta com métodos não farmacológicos para alívio da dor, como banhos quentes, exercícios com bola, massagens e apoio contínuo da equipe médica;
  • Cesárea: é uma cirurgia abdominal indicada em condições específicas, como sofrimento fetal, placenta prévia, entre outras. No Brasil, a cesariana se tornou muito comum, mas o ideal é que seja realizada apenas com indicação médica, já que os riscos são maiores pelo fato de se tratar de uma cirurgia.

Por que muitas mulheres escolhem o parto natural?

A escolha pelo parto natural pode ser motivada por diversos fatores. Algumas mulheres desejam vivenciar o nascimento de seus filhos com total consciência, confiando na fisiologia do corpo. Outras buscam evitar os efeitos colaterais da analgesia e de medicamentos. Há ainda quem valorize a recuperação mais rápida e o menor risco de complicações a longo prazo.

Além disso, o parto natural pode fortalecer a experiência emocional do nascimento. Em um ambiente tranquilo, com liberdade de movimentos e apoio emocional, muitas mulheres relatam se sentir empoderadas, conectadas com seus bebês e respeitadas em suas escolhas. Esse tipo de parto é um convite ao protagonismo e à escuta do próprio corpo.

No entanto, é compreensível quando uma mulher opta pelo parto normal ou pela cesariana. Há muitos fatores que precisam ser considerados nessa escolha.

Analgesia no parto: posso querer um parto natural e mudar de ideia?

Sim, e isso é completamente legítimo. Embora o parto natural seja, por definição, sem analgesia, isso não significa que a mulher não possa mudar de ideia durante o processo. A dor do parto é real e intensa, e a forma como cada mulher lida com ela é única. Por isso, muitas começam com o desejo de um parto natural, mas optam pela analgesia no decorrer do trabalho de parto.

Essa escolha não invalida a experiência. Pelo contrário: ela reforça o direito da mulher de tomar decisões ao longo do processo, de acordo com o que sente e precisa naquele momento. O parto é um evento dinâmico e individual, em que o conforto da mulher deve ser prioridade.

O plano de parto pode ser flexível para respeitar as vontades da mulher e se adaptas às suas necessidades — inclusive com a possibilidade de analgesia, caso deseje.

Quando o parto natural se transforma em cesariana?

Embora o objetivo do parto natural seja a condução fisiológica do nascimento, há situações em que é necessário intervir para preservar a saúde da mãe e do bebê. Quando ocorrem complicações, o parto pode ser convertido em uma cesariana de forma segura.

Algumas das situações que podem levar a essa indicação incluem:

  • Trabalho de parto muito prolongado, sem a evolução adequada;
  • Sinais de sofrimento fetal, como alterações nos batimentos cardíacos do bebê;
  • Desproporção cefalopélvica, quando o bebê não consegue passar pela pelve da mãe;
  • Prolapso de cordão umbilical ou descolamento prematuro de placenta.

Essas decisões são tomadas com base em avaliações clínicas e, sempre que possível, discutidas com a gestante. O mais importante é garantir um parto seguro, mesmo quando ele não segue o plano original.

O que considerar antes de escolher o parto natural?

A decisão por um parto natural deve ser embasada em informação de qualidade, orientação médica e escuta sensível. Por isso, é importante considerar:

  • Suas condições de saúde e da gestação: algumas situações clínicas podem exigir outro tipo de parto;
  • Sua preparação emocional: cursos, leituras e rodas de gestantes podem ajudar;
  • A escolha de uma equipe obstétrica com experiência e afinidade com o parto natural;
  • O ambiente do parto: hospitais com protocolos humanizados, centros de parto normal ou até parto domiciliar (em casos muito bem selecionados).

Conclusão

O parto natural é uma escolha baseada no respeito ao tempo do corpo, à fisiologia do nascimento e à autonomia da mulher. Ele não é uma regra nem uma obrigação, mas sim uma possibilidade — que pode ser segura e transformadora quando feita com o suporte adequado.

Na Clínica NOG, acolhemos suas escolhas com respeito e profissionalismo. Se você deseja conhecer mais sobre os tipos de parto e entender qual se encaixa melhor no seu momento, convidamos você a continuar a leitura em nosso artigo completo sobre tipos de parto.

Cardiotocografia: quando e como é realizada?

Durante o acompanhamento do pré-natal, diversos exames são solicitados para garantir a saúde da gestante e do bebê. A cada consulta, buscamos entender como a gestação está evoluindo e, principalmente, se o bebê está se desenvolvendo da forma esperada. Dentro desse contexto, um dos exames que pode ser solicitado, especialmente perto do final da gravidez, é a cardiotocografia.

Se você está na fase final da gestação ou quer saber mais sobre os exames que ajudam a garantir a segurança do parto, este texto vai responder as suas perguntas. Vamos explicar o que é a cardiotocografia, quando ela costuma ser solicitada, como é feita e qual é sua importância.

O que é cardiotocografia?

A cardiotocografia é um exame não invasivo, indolor e seguro utilizado para avaliar o bem-estar do feto, especialmente nas últimas semanas da gestação ou durante o trabalho de parto. O objetivo do exame é monitorar dois parâmetros principais: os batimentos cardíacos do bebê e as contrações uterinas da gestante.

Ele permite identificar se o feto está recebendo oxigênio adequadamente e se existe algum sinal de sofrimento fetal. Em outras palavras, é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisões clínicas mais seguras, como o momento ideal para o parto ou a necessidade de outras intervenções.

O nome “cardiotocografia” vem da junção de “cardio” (relacionado ao coração), “toco” (relacionado ao útero) e “grafia” (registro). Como o próprio nome sugere, trata-se do registro simultâneo da atividade cardíaca fetal e das contrações uterinas.

Quando a cardiotocografia é solicitada?

A cardiotocografia não é um exame solicitado rotineiramente para todas as gestantes desde o início do pré-natal. Ela costuma ser indicada a partir do terceiro trimestre, especialmente nas seguintes situações:

  • Gestação prolongada (além de 40 semanas);
  • Alterações no líquido amniótico (oligodrâmnio ou polidrâmnio);
  • Diabetes gestacional ou preexistente;
  • Hipertensão arterial na gestação;
  • Redução da movimentação fetal percebida pela gestante;
  • Crescimento fetal restrito ou dúvidas quanto ao desenvolvimento fetal;
  • Gestação de alto risco, independentemente da causa;
  • Durante o trabalho de parto, para acompanhar a vitalidade do bebê.

A decisão sobre quando solicitar a cardiotocografia é sempre individualizada, feita pelo médico com base na evolução do pré-natal e nos achados clínicos de cada consulta.

Como a cardiotocografia é realizada?

A realização da cardiotocografia é bastante simples. A gestante é posicionada de forma confortável, geralmente deitada de lado ou semissentada. Em seguida, dois sensores são colocados sobre o abdômen dela:

  • Sensor de batimentos cardíacos fetais – capta a frequência cardíaca do bebê em tempo real;
  • Sensor de contrações uterinas – registra a intensidade e a duração das contrações.

Esses sensores são presos com cintas elásticas, e os dados captados são transmitidos para um monitor que registra os traçados gráficos em papel ou em tela. O exame dura, em média, 20 a 40 minutos.

Durante o procedimento, o profissional pode solicitar que a gestante informe quando sentir o bebê se mexer. Isso permite relacionar os movimentos fetais com alterações na frequência cardíaca, um dado importante para a análise do bem-estar fetal.

Qual é a importância da cardiotocografia no pré-natal?

A principal função da cardiotocografia é avaliar se o bebê está recebendo oxigenação adequada e se seu sistema nervoso autônomo está respondendo de maneira apropriada aos estímulos. Com base nas alterações nos batimentos cardíacos e na resposta a movimentos e contrações, é possível identificar sinais de sofrimento fetal, mesmo antes que eles se manifestem de forma mais grave.

Esse exame se torna ainda mais importante em casos de gestação de risco, em que há maior possibilidade de complicações placentárias, insuficiência de oxigenação ou alterações no crescimento do bebê.

Possíveis resultados da cardiotocografia

A interpretação dos resultados da cardiotocografia é feita por um médico, considerando o padrão de variação da frequência cardíaca fetal, a presença ou ausência de acelerações e desacelerações, bem como o número e a intensidade das contrações uterinas.

De forma simplificada, os traçados podem ser classificados em três tipos:

  • Traçado reativo (normal): indica que o bebê está bem, com boa oxigenação e sem sinais de sofrimento;
  • Traçado não reativo: sugere que o bebê pode estar em sofrimento ou em repouso profundo. Nesses casos, o exame pode ser repetido ou complementado com outros testes, como o perfil biofísico fetal;
  • Traçado suspeito ou patológico: requer investigação imediata e, muitas vezes, decisões rápidas para proteger a vida do bebê.

Vale reforçar que um traçado alterado nem sempre significa algo grave, mas exige atenção e conduta médica individualizada. Por isso, a cardiotocografia deve sempre ser interpretada no contexto clínico da gestante.

Quando a cardiotocografia pode ser repetida?

A repetição da cardiotocografia depende do motivo que levou à sua solicitação inicial. Em situações de acompanhamento de gestantes de alto risco, o exame pode ser repetido semanalmente, ou até mais de uma vez por semana, conforme a evolução do quadro clínico.

Durante o trabalho de parto, a monitorização pode ser contínua, permitindo acompanhar em tempo real a resposta do bebê às contrações uterinas e ao esforço do nascimento.

Conclusão: a cardiotocografia como aliada na reta final da gestação

A cardiotocografia é um exame de grande valor no final da gravidez, oferecendo informações preciosas sobre o bem-estar fetal. Sua realização no momento certo, com interpretação adequada, permite que o obstetra tome decisões com segurança e agilidade, protegendo a saúde da mãe e do bebê.

Se você está em acompanhamento pré-natal ou já se aproxima do final da gestação, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar a cardiotocografia. Estar bem informada é o primeiro passo para uma gestação segura e tranquila.

Quer saber mais sobre o cuidado que oferecemos durante o pré-natal? Leia o conteúdo sobre pré-natal que preparamos para você.

O que é placenta e qual é sua função na gestação?

A gestação é, sem dúvida, uma das fases mais transformadoras da vida de uma mulher. Desde o momento da fecundação, o corpo passa por uma verdadeira revolução fisiológica para que o bebê se desenvolva de forma saudável, por isso o pré-natal é fundamental.

Alterações hormonais, cardiovasculares, respiratórias e até emocionais fazem parte desse processo — e por trás de muitas dessas mudanças está uma estrutura tão poderosa quanto pouco compreendida: a placenta.

Você já parou para pensar em como o bebê se alimenta dentro do útero? Ou como ele recebe oxigênio e elimina resíduos, antes de respirar ou se alimentar por conta própria? A resposta para essas perguntas é justamente a placenta.

Neste texto, vamos explicar o que é essa estrutura essencial, como ela se forma, suas funções durante a gestação e quais os problemas mais comuns que podem afetá-la. Vamos juntos?

Do positivo no teste ao início da formação da placenta

Logo após a fecundação — quando o espermatozoide encontra o óvulo —, tem início uma série de divisões celulares rápidas que dão origem ao embrião. Poucos dias depois, ele chega ao útero e se implanta na parede uterina. A partir desse momento, começa a formação de uma estrutura temporária, mas absolutamente vital: a placenta.

É importante saber que a placenta não está presente desde o início da gestação. Ela começa a se formar logo após a nidação (implantação do embrião) e seu desenvolvimento ocorre principalmente durante o primeiro trimestre.

No início, quem assume a nutrição do embrião é o saco vitelino, uma estrutura embrionária transitória. Mas, a partir da 8ª semana, a placenta já começa a assumir progressivamente esse papel, tornando-se totalmente funcional por volta da 12ª semana de gestação.

O que é placenta?

A placenta é um órgão temporário que se desenvolve exclusivamente durante a gestação. Ela se fixa na parede interna do útero e se conecta ao bebê por meio do cordão umbilical. É formada por tecidos da mãe e do feto, o que a torna um elo direto entre os dois — e, ao mesmo tempo, uma barreira seletiva.

Seu aspecto lembra o de um disco achatado, com consistência esponjosa, medindo cerca de 20 cm de diâmetro ao final da gravidez. O peso da placenta pode variar, mas gira em torno de 500 g a 600 g.

Essa estrutura, embora temporária, é absolutamente essencial para a manutenção da gestação. Sem ela, o feto não poderia sobreviver e se desenvolver no útero.

Como a placenta se desenvolve

O desenvolvimento da placenta é um processo complexo e altamente regulado. Após a nidação, células do embrião chamadas trofoblastos penetram no endométrio (camada interna do útero) e passam a formar vilosidades coriônicas — estruturas microscópicas em forma de dedo que aumentam a área de contato entre o sangue materno e o fetal.

Ao longo das semanas, essas vilosidades se multiplicam e se especializam, dando origem a uma rede de vasos sanguíneos que vai sustentar o intercâmbio entre mãe e bebê. Esse sistema é essencial para garantir que o oxigênio, nutrientes e hormônios passem da mãe para o feto e que os resíduos metabólicos façam o caminho inverso.

A placenta atinge sua maturidade estrutural por volta da 34ª semana, mas continua ativa até o final da gestação.

Quais são as funções da placenta?

A placenta realiza muitas funções essenciais para a gestação. Veja as principais:

1. Troca de nutrientes e gases

É a placenta que permite que o oxigênio e os nutrientes cheguem ao bebê. Ao mesmo tempo, ela garante a eliminação de gás carbônico e resíduos produzidos pelo metabolismo fetal.

2. Produção hormonal

A placenta atua como uma glândula endócrina temporária. Ela produz hormônios fundamentais para a manutenção da gestação, como o hCG (human chorionic gonadotropin), a progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário humano. Esses hormônios ajudam a preparar o corpo da mãe para o desenvolvimento fetal e, mais tarde, para a amamentação.

3. Proteção imunológica

Embora seja um órgão de contato entre mãe e feto, a placenta atua como uma barreira imunológica. Ela protege o bebê contra muitos agentes infecciosos, embora não todos. Além disso, evita que o sistema imunológico da mãe ataque o feto, que carrega material genético do pai.

4. Eliminação de resíduos

Assim como os pulmões e os rins fazem fora do útero, a placenta ajuda na eliminação de substâncias de que o bebê não precisa mais. Esses resíduos são devolvidos ao sangue materno para serem processados.

Problemas que podem afetar a placenta

Embora a placenta seja uma estrutura extremamente eficiente, ela não está imune a problemas que podem comprometer sua função e colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. Entre os principais estão:

Placenta prévia

A placenta prévia ocorre quando ela se implanta na parte inferior do útero, cobrindo total ou parcialmente o colo do útero. Essa condição pode causar sangramentos durante a gestação e dificultar o parto normal. Nesses casos, geralmente é indicada uma cesariana.

Descolamento prematuro da placenta

É uma situação grave em que a placenta se desprende da parede uterina antes do nascimento do bebê. Pode causar dor abdominal intensa, sangramento e sofrimento fetal. O atendimento médico imediato é essencial.

Insuficiência placentária

Acontece quando a placenta não consegue desempenhar adequadamente suas funções, principalmente no fornecimento de oxigênio e nutrientes. Pode levar a restrição de crescimento fetal, parto prematuro ou até óbito intrauterino, se não tratada a tempo.

A relação entre placenta e pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é uma das complicações mais temidas da gestação, caracterizada por pressão alta e alterações nos rins e no fígado. Estudos mostram que ela tem forte relação com o desenvolvimento anormal da placenta. Quando as artérias uterinas não se adaptam adequadamente para nutrir a placenta, o fornecimento de sangue pode se tornar insuficiente, desencadeando a condição.

Por isso, o acompanhamento pré-natal é fundamental. Avaliações periódicas da pressão arterial, dos níveis de proteína na urina e do crescimento fetal são estratégias importantes para prevenir ou controlar a pré-eclâmpsia.

Conclusão: a importância de conhecer a placenta

Mesmo sendo um órgão temporário, a placenta é essencial para o sucesso da gestação. Se você está gestando, deseja engravidar ou acompanha alguém nesse momento, saiba que o cuidado com a placenta começa bem cedo — e passa, principalmente, pelo acompanhamento pré-natal.

Quer entender melhor esse processo? Recomendamos a leitura do nosso artigo sobre pré-natal, em que explicamos cada etapa e como garantir mais segurança durante toda a gestação.

A importância da ultrassonografia durante o pré-natal

A ultrassonografia é um dos exames mais importantes realizados durante o pré-natal. Ela permite acompanhar o desenvolvimento do bebê e identificar determinadas complicações na gestante, garantindo um acompanhamento mais seguro e eficaz da gestação.

A ultrassonografia é amplamente utilizada em diversas áreas da medicina, mas seu papel na obstetrícia é fundamental, pois possibilita a avaliação detalhada da saúde materno-fetal ao longo de toda a gestação.

Quer saber mais sobre a importância da ultrassonografia no contexto do pré-natal? As informações a seguir são interessantes para quem está grávida ou planejando engravidar.

O que é ultrassonografia?

A ultrassonografia é um exame de imagem que utiliza ondas sonoras de alta frequência para formar imagens dos órgãos internos do corpo. Diferentemente dos raios-X, não utiliza radiação ionizante, tornando-se um exame seguro para a gestante e o bebê. Existem dois tipos principais de ultrassonografia utilizados na obstetrícia:

  • Ultrassonografia transvaginal: realizada no início da gestação para avaliar a implantação do embrião e identificar a presença do batimento cardíaco fetal;
  • Ultrassonografia abdominal: utilizada ao longo da gestação para avaliar o desenvolvimento fetal e a placenta.

Embora ambas sejam importantes, neste texto daremos maior ênfase à ultrassonografia abdominal, que é amplamente utilizada em todas as fases do pré-natal.

Quando a ultrassonografia é solicitada durante o pré-natal?

A ultrassonografia é solicitada em diferentes momentos do pré-natal para monitorar a evolução da gravidez e garantir o bem-estar do bebê. A frequência dos exames pode variar conforme a necessidade da gestante e a recomendação médica.

Em gestações de baixo risco, normalmente são realizadas pelo menos três ultrassonografias ao longo da gravidez. No entanto, em casos específicos, como suspeita de complicações, idade materna avançada ou histórico de doenças genéticas, o acompanhamento pode ser mais frequente.

Os principais momentos em que o exame é realizado incluem:

  • Primeiro trimestre: para confirmar a gravidez, determinar o tempo gestacional, verificar a presença de batimentos cardíacos fetais e identificar possíveis anomalias iniciais. Também é fundamental para diagnosticar a presença de gestação ectópica ou mola hidatiforme. Além disso, é possível avaliar o risco de síndrome de Down e outras anormalidades cromossômicas por meio da translucência nucal;
  • Segundo trimestre: para avaliar o crescimento fetal, a morfologia do bebê e o volume de líquido amniótico. Neste período, é possível identificar malformações estruturais, como espinha bífida, anencefalia e alterações cardíacas congênitas. Além disso, é um momento essencial para a avaliação detalhada do desenvolvimento dos órgãos internos do bebê;
  • Terceiro trimestre: para monitorar a posição do feto, a placenta, a quantidade de líquido amniótico e avaliar o bem-estar fetal, prevenindo complicações no parto. O exame Doppler pode ser utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo na placenta e no cordão umbilical, identificando possíveis restrições de crescimento intrauterino.

Em casos específicos, como gestações de risco, diabetes gestacional, hipertensão arterial ou histórico de partos prematuros, a ultrassonografia pode ser solicitada com maior frequência para acompanhar de perto a evolução da gestação.

O que é o ultrassom morfológico?

O ultrassom morfológico é um exame detalhado que permite avaliar a estrutura anatômica do bebê e identificar malformações congênitas. Ele é realizado em três momentos específicos:

1. Ultrassom morfológico do primeiro trimestre

Realizado entre a 11ª e 14ª semanas de gestação, esse exame tem como objetivo:

  • Medir a translucência nucal, que pode indicar riscos de síndromes genéticas;
  • Avaliar a presença do osso nasal;
  • Identificar a localização do saco gestacional e a formação inicial dos órgãos do feto;
  • Detectar possíveis alterações cromossômicas associadas a síndromes genéticas.

2. Ultrassom morfológico do segundo trimestre

Feito entre a 20ª e 24ª semanas, permite:

  • Analisar a formação dos órgãos internos do bebê;
  • Avaliar o desenvolvimento do coração fetal;
  • Observar eventuais alterações estruturais no bebê;
  • Examinar a coluna vertebral, membros e crânio para detectar malformações estruturais.

3. Ultrassom morfológico do terceiro trimestre

Realizado após a 32ª semana, esse exame tem como principais funções:

  • Verificar o crescimento fetal;
  • Avaliar a maturidade da placenta;
  • Identificar a quantidade de líquido amniótico;
  • Analisar a posição fetal para planejar a via de parto.

O que a ultrassonografia pode diagnosticar?

A ultrassonografia é essencial para identificar diversos aspectos importantes da gestação, como:

  • Desenvolvimento adequado do bebê;
  • Localização da placenta e riscos de placenta prévia;
  • Alterações congênitas, como anencefalia, fenda palatina, cardiopatias e defeitos na parede abdominal;
  • Presença de gestações múltiplas;
  • Índices de líquido amniótico, fundamentais para avaliar a saúde fetal;
  • Restrição de crescimento intrauterino (RCIU);
  • Riscos de parto prematuro;
  • Identificação de sinais de sofrimento fetal, permitindo intervenções precoces;
  • Avaliação do fluxo sanguíneo do cordão umbilical, prevenindo complicações no parto.

Conclusão

A ultrassonografia é um exame fundamental durante o pré-natal, permitindo uma avaliação detalhada da saúde da gestante e do bebê. Com ela, é possível identificar precocemente complicações e garantir um acompanhamento adequado da gravidez. A realização periódica do exame contribui para um parto mais seguro e para a promoção da saúde materno-fetal.

Para saber mais sobre o acompanhamento pré-natal e outros exames importantes, leia nosso artigo completo sobre pré-natal.