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Ovulação e reserva ovariana: conheça a relação

por: Equipe NOG

Existem muitas dúvidas sobre a relação entre ovulação e reserva ovariana. Para falar sobre isso, temos que entender o que são e como funcionam os ovários, assim como o que acontece com eles com o tempo e por quê. 

Os ovários desempenham um papel fundamental na capacidade reprodutiva feminina, sendo responsáveis pela reserva ovariana e pela produção de hormônios, como o estrogênio e a progesterona, que exercem muitas funções no corpo da mulher.

Conforme o tempo passa e a mulher vai vivendo seus ciclos menstruais, sua reserva ovariana vai diminuindo. Quando não há mais reserva ovariana, a ovulação cessa, e é assim que a mulher entra na menopausa e perde sua capacidade reprodutiva. Na menopausa, a produção de hormônios também praticamente se interrompe, o que gera outros efeitos em sua vida.

Quando pensamos em fertilidade, dois conceitos frequentemente aparecem: ovulação e reserva ovariana. Embora estejam interligados, cada um tem características específicas. Neste texto, exploraremos como eles estão relacionadas e como afetam a fertilidade ao longo do tempo.

O que é a reserva ovariana?

A reserva ovariana refere-se à quantidade de folículos ovarianos disponíveis em um determinado momento da vida da mulher. Cada mulher nasce com uma quantidade finita de folículos, que pode variar entre 1 e 2 milhões ao nascimento. Esse número, no entanto, diminui progressivamente com o passar do tempo. Na puberdade, restam cerca de 300 mil folículos, dos quais apenas uma pequena fração será utilizada ao longo dos ciclos menstruais.

A diminuição da reserva ovariana é um processo natural e irreversível. Além do envelhecimento, fatores/doenças como endometriose, cirurgias ovarianas, quimio e radioterapia também podem comprometer a quantidade (e a qualidade) dos folículos. Mulheres com histórico familiar de menopausa precoce (insuficiência ovariana prematura) também podem apresentar uma redução acelerada dessa reserva, o que torna relevante considerar isso em algum momento das consultas de rotina.

O que é ovulação e período fértil?

A ovulação é o processo de liberação de um óvulo maduro pelo folículo dominante naquele determinado ciclo menstrual. Ela ocorre, geralmente, na metade do ciclo menstrual em resposta ao aumento do hormônio luteinizante (LH). Esse momento marca o período mais fértil do ciclo, quando uma gestação se torna possível. Se o ciclo menstrual for irregular, é mais difícil determinar quando a ovulação ocorre.

Embora apenas um óvulo seja liberado em cada ciclo, é importante lembrar que muitos folículos são recrutados. A maior parte desses folículos, contudo, não chega à maturidade e é reabsorvida pelo corpo. Esse fenômeno é conhecido como atresia folicular. A cada ciclo menstrual, a mulher perde cerca de 1000 folículos e com isso sua reserva ovariana vai diminuindo.

Já o período fértil, que é um conceito diferente da ovulação, abrange alguns dias antes e depois da ovulação, considerando o tempo de vida do óvulo, que é cerca de 24h, e de vida do espermatozoide dentro do sistema reprodutor feminino, que é cerca de 3 dias. 

O período fértil pode durar até cerca de 5 dias, sendo os três dias anteriores à ovulação, o dia da ovulação e o dia subsequente a ela. Durante esse período, o muco cervical se torna mais fluido e elástico, facilitando o transporte dos espermatozoides em direção ao óvulo.

Qual é a relação entre ovulação e reserva ovariana?

Existem duas relações mais evidentes entre ovulação e reserva ovariana. A primeira está na dinâmica dos folículos ovarianos. A cada ciclo menstrual, um grupo de folículos é recrutado para o crescimento. Apenas um desses folículos se torna dominante e libera o óvulo durante a ovulação. Os demais folículos recrutados não amadurecem e são perdidos. Assim, podemos dizer que a ovulação é a liberação de um óvulo que estava na reserva ovariana.

A segunda relação está na existência da reserva ovariana e da ovulação. Quando a reserva acaba, não há mais ovulação. Embora somente um óvulo seja liberado, muitos se perdem em cada ciclo menstrual. 

Portanto, a diminuição da reserva ovariana ocorre não apenas devido à liberação de um óvulo por ciclo, mas também pela perda dos folículos recrutados que não chegam a ovular. Esse processo é constante e acontece mesmo em fases da vida em que a mulher não menstrua, como na infância, durante a gestação ou quando está utilizando anticoncepcionais.

Com o envelhecimento da mulher, além de uma menor quantidade, a qualidade dos óvulos também é afetada. Isso ocorre devido a alterações no material genético, o que pode reduzir as chances de uma fecundação bem-sucedida e aumentar os riscos de problemas cromossômicos no embrião.

O que acontece com o passar do tempo?

Com o avançar da idade, tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos diminuem. Essa redução é especialmente significativa após os 35 anos, quando a fertilidade começa a declinar de forma mais acentuada. Além disso, a qualidade dos óvulos também é afetada, o que pode aumentar os riscos de alterações cromossômicas e reduzir as chances de gestação natural.

Na menopausa, que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos, a reserva ovariana se esgota quase completamente, e os ciclos menstruais cessam. Entretanto, em algumas mulheres, esse processo pode acontecer de forma precoce, antes dos 40 anos, caracterizando a insuficiência ovariana prematura. Esse é um dos motivos pelos quais é importante monitorar a saúde reprodutiva ao longo da vida.

Também há uma relação direta entre o estilo de vida e a saúde ovariana. Fatores como tabagismo, excesso de peso, estresse crônico e exposição a toxinas ambientais podem acelerar a perda da reserva ovariana. Adotar uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas regularmente e evitar o consumo de substâncias prejudiciais é essencial para preservar a fertilidade.

Consultas de rotina

Fazer acompanhamento ginecológico é fundamental para antecipar problemas que possam afetar a saúde como um todo, inclusive a reprodutiva. Os exames solicitados têm o objetivo de diagnosticar precocemente qualquer doença ou distúrbio para que o tratamento seja mais efetivo.

Não há uma idade certa para começar a ir ao ginecologista, mas pode ser necessário ainda na infância ou na adolescência.

Entender a relação entre ovulação e reserva ovariana é essencial para planejar a maternidade de forma consciente e informada. Se você deseja saber mais sobre o seu ciclo menstrual e como ele influencia sua fertilidade, não deixe de conferir nosso artigo sobre ciclo menstrual, ovulação e período fértil.