A gravidez é um período de grandes expectativas e planejamento para a chegada de uma nova vida. Porém, em alguns casos, as futuras mamães podem receber o diagnóstico de uma gestação de alto risco, termo que desperta sentimento de apreensão, pois o senso comum naturalmente associa a condição a complicações para a mãe ou seu futuro bebê.
No entanto, embora a gestação de alto risco exija um acompanhamento médico mais criterioso, com os cuidados adequados o processo gestacional ocorrer sem nenhum tipo de intercorrência, bem como possíveis problemas podem ser mais facilmente solucionados. Assim, o diagnóstico é importante para garantir que os riscos sejam monitorados, prevenindo ou controlando possíveis complicações.
A identificação de uma gestação de alto risco, por sua vez, se baseia em fatores individuais e históricos de saúde materna e em condições que surgem durante o período gestacional.
Neste texto, detalhamos o que determina essa condição, destacando as principais causas e os motivos pelos quais ela é considerada mais arriscada para mãe e seu futuro bebê. Acompanhe a leitura até o final e confira!
O que é uma gestação de alto risco?
Uma gestação de alto risco é aquela em que a saúde da mãe, do seu futuro bebê ou de ambos é mais suscetível a complicações em comparação com uma gravidez de baixo risco.
Nesses casos, há um risco aumentado de ocorrerem problemas durante o período gestacional, no parto ou no pós-parto, exigindo cuidados pré-natais mais intensivos e monitoramento frequente, o que pode incluir menor intervalo entre as consultas, realização de exames adicionais e intervenções médicas para prevenir ou tratar possíveis complicações.
Quando o obstetra identifica uma gestação de alto risco, o objetivo passa a ser minimizar os impactos dos fatores de risco e criar um ambiente mais seguro para a gravidez.
O que determina uma gestação de alto risco?
A gestação de alto risco pode ser determinada por uma combinação de fatores, incluindo características de saúde da mãe antes e durante a gravidez, além dosrelacionados à própria gestação em si. Esses fatores podem ser agrupados nas seguintes categorias:
• histórico clínico da mãe: problemas de saúde já existentes podem aumentar os riscos para a mãe e o bebê. Condições como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças renais e cardíacas, problemas de coagulação sanguínea, obesidade e doenças autoimunes são alguns exemplos das que podem sugerir uma gestação de alto risco, uma vez que a gestação exige muito do organismo, sobrecarregando órgãos e sistemas;
• idade materna: a idade da mãe é um fator significativo. Gestantes muito jovens (adolescentes) e aquelas com idade acima dos 36anos têm maiores chances de desenvolver complicações, tanto maternas quanto fetais. Em adolescentes, o corpo ainda está em fase de desenvolvimento e adaptação, o que pode impactar a capacidade de suportar todas as demandas da gravidez, enquanto no caso das mulheres mais velhas, o organismo já passou pelas mudanças naturais do envelhecimento, o que pode aumentar a probabilidade de problemas como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e alterações cromossômicas;
• histórico obstétrico: o histórico de gestações anteriores é uma informação importante para avaliar o risco da gravidez atual. Mulheres que já passaram por abortamentos espontâneos, partos prematuros, pré-eclâmpsia e problemas placentários têm mais chances de enfrentaremdificuldades na nova gravidez;
• condições da gestação atual: em algumas situações, uma gestação de alto risco é determinada por fatores que surgem durante o período gestacional. Entre os exemplos está o desenvolvimento de pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional, além de diagnósticos como a placenta prévia, quando a placenta se posiciona na parte inferior do útero, cobrindo total ou parcialmente o colo uterinoimpedindo a passagem do bebê. Gravidezesmúltiplas, como a gestação de gêmeos ou trigêmeos, também são consideradas de alto risco devido ao aumento da demanda sobre o organismo da mãe e às chances de parto prematuro;
• fatores emocionais e ambientais: condições de vida e fatores emocionais podem igualmente afetar a saúde da gravidez. Fatores como falta de acesso a um pré-natal de qualidade, desnutrição, uso de drogas recreativas, tabagismo, alcoolismo, níveis elevados de estresse e transtornos como ansiedade e depressão estão associados a maiores riscos gestacionais.
Entre os riscos mais comuns, pode-se citar:
• parto prematuro: em muitos casos de gestação de alto risco, existe uma probabilidade maior de parto prematuro, o que significa que o bebê pode nascer antes do tempo adequado para o seu pleno desenvolvimento. Bebês prematuros frequentemente necessitam de cuidados intensivos e correm maior risco de problemas de saúde emcurto e longo prazos;
• restrição de crescimento intrauterino (RCIU): em algumas situações de gestação de alto risco, o desenvolvimento do bebê pode ser comprometido, levando ao quadro de RCIU. Isso significa que o feto não atinge o tamanho ou peso esperado para a idade gestacional, o que pode trazer consequências para sua saúde tanto ao nascerquanto no desenvolvimento futuro;
• complicações maternas: mães em uma gestação de alto risco têm mais chances de desenvolver problemas como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, infecções graves, hemorragias e problemas placentários. Algumas dessas complicações podem se tornar fatais para a mãe ou seu filho se não forem monitoradas e tratadas;
• riscos pós-parto: muitas mães em gestação de alto risco podem enfrentar dificuldades no pós-parto ou puerpério, incluindo problemas de cicatrização, infecções e casos tardios de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.
Tratamento e acompanhamento da gestação de alto risco

O tratamento e acompanhamento de uma gestação de alto risco é sempre individualizado e depende das necessidades de cada paciente. No entanto, alguns cuidados são comuns, incluindo:
• pré-natal intensivo: a frequência de consultas pré-natais é maior, permitindo que a saúde da mãe e do bebê sejam criteriosamente monitoradas. Em cada uma, o médico verifica sinais de problemas, monitora o peso, a pressão arterial e realiza exames para acompanhar a saúde materna e o desenvolvimento fetal;
• mudanças ne estilo de vida: em muitos casos, recomenda-se uma mudança de hábitos de vida para minimizar riscos. Isso pode incluir a interrupção de atividades físicas intensas, o afastamento do trabalho e a adoção de uma alimentação rica em nutrientes para estimular a saúde da mãe e do feto;
• apoio psicológico: o impacto emocional de uma gestação de alto risco pode ser significativo para muitas mulheres e suas famílias, sendo o suporte psicológico um recurso fundamental para enfrentar as ansiedades e inseguranças comuns nessas situações.
A gestação de alto risco, portanto, exige cuidados específicos e suporte intensivo, contudo, com o acompanhamento adequado e o compromisso da gestante com o tratamento os riscos podem ser mitigados.
Reconhecer os fatores que determinam uma gestação de alto risco é essencial para que a mulher tenha atenção necessária uma gravidez segura e saudável. Siga o link para saber mais sobre essa condição!