O pós-parto é um período de transição importante na vida das mulheres. Também conhecido como puerpério, inicia imediatamente após o nascimento do bebê e se estende por cerca de seis a oito semanas.
Durante esse intervalo, o corpo passa por diversas mudanças físicas e emocionais enquanto se recupera do parto e se adapta à maternidade. É um período que exige cuidados especiais, tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, para garantir uma recuperação saudável e um início positivo da nova fase de vida.
Além das mudanças físicas, como a involução do útero que retorna ao tamanho original e, hormonais, marcadas pela queda drástica de hormônios como estrogênio e progesterona, o que pode afetar o humor e a disposição, as mulheres podem experimentar o que é conhecido como baby blues, uma condição caracterizada por sentimentos de tristeza, ansiedade e irritabilidade que geralmente surgem nos primeiros dias após o parto e podem durar algumas semanas.
A adaptação à nova rotina, as demandas constantes do recém-nascido e a falta de sono contribuem ainda para a exaustão física e emocional. Por isso, são necessários uma série de cuidados específicos para garantir a saúde e o bem-estar da mulher e seu bebê. Entre eles está a contracepção no pós-parto, fundamental para a saúde materna.
Continue a leitura até o final, saiba tudo sobre a contracepção no pós-parto e por que é importante. Confira!
A contracepção, também conhecida como controle de natalidade, é o termo utilizado em referência ao conjunto dos métodos que visam evitar, de modo reversível e temporário, a fecundação de um óvulo por um espermatozoide, ou, quando há fecundação, a implantação do embrião formado.
Esses métodos variam de intervenções comportamentais e dispositivos físicos a medicamentos hormonais, que previnem uma gravidez indesejada. Assim, a contracepção desempenha um papel fundamental na saúde reprodutiva, no planejamento familiar e na igualdade de gênero, com benefícios significativos para indivíduos e sociedades.
Possibilitou, por exemplo, maior liberdade reprodutiva às mulheres, permitindo que escolhessem quando e quantos filhos ter e, dessa forma, maior investimento em educação e carreiras, bem como alguns métodos, como os preservativos de barreira, as camisinhas masculinas ou femininas, são a única forma de prevenir a contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que podem causar inúmeros prejuízos para a saúde geral e reprodutiva.
Os benefícios se estendem também ao período pós-parto. A contracepção no pós-parto, entretanto, tem algumas particularidades, incluindo a amamentação enquanto método contraceptivo, o uso dos não hormonais ou hormonais específicos. Entenda melhor a seguir.
Atualmente, uma diversidade de métodos contraceptivos está disponível, entre eles a pílula anticoncepcional, o mais popular, os dispositivos intrauterinos (DIUs), que podem ser hormonais e não hormonais, como o DIU de cobre ou o DIU com fio de prata, implantes, injeções, adesivos, anéis vaginais e os preservativos de barreira.
Contudo, eles se diferem na forma de funcionamento e formulação. A pílula, por exemplo, um anticoncepcional oral hormonal, pode ser combinada com estrogênio e progesterona ou só de progesterona (minipílulas) e deve ser tomada diariamente, enquanto o DIU e os implantes são métodos reversíveis de longa duração, ou seja, agem durante determinado período e depois devem ser substituídos.
Os implantes, métodos hormonais, tem duração de três anos; o DIU hormonal, de 5 a 6 anos de acordo com o tipo; o DIU de cobre dura até 10 anos e o DIU com fio de prata por cerca de 5 anos e podem ser removidos a qualquer momento sem nenhum prejuízo à fertilidade.
A contracepção no pós-parto, por outro lado, deve ser feita apenas por métodos não hormonais ou pelos que utilizam apenas progestagênios em sua composição, que não comprometem a amamentação.
Entre as opções estão a lactação, conhecido como amenorreia lactacional (LAM) e geralmente a primeira indicação dos especialistas, implantes e DIUs hormonais, que liberam diariamente pequenas doses de progesterona, DIU de cobre, que libera diariamente pequenas doses desse elemento, tóxico para os espermatozoides e o DIU com fio de prata, uma versão do de cobre com a prata acrescentada às hastes, que estabiliza o cobre quando os dois se misturam.
A definição do mais adequado em cada caso é feita pelo especialista, que continua o acompanhamento da mulher após o nascimento do bebê e vai considerar diferentes fatores, incluindo a possibilidade de utilizar hormônios, o desejo de ter mais filhos e o tempo determinado para isso.
Embora todos sejam métodos de alta eficácia na prevenção da gravidez, o LAM, por exemplo, depende de fatores como a intensidade e frequência da amamentação, da adição ou não de alimentos complementares à dieta do bebê e da ocorrência de menstruação.
O período pós-parto se encerra quando a mulher tem a primeira menstruação, que marca o reinicio dos ciclos menstruais e sugere a possibilidade de engravidar, o que geralmente acontece entre seis e oito semanas após o nascimento do bebê, embora possa variar.
Porém, segundo estudos, o intervalo entre as gestações deve ser de pelo menos dezoito meses, tempo necessário para o restabelecimento total do organismo; uma nova gravidez em um intervalo menor aumenta as chances de complicações.
A contracepção no pós-parto pode evitar resultados adversos, como por exemplo ruptura prematura de membranas (bolsa amniótica), baixo peso ao nascer, parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional, morte neonatal, que ocorre nos primeiros 7 dias de vida, bem como complicações de saúde materna, como desnutrição, exaustão física, pré-eclâmpsia e aumento do risco de mortalidade.
Os benefícios da contracepção no pós-parto, portanto, vão além da prevenção de uma gravidez indesejada, contudo, é importante reforçar, que em ambos os casos deve ser feita com a orientação do especialista.
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