Muita coisa mudou no contexto do planejamento familiar desde a chegada das pílulas contraceptivas, ainda na década de 1960. A partir de então, as mulheres ganharam cada vez mais autonomia para decidir quando querem se tornar mães. Facilitando as formas de evitar uma gravidez não planejada, surgiram vários métodos depois das pílulas, dentre os quais damos destaque ao DIU Mirena.
DIU é a sigla de dispositivo intrauterino. Existem diferentes tipos de DIU, hormonais e não hormonais, todos com elevada eficácia e praticidade no uso diário, o que os torna até mais vantajosos que as convencionais pílulas. No caso do Mirena, também é definido pela sigla SIU-LNG, pois se trata de um sistema intrauterino de liberação de levonorgestrel, um tipo de progesterona sintética.
Neste post, vamos abordar muitas informações importantes sobre o DIU Mirena, a fim de esclarecer as dúvidas de mulheres que estejam pensando em utilizar esse método de contracepção.
Leia o texto até o final e entenda o que é, como funciona e quais são as vantagens do DIU Mirena (levonorgestrel)!
Os dispositivos intrauterinos disponíveis atualmente são:
O dispositivo de cobre é revestido por esse metal e, quando inserido no útero, libera substâncias que deixam o microambiente uterino inóspito para os espermatozoides. A qualidade do óvulo também pode sofrer alterações. O DIU com fio de prata também é feito com cobre, mas leva os dois materiais em sua composição. Sendo assim, os mecanismos de contracepção são basicamente os mesmos.
O Mirena e o Kyleena são sistemas intrauterinos hormonais. Ambos liberam levonorgestrel no organismo feminino, mas em quantidades diferentes. O Kyleena tem carga hormonal reduzida e tamanho reduzido. Ele é menor. Os mecanismos anticonceptivos desses dispositivos estão associados, principalmente, a alterações no muco cervical e na receptividade endometrial.
O DIU Mirena é um pequeno dispositivo na forma da letra “T”. É inserido no útero via vaginal, pelo colo uterino, e posicionado dentro do útero pelo ginecologista. Assim que é colocado na cavidade uterina, o DIU começa a liberar levonorgestrel, hormônio sintético com ação progestagênica.
Naturalmente, o corpo da mulher também produz progesterona nos ovários. As funções desse hormônio incluem o preparo do endométrio (tecido que recobre o útero internamente) para uma possível gravidez, assim como a manutenção da gestação.
No ciclo menstrual, os níveis de progesterona aumentam na fase lútea, que compreende os dias após a ovulação e antes da menstruação. Enquanto essa concentração hormonal está elevada, a secreção dos hormônios hipofisários que estimulam a ovulação (FSH e LH) é inibida. Dessa forma, todas essas substâncias, incluindo ainda o estrogênio, agem de forma alternada no corpo da mulher.
Como o DIU Mirena libera levonorgestrel de forma contínua, sempre há concentração de progesterona no organismo, embora seja baixa. Com isso, ocorrem várias alterações na ação hormonal endógena, tais como:
Após a colocação do dispositivo, recomenda-se o retorno ao ginecologista para conferir se o DIU está na posição certa, além de avaliar possíveis alterações no padrão menstrual e outros efeitos colaterais. Posteriormente, realiza-se o acompanhamento periódico, que pode ocorrer anualmente ou a cada 6 meses, conforme a orientação do médico.
O DIU Mirena é uma opção contraceptiva bastante vantajosa, porque:
Em relação às desvantagens, podemos citar os efeitos colaterais da ação contínua de progesterona, os quais podem incluir: mamas doloridas; variações de humor; ganho moderado de peso; dores de cabeça; escapes de sangramento intermenstrual. Entretanto, esses efeitos são comuns apenas nos primeiros meses de uso do DIU hormonal.
É importante reforçar que a colocação do DIU deve ser feita pelo ginecologista, que tem o conhecimento e habilidade para realizar a inserção com maior precisão. Além disso, com o acompanhamento profissional, os riscos de desenvolver algum problema pós-implantação do dispositivo são mínimos, como infecção pélvica e endometrite (inflamação no endométrio).
A avaliação prévia do ginecologista também é necessária para a indicação apropriada do método de contracepção. O DIU Mirena (levonorgestrel) não é recomendado em casos de contraindicação para uso de hormônios, infecções ativas no trato genital, tumores pélvicos e alguns tipos de malformações.
Leia também nosso texto institucional e saiba mais sobre o DIU Mirena!