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Placenta prévia: sinais e sintomas

por: Equipe NOG

A primeira célula do embrião é formada quando ocorre a fecundação, etapa da gravidez em que o óvulo é fecundado pelo espermatozoide. Este organismo unicelular, denominado zigoto, carrega as informações genéticas de ambos os pais e passa por diversas divisões celulares enquanto migra das tubas uterinas até o útero. 

Entre o quinto e o sétimo dia após a fecundação, o blastocisto, estágio mais avançado do embrião, se implanta no endométrio, camada interna uterina iniciando o processo de nidificação. 

No blastocisto, as células já estão formadas e divididas por função. O embrioblasto, grupo celular interno vai formar o embrião propriamente dito, enquanto o trofoblasto, grupo celular externo forma a placenta e outros anexos embrionários. 

A placenta é um órgão temporário exclusivo da gravidez. Desenvolvida a partir de tecidos fetais e maternos, atua como interface funcional entre a mãe e o feto. Suas funções são fundamentais: nutrição, troca de oxigênio, eliminação de resíduos metabólicos, produção hormonal e imunológica. Localizada normalmente no fundo ou na parede lateral do útero, garante o ambiente adequado para o desenvolvimento fetal.

No entanto, em algumas gestações se estabelece em uma posição anormal, cobrindo parcial ou totalmente a abertura interna do colo uterino. Essa condição, conhecida como placenta prévia, é uma complicação obstétrica que pode resultar em riscos significativos para a saúde da mãe e seu futuro bebê. 

Acompanhe a leitura do texto até o final, saiba tudo sobre a placenta prévia e os possíveis sinais e sintomas associados ao problema. Confira!

Conheça os principais riscos da placenta prévia

Ao sobrepor parcialmente ou totalmente o colo do útero, saída natural para o parto vaginal, a placenta prévia pode exigir que o parto ocorra por cesariana, bem como provocar outros riscos. A gravidade da condição, varia de acordo com a classificação, que considera o grau de cobertura da abertura cervical interna:

  • placenta prévia total: a placenta cobre completamente o orifício interno do colo uterino, impossibilitando o parto vaginal;
  • placenta prévia parcial: a placenta cobre apenas uma parte da abertura cervical interna;
  • placenta prévia marginal: a borda da placenta alcança o orifício cervical, mas não o cobre;
  • placenta prévia baixa: a placenta se implanta na parte inferior do útero, porém não atinge o orifício cervical.

Entre os principais riscos associados à placenta prévia estão hemorragia e restrição do crescimento intrauterino (RCIU), quando o feto não atinge o tamanho ideal. Veja a seguir:

  • hemorragia materna: a localização da placenta próxima ao colo do útero pode resultar em perda excessiva de sangue, especialmente no terceiro trimestre;
  • parto prematuro: a necessidade de intervenção precoce como consequência de sangramentos graves pode levar ao nascimento prematuro;
  • restrição de crescimento intrauterino (RCIU): a implantação inadequada da placenta pode comprometer o fornecimento de nutrientes e oxigênio ao feto;
  • acretismo placentário: em casos graves, a placenta pode se fixar profundamente na parede uterina, dificultando sua remoção após o parto.

Observar os possíveis sinais e sintomas característicos dessa condição ajuda bastante a identificá-la, permitindo que o diagnóstico seja feito precocemente. 

Sinais e sintomas da placenta prévia

O principal sintoma da placenta prévia é o sangramento vaginal indolor, que ocorre geralmente no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, no início a condição geralmente não causa sintomas.

O sangue tem a coloração vermelho-vivo e, ao contrário de outras condições placentárias, como o descolamento prematuro da placenta, que pode causar dor abdominal intensa, o sangramento associado à placenta prévia é frequentemente assintomático. Além disso, pode cessar espontaneamente e retornar em maior intensidade com o avanço da gestação.

Outros sinais clínicos incluem:

  • altura uterina elevada: a presença de uma placenta na região inferior do útero pode resultar em crescimento uterino desproporcional para idade gestacional;
  • apresentação fetal: a implantação anormal da placenta pode interferir na posição do feto, resultando em apresentações pélvicas ou transversais.

A ausência de sintomas em estágios iniciais torna o diagnóstico precoce altamente dependente de exames de imagem, o que reforça a importância do acompanhamento pré-natal.

Diagnóstico da placenta prévia

O diagnóstico da placenta prévia, em boa parte das vezes acontece durante os exames de rotina do pré-natal no segundo trimestre, geralmente na 20ª semana de gravidez, especialmente quando não há sangramento ou outro sintoma sugestivo dessa condição. 

Para diagnosticar a placenta prévia podem ser realizados diferentes exames de imagem:

  • ultrassonografia abdominal: é o exame inicial de escolha para avaliar a localização placentária. Embora seja menos preciso, é útil para uma triagem preliminar;
  • ultrassonografia transvaginal: considerada o método padrão-ouro, fornece uma visualização mais detalhada da abertura cervical interna e da borda placentária;
  • ressonância magnética (RM): geralmente solicitada em casos mais complexos, como suspeita de acretismo placentário associado, a ressonância magnética pode oferecer informações adicionais sobre a invasão placentária e sua relação com as estruturas uterinas.

É importante observar, que o diagnóstico de placenta prévia no início da gravidez pode ser transitório. Em muitos casos, uma placenta que inicialmente se encontra em posição baixa migra para uma localização superior, resolvendo espontaneamente o problema.

A placenta prévia, portanto, é uma complicação obstétrica séria que exige um acompanhamento pré-natal específico e um manejo especializado. Reconhecer os sinais e sintomas, como o sangramento vaginal indolor no segundo ou terceiro trimestre e comparecimento regular às consultas de pré-natal são ações necessárias para garantir a saúde da mãe e seu futuro bebê.

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