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Amamentação e dor: como lidar com essa situação?

por: Equipe Juliana

A gravidez é um período marcado por transformações físicas e emocionais. Durante o processo gestacional, o pré-natal tem um papel fundamental, não apenas por sua importância para acompanhar a saúde materna e fetal, porém também como espaço de acolhimento e esclarecimento das diferentes dúvidas que podem surgir sobre as etapas da gestação, o parto e o puerpério ou pós-parto.

Entre os temas abordados, a amamentação ganha destaque por sua importância nutricional e afetiva, por isso, são destacados aspectos como a necessidade de uma dieta adequada ao período e abordagens empregadas quando há desconforto físico.

Compreender como o corpo feminino se prepara para a amamentação e como lidar com a dor, que muitas vezes pode estar associada ao processo, é essencial para promover uma experiência mais tranquila e satisfatória para a mãe e o bebê.

Para entender como lidar com amamentação e dor é só continuar a leitura do texto até o final. Nele,abordamos as possíveis causas e as principais orientações dos especialistas. Continue a leitura até o final e confira!

Entenda como o corpo feminino se prepara para amamentação

Desde as primeiras semanas da gravidez, o corpo feminino inicia um processo complexo de adaptação para a amamentação. Os hormônios, especialmente o estrogênio, a progesterona e a prolactina desempenham um papel fundamental nesse preparo.

O estrogênio e a progesterona promovem o desenvolvimento das glândulas mamárias e a expansão dos ductos lactíferos, enquanto a prolactina, produzida pela hipófise, estimula a produção de leite.

Além disso, os mamilos tornam-se mais escuros e sensíveis, facilitando a visualização pelo recém-nascido. A aréola pode apresentar glândulas de Montgomery mais evidentes, responsáveis por secretar substâncias antimicrobianas, que lubrificam e protegem a região.

Os benefícios da amamentação para a saúde materna e do bebê já são bastante conhecidos. O leite materno oferece todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, além de anticorpos que fortalecem o sistema imunológico prevenindo infecções, alergias e doenças crônicas em longo prazo.

Para a mãe, a amamentação auxilia na recuperação do útero, reduz o risco de hemorragias pós-parto e pode proteger contra o câncer de mama e de ovários e atuar como método contraceptivo.

A amamentação também proporciona a conexão emocional entre mãe e filho. O contato pele a pele fortalece o vínculo, promove a liberação de oxitocina, hormônio associado ao bem-estar e contribui para o desenvolvimento cognitivo do bebê.

Contudo, apesar da importância da amamentação e de todo o preparo biológico, amamentar muitas vezes pode ser um desafio, principalmente quando há dor.

Amamentação e dor

Dor durante a amamentação é uma queixa comum entre as puérperas, especialmente nas primeiras semanas. Diversos fatores podem contribuir para esse desconforto, os mais comuns são:

pega inadequada do bebê: essa é uma das principais causas da dor durante a amamentação. Quando o recém-nascido não envolve toda a aréola com a boca pode haverpressão excessiva sobre o mamilo causando fissuras e, em casos mais graves, mastite, uma inflamação bastante dolorosa;
ingurgitamento mamário: ingurgitamento é o termo clínico para o acúmulo de leite nas mamas, também conhecido como leite empedrado. Ocorre quando há excesso de leite nos seios, tornando-os dolorosos e rígidos. Essa condição pode dificultar a sucção do bebê, gerando um ciclo de desconforto e acúmulo de leite;
ductos lactíferos obstruídos: a obstrução dos dutos lactíferos impede o fluxo adequado do leite, causando nódulos dolorosos e aumentando o risco de inflamações, como a mastite;
infecções: fissuras nos mamilos podem abrir portas para infecções bacterianas ou fúngicas, como candidíase, que geram dor intensa durante e após a amamentação;
anatomia materna: alterações anatômicas, como mamilos planos ou invertidos, podem dificultar a amamentação e contribuir para o surgimento de dor;
freio lingual do bebê: o freio lingual é uma membrana que liga a base da língua ao rebordo alveolar e é importante para a sucção do leite. Um freio curto ou apertado pode dificultar os movimentos da língua levando ao uso excessivo de força sobre os mamilos causando dor eprejudicando a amamentação.

A dor na amamentação pode ser prevenida, bem como algumas abordagens podem ser adotadas para lidar com a amamentação e dor, permitindo que todo o processo ocorra sem nenhuma intercorrência e a mãe e seu bebê possam usufruir dos benefícios proporcionados pela amamentação.

Saiba como lidar com amamentação e dor

Veja abaixo as principais abordagens para lidar com amamentação e dor:

regularidade nas consultas de pré-natal: observar asorientações do especialista durante o pré-natalsobre a amamentação é uma estratégia fundamental; a mulher pode aprender sobre a pega correta, sinais de complicações e como considerar precocemente alterações que exijam intervenção;
correção da pega: profissionais de saúde especializados, incluindo consultores de amamentação, podem orientar a mãe na correção da pega;
alívio do ingurgitamento: técnicas manuais ou com bombas podem ajudar a aliviar o ingurgitamento mamário. Compressas mornas antes da amamentação e frias após as mamadas também podem reduzir o desconforto;
hidratação dos mamilos: o uso de cremes ou mesmo a aplicação do próprio leite materno nos mamilos pode auxiliar na cicatrização de fissuras e na hidratação da pele;
desobstrução de dutos: massagens suaves no local do nódulo e a continuidade da amamentação são medidas eficazes para desobstruir dutos lactíferos. Em casos mais graves, é necessário procurar auxílio médico;
tratamento de infecções: infecções bacterianas requerem o uso de antibióticos prescritos pelo médico. Já a candidíase mamária é tratada com antifúngicos, sendo essencial tratar também o bebê caso ele apresente sinais de infecção oral;
adaptações anatômicas: para mães com mamilos invertidos ou planos, dispositivos como formadores de mamilo podem ser úteis. Além disso, a persistência e o uso de bombas extratoras podem ajudar o bebê a se adaptar;
intervenções cirúrgicas no bebê: em casos de freio lingual curto ou apertado um procedimento simples e rápido pode ser realizado para correçãomelhorando a sucção.

Embora amamentação e dor seja uma experiência comum, ela não deve ser ignorada nem normalizada. Com suporte adequado, a maioria das dificuldades associadas ao problema podem ser superadas.

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